A banda canadense de indie rock Arcade Fire apresentou uma emocionante versão da música ‘Águas de Março’ no primeiro dia do festival Loolapalloza, em São Paulo, na noite desta sexta-feira (22). Na pista enlameada pelas chuvas que caíram na ‘cidade da garoa’, os fãs vibraram com a reprodução desse grande sucesso da MPB, gravado em 1974 por Elis Regina e Tom Jobim.

“Esta é uma das minhas canções favoritas de todos os tempos, mas deu bastante trabalho para apresentá-la a vocês. É muito relevante, chama-se ‘Águas de Março'”, anunciou o líder do grupo, Win Butler. Sua mulher, a também vocalista Régine Chassagne, cantou um trecho de ‘Águas de Março’ em português, em um dos momentos mais bonitos do show. Multinstrumentista, ela ainda tocou de guitarra a sanfona. Depois, o casal seguiu com a versão em inglês.

Eufórico e ofegante no palco, Win não parecia nem um pouco abalado pelas acusações de crimes sexuais que levaram a banda a uma crise nos últimos dois anos. E o público também não parecia interessado em fazer qualquer julgamento. O cantor abriu o show erguendo uma bandeira do Brasil e foi ovacionado.

Em 2022, Win Butler foi acusado publicamente de cometer abusos sexuais contra quatro fãs. Na época, ele negou as acusações e ganhou o apoio de Régine, com quem Win criou a banda no ano 2000 na cidade de Montreal, Quebec, no Canadá. Logo depois do escândalo sexual, o irmão de Win, o multi-instrumentista Will Butler, deixou a banda.

Luisa Sonza canta para “todas as mulheres que amam demais”

Já a cantora gaúcha Luisa Sonza – que comoveu o Brasil tempos atrás ao revelar publicamente que foi vítima de uma traição – dedicou o sucesso ‘Chico’ – escrito para o ex-namorado, Chico Moedas – para “todas as mulheres que amam demais e são culpadas por amar demais”.

Como em outras apresentações, ela não citou o nome do ex na música e no meio da canção. Antes do trecho que diz “Monogamia é papo de doido”, a cantora brincou com o público: “Descobri que era mesmo”. Antes, ela fez uma homenagem a Chico Buarque, com uma versão de “Folhetim”.

O Lollapalooza vai até o domingo (24) reunindo  79 artistas, 46 deles nacionais – o maior número de brasileiros em uma edição do festival internacional. Criado em 1991, o evento itinerante criado nos Estados Unidos já passou também por Chile, Argentina, Alemanha, França, Suécia e Índia.

O futuro do planeta passa pela Amazônia – e pelo festival

Além de grande diversidade musical, o festival mistura arte e ativismo ambiental. O Lollapalooza promove a destinação adequada de resíduos, apoia a conservação do meio ambiente e foi um dos primeiros a compensar suas emissões de carbono. Este ano, quem for ao festival poderá conhecer melhor a Amazônia.

Durante o Lollapalooza, quatro organizações ambientalistas – Re:wild, Rede Pró UC, Onçafari e Instituto Libio -, que trabalham juntas na proteção da maior floresta tropical do mundo, recebem o público no estande “O futuro do planeta passa pela Amazônia” e compartilha informações sobre projetos de proteção do bioma. O tema tem relação com a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém (PA) em 2025.

A Re:wild, em parceria com Onçafari e a Jaguar Parade, traz para o Lolla uma estátua de onça-pintada. A Jaguar Parade é um movimento artístico com um grande propósito: arrecadar fundos e conscientizar as pessoas sobre a necessidade urgente de conservar a onça-pintada e seu habitat.

“Em um momento em que precisamos do mundo unido para salvar o planeta das crises do clima e da biodiversidade, a música é uma força incrível!”, comentou Rodrigo Medeiros, da líder da Re:wild no Brasil. “Estamos muito entusiasmados com a parceria com o Lollapalooza para dar visibilidade e apoio às organizações locais que estão na linha de frente desse trabalho essencial para garantir um futuro sustentável para todos nós!”

Palco das negociações climáticas na COP 30

Ao redor do mundo, os impactos da crise climática estão cada vez mais evidentes, por exemplo, na maior frequência de eventos extremos, como inundações que deixam inúmeros desabrigados, secas prolongadas e incêndios florestais que afetam não só os humanos, mas a fauna de modo geral. Neste contexto, torna-se evidente que uma solução para as crises climática, de biodiversidade e de bem-estar humano inevitavelmente envolverá a Amazônia.

Conhecida como nosso tesouro biológico e cultural, a Amazônia abriga metade das florestas tropicais do mundo, aproximadamente um quarto de sua biodiversidade terrestre e 123 bilhões de toneladas de carbono, o que a torna uma das maiores reservas de carbono remanescentes do planeta.

A Amazônia também desempenha um papel importante nos ciclos globais de água e nos padrões climáticos, liberando aproximadamente 20 bilhões de toneladas de água na atmosfera por dia. Somente o Brasil detém 60% dos ecossistemas amazônicos e até 40% das florestas tropicais do mundo. Ao proteger a Amazônia, estamos preservando a biodiversidade, regulando o clima e o equilíbrio ambiental, o que a torna fundamental para o futuro do nosso planeta.

Palco das negociações climáticas na COP 30, a Amazônia vai reunir líderes do mundo todo para se firmar um novo acordo global para o clima. Esse acordo visa limitar o aquecimento do planeta a 1,5 grau Celsius, e promover soluções baseadas na natureza e implementar um mecanismo eficaz e transparente para financiar a transição dos combustíveis fósseis.

Com informações do G1 e Terra

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