Muita gente acha que tuberculose é uma doença do passado, mas ela está mais viva e presente do que nunca. A doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch é provavelmente um dos problemas mais desafiadores da saúde pública mundial. Mas a tuberculose tem cura e para preveni-la é necessário que as crianças tomem a vacina BCG – aquela que deixa uma marquinha no braço para a vida toda.
Administrado em dose única, o imunizante tem até data no calendário da saúde. Em 1° de julho de 1921, a descoberta da BCG foi anunciada pelos pesquisadores franceses Léon Charles Albert Calmette e Jean-Marie Camille Guérin, que nominaram com seus sobrenomes o bacilo de Calmette e Guérin (BCG), microrganismo bacteriano contido nesta vacina.
A Secretaria de Estado de Saúde enfatiza a importância de se aplicar a dose em bebês preferencialmente até 12 horas após o nascimento, ou, no máximo, até os quatro anos de idade.
Vacina BCG: uma forma de reduzir os alarmantes números de tuberculose
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), a tuberculose acomete 10 milhões de pessoas no mundo, provocando 1,5 milhão mortes por ano. O Brasil registra um terço dos casos da doença nas Américas, e a incidência no Rio de Janeiro é alarmante. Atualmente, o estado ocupa a terceira posição no ranking nacional de incidência de tuberculose, atrás apenas do Amazonas e de Roraima, sendo o primeiro em mortalidade por essa causa. A taxa de incidência é de mais de 74 casos por 100 mil habitantes.
O número de casos aumenta mais a cada ano. Em 2022, foram 17.373 casos totais de tuberculose, sendo 13.642 novos adoecimentos. Em 2021, o Estado do Rio de Janeiro notificou 16.099 casos de tuberculose de todas as formas, sendo 12.986 somente de novos casos. Em 2020, foram 11.623 novas ocorrências da doença.
Ao longo dos anos, o número de óbitos por tuberculose tem aumentado. Em 2019, foram 659 mortes; 765 óbitos, em 2020; 876, em 2021 e 807 em 2022. Os dados sobre abandono de tratamento também são alarmantes: cerca de 19% dos pacientes pararam de tomar os medicamentos antes do período indicado de seis meses em 2020.
“Os dados de tuberculose no Rio de Janeiro ainda se mostram muito preocupantes para a saúde pública. E tornam ainda mais urgente esclarecer que a vacina é o meio mais eficaz para combater a doença. Por isso, é tão importante vacinar os recém-nascidos com a BCG”, afirma o secretário de Estado de Saúde, Dr. Luizinho.
Vacina BCG: Rio tem cobertura vacinal superior a 90% em 2023
A vacina BCG é administrada pelas equipes municipais de saúde, conforme programação de cada município. Na rede municipal de saúde do Rio, a BCG é aplicada ainda na maternidade, logo após o nascimento do bebê. Nos seis primeiros meses de 2023, a cobertura da BCG já supera a meta de 90% de cobertura das crianças, com mais de 20,6 mil doses aplicadas. Em 2022, a meta também foi batida.
“É de extrema importância a cidade ter alcançado essa porcentagem de cobertura da BCG, que é uma vacina segura e eficaz. A imunização é um esforço conjunto. Outras vacinas de rotina das crianças ainda não alcançaram a meta e contamos com a colaboração dos pais e responsáveis para que levem seus filhos às unidades de saúde para a verificação e atualização da caderneta de vacinação”, convoca a superintendente de Vigilância em Saúde, Gislani Mateus.
Além de nas maternidades municipais, a BCG está disponível nas unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) e no Super Centro Carioca de vacinação, em Botafogo, em dias pré-estabelecidos, conforme o cronograma disponível no link https://shre.ink/lts3
A orientação é para que pais e responsáveis levem seus filhos aos postos portando um documento de identificação e a caderneta de vacinação da criança. A SMS também oferece uma cartilha com orientações sobre o calendário vacinal de rotina de crianças e adolescentes, com informações essenciais sobre cada imunizante disponível. O material pode ser consultado no site do EpiRio, no link .
Tuberculose atinge populações mais vulneráveis
“O imunizante é o modo mais seguro para prevenir complicações, internações e mortes decorrentes das formas mais severas da doença (miliar e meníngea)”, informa a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS).
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