Carnaval chegando, é tempo de festa, alegria, muito confete, glitter e serpentina. Mas os confetes que você encontra nas lojas de festas dificilmente são produzidos com materiais reciclados e alguns ainda são feitos de plásticos, um verdadeiro perigo para os oceanos. Já o glitter é produzido com microplásticos, outro veneno para a vida marinha. E assim poucos dias de festa acabam prejudicando o meio ambiente por anos.
Para dar a sua contribuição de modo a tornar a folia menos poluente, uma dica é criar seus próprios confetes a partir de folhas secas e também o glitter a partir de materiais biodegradáveis, como gelatina, corantes alimentícios e legumes. O confete sustentável e o eco ou bioglitter são destaques no Carna-Swap, evento que acontece nesta quinta-feira (28), em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Um hotel na Barra da Tijuca também está oferecendo saquinhos de “confete amigo” aos hóspedes.
O bioglitter também é estrela do carnaval que estudantes de um colégio da Barra da Tijuca organizam nesta sexta-feira (dia 1º). Outra iniciativa para despertar a consciência sustentável dos foliões é a campanha para incentivar oo consumo de bebidas em latinhas – e não em garrafas de vidro. “Quem curte natureza e diversão, cai na folia de latinha na mão” é o mote da campanha de cernaval do movimento Vá de Lata.
Criado pela Ball Corporation, maior fabricante de latas de alumínio do mundo, o movimento tem como objetivo propor uma reflexão sobre escolhas de consumo e mostrar, de forma descontraída, quais são os benefícios da embalagem mais amiga do meio ambiente: a latinha de alumínio. A ação estará presente nos maiores carnavais do Brasil, reciclando o resíduo descartável da Sapucaí (RJ), agitando o bloco Galo da Madrugada (PE) e o Bloco Du Brasil, com Carlinhos Brown e Timbalada (SP).
Confete sustentável feito de folhas de árvores
Soluções eco-friendly como o confete sustentável, feito de folhas de árvores caídas colhidas nos parques administrados pelo Grupo Cataratas e embalado em material de propaganda reciclado, são o destaque do Carna-Swap. O evento é promovido pelo Grupo Cataratas e o Coletivo Upcycling nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, a partir das 17h.
Outra opção disponível na feira é o Brilhow Ecoglitter, feito de agar-agar, corantes alimentícios e minerais. O evento é gratuito para troca de peças e acessório de carnaval, com o objetivo gerar menos descarte e reduzir o consumo.
Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, a Comlurb, no fim de semana que antecedeu o Carnaval, foram recolhidas 100 toneladas de detritos deixados no rastro da sujeira.
O som fica por conta dos DJs Marisa Damato e Cain. O evento acontece das 17 às 24h na Sheesh (Rua Oliveira Fausto, 29 – Botafogo).Veja abaixo como o Carna-Swap vai funcionar.
Como funciona o Carna-swap
1 – Os convidados trazem peças de seus armários (roupas, fantasias, adereços e acessórios) das quais desejem se desfazer, ou se preferirem, nos entregam previamente nos pontos de coleta antes do dia do evento. Cada pessoa receberá um ticket com o número de peças a serem trocadas
2 – Essas peças passam por uma avaliação.
3 – Finalmente, são expostas para que os demais participantes possam fazer trocas, respeitando a regra do 1-to-1: quem trouxer um item pode retirar um item e assim por diante.
Confete amigo para turistas em hotel do Rio
Os turistas que se hospedarem no Hotel Grand Hyatt Rio de Janeiro durante o Carnaval, receberão saquinhos de “Confete Amigo”, numa ação criada pela agência Wide que adota o confete feito de folhas secas que este ano começou a ser defendido pelos ecologistas brasileiros.
A ideia é aproveitar as folhas que já caem das árvores e são furadas manualmente. O confete orgânico ainda deixa um rastro ecológico e minimiza os impactos que a festa deixa na cidade, sem falar que — lembram os seus defensores — pode funcionar como adubo natural. Foram aproveitadas cerca de 40 folhas por saquinho para fazer os confetes.
Bioglitter em carnaval de escola
Estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio do Colégio Marista São José Barra aprendem em sala de aula a produzir bioglitter para curtirem a festa sem fazer mal ao meio ambiente. Com o auxílio dos professores, os adolescentes substituem o glitter tradicional, feito de plástico e alumínio e nocivo à fauna marinha, por uma mistura sustentável e vegana, feita com ágar-ágar (gelatina vegetal) e mica, além de corantes naturais de beterraba, cenoura e repolho roxo, que dão o colorido final.
Divididos por turmas, além de colocarem a mão na massa, os alunos unem as áreas de conhecimento de linguagens, humanas, natureza e matemática na elaboração de tutoriais sobre o produto, na criação de um website com as informações obtidas no projeto, na produção do trabalho científico, com relatório de pesquisa, e na formatação da “empresa” e seu plano de identidade visual. O bioglitter será distribuído para toda a comunidade acadêmica durante o desfile do bloco de carnaval do colégio, nesta sexta-feira (dia 1º).
Incentivo ao consumo de bebidas em lata
As ações da campanha Vá de Lata começaram desde o Réveillon, onde os influenciadores Thaynara OG, Foquinha e Marcos Veras receberam latinhas de presente, as descartaram corretamente e agora vão reencontrá-las recicladas exatamente 60 dias depois, durante o Carnaval.
Como centro da campanha de Carnaval “Quem curte natureza e diversão cai na folia de latinha na mão”, criada pelas agências Edelman e Banana BR para o movimento Vá de Lata, a sequência de dois vídeos gravados com o Porta dos Fundos é a prova de que é possível falar de sustentabilidade de uma forma leve e divertida.
A esquete se passa em um bloco de Carnaval e a lata, interpretada por Rafael Infante, se mostra muito mais “atraente e sedutora” do que a garrafa de vidro, interpretada por Pedro Benevides, o Bené do Porta dos Fundos.
O roteiro se baseia em algumas informações importantes: a embalagem de alumínio é a mais reciclada do Brasil, com uma taxa de reciclagem de 97,3% no país, enquanto a garrafa tem um índice de cerca de 47%. Entre muitos motivos está o valor da sucata do alumínio ser 26 vezes maior que a do vidro, o que faz com que a lata, inclusive, subsidie a coleta de outros materiais. A taxa de reciclagem do PET é de 59%, segundo dados da Abal e Abralatas.
Vídeo 1: https://www.facebook.com/PortaDosFundos/videos/243917656549256/
Vídeo 2: https://www.facebook.com/PortaDosFundos/videos/559866591175890/
Taxas de reciclagem de alumínio no Brasil
No Brasil, a lata de alumínio é o material reciclável com maior valor. Pelo alto valor de sua sucata, a coleta do alumínio termina por subsidiar a coleta de outros materiais. Na prática, o valor da sucata do alumínio é 26 vezes maior que o valor da sucata de vidro e 3 vezes maior que o valor pago na sucata de PET.
O país segue líder mundial em reciclagem há 16 anos.
Quase 75% de todo o alumínio já produzido no mundo continua em uso até o presente, o que atesta a sua caracterização como material permanente e o confirma como exemplo real de reciclagem. (Fonte: Abralatas).
A lata de alumínio é a embalagem que gela as bebidas mais rápido – a latinha chega à temperatura ideal para consumo da cerveja 37 minutos mais rápido do que a long neck, por exemplo.
O alumínio é inviolável, não permitindo a entrada de oxigênio ou luz, agentes que alteram o sabor da bebida. Ele também não estoura e não se fragmenta ao cair, o que torna a embalagem muito mais segura para o consumidor final.
Problemas do vidro:
Existem poucas plantas de reciclagem/centros de coleta de vidro no Brasil. O maior centro fica na cidade de Pindamonhangaba (SP), aonde chegam garrafas do Brasil todo para reciclagem.
As Long-necks se tornam um problema ambiental por não serem recicladas, apesar de serem recicláveis. Elas acabam ficando nos depósitos de resíduos/lixões etc.
São mais pesadas do que as latas, aumentando custos de transporte.
Permitem que raios UVs atinjam as bebidas e, no caso das cervejas, geram compostos aromáticos desagradáveis com o tempo, conhecidos como light-struck ou skunky.
O vidro torna-se inadequado para eventos, pois se fragmenta ao cair.
Da Redação, com Assessorias