Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) referentes ao período de 2021 e 2022 apontam a existência de 9.745 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais do Brasil, dos quais cerca de 3.400 são postos de combustíveis. A região com mais pontos críticos foi a Nordeste (177), seguida pelo Sudeste (166), Centro-Oeste (119), Sul (103) e Norte (75).
Para dar visibilidade a esse problema e chamar atenção do público, a Vibra – distribuidora de combustíveis e lubrificantes – lança neste sábado, 18 de maio, Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a campanha “Exploração Sexual Zero” nos postos Petrobras, para conscientização e incentivo a denúncias pelo Disque 100. Veja o vídeo da campanha aqui.
https://www.youtube.com/watch?v=ySqS0Mw8q1M
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“A exploração sexual é um crime e uma violação dos direitos humanos, um tema difícil, porém necessário de ser enfrentado pela sociedade. Crianças e adolescentes não se ’prostituem’; eles são vítimas e não devem ser culpabilizados pela violência que sofrem”, reforça Eva Dengler, superintendente de Programas e Relações Empresariais da Childhood Brasil.
Além da campanha de engajamento da sociedade, a Vibra está apoiando projetos sociais no Brasil que trabalham com crianças e adolescentes de modo a fortalecer a rede de proteção e prevenção da exploração sexual, incluindo também espaços de acolhimento a famílias, que prevê o incentivo à geração de renda e inclusão produtiva de famílias em situação de vulnerabilidade.
No Norte do País, a Vibra se vinculou ao Projeto Territorial Coalizão Pará, iniciativa da Childhood Brasil com outras empresas que atuará nos municípios de Itaituba, Breves e Barcarena, no estado do Pará, para estruturar ações de prevenção da exploração sexual de crianças e adolescentes com foco nas operações portuárias associadas ao transporte de carga rodoviário e hidroviário da região.
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Outras iniciativas para combater a exploração sexual
No Nordeste, a Vibra está apoiando o Projeto Pequeno Nazareno, em Fortaleza (CE), que atende 300 crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Além disso, construiu um calendário de formação e treinamento de lideranças, colaboradores e multiplicadores e sensibilizou os parceiros presentes em todos os eventos e encontros que a companhia realizou ou participou este ano, como o Vem de Vibra, que reuniu sua rede de revenda, o Web Summit, as etapas da Stock Car Pro Series, entre outros.
A ideia agora é ampliar esse movimento com diversas ações de conscientização, mobilização e advocacy junto aos stakeholders da companhia, como revendedores, transportadoras, motoristas, colaboradores, consumidores finais, formadores de opinião e demais parceiros do setor privado para fortalecer o enfrentamento a esse crime.
Segundo Eva Dengler,, o papel das empresas como a Vibra é “fundamental para disseminar boas práticas e empenhar esforços articulando sua cadeia de valor para ampliar o círculo de proteção de crianças e adolescentes”.
Luciana Temer, diretora presidente do Instituto Liberta, também reforça a importância da iniciativa: “Nosso desafio é fazer com que o Brasil veja o que nós vemos, entenda as consequências pessoais e sociais desta violência e, a partir daí, construa políticas públicas para transformar essa triste realidade”.
Para o CEO da Vibra, Ernesto Pousada, é papel do setor privado mobilizar e engajar a sociedade como um todo nesta causa. “A Vibra quer ser uma agente de mobilização desta mudança, que proteja crianças e adolescentes, aproveitando sua presença em diversos setores, além de ser a única distribuidora de combustíveis presente em todos os estados brasileiros”.
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza em diversas partes do país esta semana as Operações “Domiduca” e “Caminhos Seguros”, relacionadas ao dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, instituído pela Lei Federal 9.970/00. Esta data representa uma importante conquista na luta pelos direitos das crianças e adolescentes e é marcada por mobilizações em diversos locais do país.
“A operação não só busca criar uma rede de proteção e conscientização em torno deste tema sensível, mas também reforça a importância do papel da sociedade na luta contra a exploração sexual infantil. A mobilização conjunta das entidades envolvidas destaca o compromisso contínuo de combater esse tipo de crime e proteger os direitos das crianças e dos adolescentes”, informou a PRF.
Em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejus) e Conselhos Tutelares, promoveu nesta sexta-feira (17) uma ação educativa na BR-040, em Santa Maria (DF). Foram abordados veículos que transitavam pela região, especialmente coletivos de passageiros. A campanha alcançou 894 pessoas, as quais receberam material educativo com informações sobre como identificar e denunciar casos de abuso e exploração sexual.
Outra ação foi realizada na cidade de Aparecida (SP), no pedágio da Praça São Benedito, no centro da cidade. Condutores que passavam pelo local foram conscientizados da importância de se identificar e denunciar o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Além da PRF, participaram do evento a Secretaria de Ação Social de Aparecida, o Conselho Tutelar do município e GCM.
Na última quinta-feira (16), a ação da campanha Maio Laranja foi realizada em parceria com o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) na cidade de Messias/AL.
Números que assustam
A cada hora, seis crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual (dados Anuário de Segurança Pública, 2023);
O número deve ser ainda maior, já que apenas 8,5% dos casos são, de fato, notificados no sistema policial (dados Ipea).
No Brasil, 79% dos casos de estupro incidem sobre crianças e adolescentes (dados Disque 100).
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, 61,4% dos estupros cometidos no Brasil são de menores de 13 anos de idade; desse total, 86% das vítimas são meninas.
Ainda de acordo com o levantamento, 72,2% dos casos acontecem dentro de casa, dos quais 71,5% são praticados por familiares.
No país, 18% das meninas que evadiram da escola foram por motivo de gravidez. Segundo estudo do Banco Mundial, o Brasil deixa de produzir U$ 3,5 bilhões em razão da gravidez precoce.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2021 foram 202.948 casos de violência sexual no Brasil.
Com informações da Vibra e PRF
