Transplante de rim: ação marca semana de doação de órgãos

Hospital na Tijuca que é referência em transplantes de rim e de fígado realiza programação especial com informações para conscientizar doadores

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Os órgãos de Paulo Roberto Santos Prado, morto no último dia 13, foram doados para quatro receptores. O irmão Paulo Henrique conta que se esforçou para convencer a família a doar.“A decisão não foi fácil. A família estava muito dividida. Mas chegamos à conclusão que a doação seria a continuidade da ‘vida’ do meu irmão”, ressalta. Os órgãos de Paulo beneficiaram quatro pessoas: foram doados fígado, rins e córneas.

A decisão da família de Paulo, infelizmente, ainda é uma exceção. No último ano, apenas 20% dos possíveis doadores autorizaram a captação, segundo o coordenador médico da Organização de Procura de Órgão (OPO Norte), Antonio Justo. “Conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos é fundamental”, ressalta Deise de Boni, que é coordenadora do serviço de transplante renal do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), na Tijuca, Zona Norte carioca.

O transplante de rim da cantora Selena Gomez levantou o tema recentemente. A instituição se destaca como referência em transplante no Rio e já que foi responsável por 30% dos transplantes de fígado e 58% dos transplantes de rim no Estado, apenas nesse primeiro semestre. De janeiro a junho, foram realizados 186 transplantes de rim no Estado do Rio de Janeiro. No mesmo período, foram 114 cirurgias, 35 delas no HSF. O chefe da equipe de transplantes hepáticos do HSF, Eduardo Fernandes, comemora o índice alcançado e lembra que o Rio de Janeiro é um dos estados com o maior número de transplantes realizados.

“Isso só é possível graças ao investimento do Estado na criação de uma central de transplantes eficiente”, afirma.  O médico assegura ainda que os pacientes que fazem transplantes de fígado no HSF têm sobrevida de 80%, acima dos 69% da média nacional.  “Hoje, a cirurgia leva cerca de quatro horas, antes chegava a 12 horas. Com isso, conseguimos também facilitar a recuperação dos transplantados. O tempo médio de internação é de 15 dias, mas aqui no HSF, nossos pacientes não costumam ficar mais do que 11 dias”, diz ele.

Ele atribui os bons resultados alcançados pelo HSF a diversos fatores, entre eles a expertise da equipe médica. A diretora médica do HSF, Eliane Castelo Branco também destaca o papel da unidade. “O que nós fazemos de diferente é manter nossas equipes sempre disponíveis. Nunca recusamos um órgão disponível por falta de médicos, enfermeiros ou anestesistas para fazer um transplante”. De acordo com a nefrologista do HSF, Deise de Boni, o alto número de transplantes realizados na unidade é fruto de um conjunto de fatores como a eficiência da equipe médica e o número de órgãos disponíveis para doações.

Deise é professora do curso de pós-graduação em Nefrologia do Centro de Ciências Biológicas e de Medicina da PUC-RJ e membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Já Eduardo Fernandes é professor do Departamento de Cirurgia Abdominal da faculdade de Medicina da UFRJ, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e fellow inHepatobiliary and pancreatic Surgery pela Nagoya University (Japão).

Semana Doe Órgãos

Debater as perspectivas dos transplantes hepáticos e renais, a importância do transplante no sistema público e suplementar e o trabalho integrado de captação e translado de órgãos, bem como o apoio à família dos doadores e receptores. Esses são assuntos que fazem parte da programação da Semana Doe Órgãos – Faça brilhar a Vida, promovida pelo HSF. Todos os eventos serão realizados no auditório do hospital. A programação do dia 29 ocorrerá na Praça Papa Francisco. O Hospital São Francisco na Providência de Deus fica na rua Conde de Bonfim, 1.033, na Tijuca. A programação será encerrada,  mais uma vez, com a presença do cardeal Dom Orani Tempesta.

Centro de tratamento para cálculo renal

Cerca de 8,5% da população possui cálculo renal ou já teve algum episódio como a cólica renal, cujo o cálculo foi eliminado espontaneamente. A faixa etária mais comum é acima de 60 anos, mas o problema pode atingir várias idades. Desde o início de setembro pacientes que sofrem com doenças renais no Rio de Janeiro já podem procurar o Centro de Tratamento para Cálculo Renal (Centro de Tratamento de Litíase).

A unidade funciona como uma extensão do Serviço de Urologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). O atendimento que já acontece na unidade será ampliado e passa a ser especializado no tratamento de cálculos nas vias urinárias (desde o rim até a bexiga).  O Centro passa a contar com mais cinco leitos, além dos 21 já existentes no setor de Urologia, terá capacidade para realizar cerca de 60 cirurgias por mês e atenderá pacientes de todo Estado do Rio, as consultas serão agendadas através do Sisreg, o sistema de regulação de atendimentos pelo SUS.

“O objetivo desse serviço é realizar o tratamento e a prevenção do cálculo renal, além de reduzir a fila de espera por esse procedimento no Estado. Os pacientes terão todo o acompanhamento desde a primeira consulta com o urologista, até a realização de cirurgia, quando indicada. Esperamos zerar a fila para esse procedimento muito em breve”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr.

O setor conta com uma equipe multidisciplinar formada por urologistas, cirurgiões, anestesistas, nefrologistas e enfermeiros, além de realizar exames de imagem de alta complexidade, como ressonância, urografia excretora e tomografia. “Estamos ampliando nosso serviço para atender às necessidades do estado. Vamos atender homens e mulheres e disponibilizar toda a infraestrutura para esse tratamento”, explica o urologista Ronaldo Damião, chefe do Serviço de Urologia do HUPE e responsável pelo Centro.

O Centro de Tratamento do Cálculo Renal terá ainda um ambulatório e uma enfermaria exclusivos, além de uma sala no centro cirúrgico onde serão realizadas cirurgias diariamente. Entre as técnicas cirúrgicas utilizadas está a cirurgia aberta, percutânea (que é uma punção que se faz no rim para quebrar o cálculo e retirar) e endoscópica (que utiliza laser para fragmentar o cálculo).

Hoje, o Serviço de Urologia do HUPE oferece atendimento também através da Policlínica Piquet Carneiro, na Tijuca. Na clínica funcionam os atendimentos especializados: Saúde do Homem e o Núcleo de Disfunções Miccionais, que atendem cerca de 70 pacientes por dia e que ainda dispõem de salas para pequenas cirurgias urológicas. Este serviço conta com profissionais como urologistas, enfermeiras, fisioterapeutas, pediatras, ginecologistas e neurologistas.

 

 

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