‘O fundo do poço tem mola e é possível retomar a vida normal’

Professora de 49 anos conta como mortes de familiares deflagraram episódios de tristeza que culminaram em crises de depressão

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Falante, divertida e sempre cercada de amigos. Era assim que a professora Georgia Santos, hoje com 49 anos, sempre viveu. Até se deparar com um mal que, inexplicavelmente, passou a consumi-la. Foram duas grandes crises: a primeira, há 20 anos, quando perdeu o irmão assassinado. E a segunda, quando os tios faleceram, há sete anos.

Confira a história de Georgia e como ela conseguiu se recuperar, com apoio da família, de medicamentos e de terapia.

Ela vem chegando sorrateiramente e até dá alguns sinais de que algo não vai muito bem com a sua alma, o seu coração e sua cabeça. Normalmente algum acontecimento trágico, uma separação, uma morte, a perda de um emprego a antecede. Mas nem sempre é assim. Às vezes ela surge sem motivo aparente mesmo.

No meu caso, as duas vezes em que a doença se apossou de mim (acho que a palavra é essa mesmo porque parece que algo muito ruim te invade e você não tem forças para lutar), com intervalo de 13 anos mais ou menos, foram por causa da morte de parentes.

A primeira, o meu único irmão, assassinado aos 32 anos, em 1997, e depois meus dois tios em menos de um mês, em 2010. Você pensa que se trata apenas de uma tristeza profunda e que tudo vai melhorar, mas acaba que tudo só piora.

As coisas que te davam imenso prazer como passear, sair com os amigos, trabalhar, ir ao cinema, passam a não ter o menor valor. Você se esconde num buraco sem fundo e os pensamentos negativos não te largam o dia inteiro.

Quem me conhece sabe o quanto sou alegre, gulosa e extrovertida. Nem chocolate eu comia. Emagreci 16 quilos em um mês e fui ficando cada vez mais triste, mais cabisbaixa e me fechei num mundinho sombrio.

De ‘rueira’ e tagarela que eu era passei a ficar 12 horas na cama, dormindo ou com pensamentos ruins, sem contar que a minha voz não era mais ouvida por ninguém.

Por sorte tenho uma mãe maravilhosa que foi primordial para que eu saísse do ostracismo em que me coloquei. E é bom saber que com a ajuda da família, de medicamentos e de terapia é possível superar (controlar) essa doença que não é brincadeira e atinge milhões de pessoas que se chama depressão.

Não tem nada de frescura como muita gente afirma. E o melhor de tudo é saber que o fundo do poço tem mola e que é possível retomar a vida normal e esquecer essa fase ruim de nossas vidas”.

* Escreva ou grave um vídeo e compartilhe com a gente o seu relato. Envie para superacao@vidaeacao.com.br.

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