Até esta sexta-feira (22/03), foram registrados 62 mortes e 157.294 casos de dengue em todo o Estado do Rio de Janeiro. Mais de 24 mil novos casos ainda devem ser registrados. Apesar dos números elevados, a edição desta semana do Panorama da Dengue, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), mostra que o estado apresenta tendência de queda de casos prováveis da doença, assim como já ocorre com a Covid-19.
A SES-RJ ainda anunciou que a partir de segunda-feira (25) lança oficialmente a campanha de vacinação contra a gripe. A meta é que sejam imunizadas 6,7 milhões de pessoas dos grupos prioritários (veja a relação abaixo) em todo o estado, atingindo assim pelo menos 90% de cobertura vacinal. Na quinta-feira (21), a gripe. A meta só na cidade do Rio é imunizar 1,5 milhão de pessoas.
O número de atendimentos a pacientes com suspeita de dengue nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede estadual caiu de 11.904 para 9.966, o que representa queda de 16%. No entanto, o boletim elaborado pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da SES-RJ aponta ainda que não foi identificado aumento consistente da taxa de ocupação de leitos no período considerado.
A região do Médio Paraíba, primeira a apresentar piora da situação epidemiológica, teve redução do número de casos pela segunda edição consecutiva do boletim. As regiões Centro-Sul e Metropolitana l (Capital e Baixada Fluminense) também apresentaram diminuição nos registros da doença. A avaliação leva em consideração os dados registrados entre 18 de fevereiro e 09 de março, que correspondem às semanas epidemiológicas (SE) 8 e 10.
“Ainda que os indicadores apresentem tendência de queda, é importante que a população siga atenta aos cuidados e também a sinais e sintomas que possam surgir. A dengue é uma doença febril, aguda e muito dinâmica. Por isso, a necessidade de acompanhamento médico para evitar agravamento dos quadros e, principalmente, óbitos”, recomenda a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
O Panorama da Dengue do estado utiliza um modelo de cálculo epidemiológico conhecido como nowcasting, que leva em conta o atraso de inserção de dados no sistema de vigilância. Com isso, outros 24 mil casos deverão ainda entrar no sistema. Os dados referentes à dengue no estadosão atualizados de segunda a sexta-feira, e estão disponíveis no Painel Monitora da SES-RJ, no link monitorar.saude.rj.gov.br .
Queda nas taxas de positividade de Covid-19
Outra preocupação recente no Estado do Rio era o aumento de casos de Covid-19, verificado desde o início do ano, simultaneamente à epidemia de dengue. No entanto, a edição desta semana do Panorama da Covid-19m divulgada na última segunda-feira (18), mostrou que a taxa de positividade da doença voltou a cair no Rio de Janeiro pela segunda quinzena seguida.
O indicador de testes rápidos (antígeno) baixou de 25,7% para 14,4% na rede pública; e o de RT-PCR passou de 38,3% para 29,9%. O número de atendimentos de pacientes com síndrome gripal nas UPAs da rede estadual caiu 14%: de 2.726 registros para 2.389.
A taxa de positividade da Covid-19 também caiu na rede particular, passando de 19,5% para 10% nos testes de antígeno. Já nos exames RT-PCR, ela caiu de 30,2% para 17,8% no período considerado. O levantamento compara as semanas epidemiológicas 09 (de 25 de fevereiro a 02 de março) e 10 (de 03 a 09 de março).
Aumento de internações por síndromes respiratórias por influenza
Apesar dessas quedas, os atendimentos pediátricos por síndrome gripal nas UPAs permaneceram aumentados devido à circulação do vírus da Influenza A. Houve também aumento nas solicitações por leitos para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas faixas etárias de 1 a 9 anos.
Ainda assim, os idosos seguem como os que mais internam, De acordo com uma análise feita pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ) com base nos resultados laboratoriais do Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ).
“Desde a edição passada do Panorama temos notado uma mudança na circulação viral. Nosso monitoramento indica que, neste momento, a demanda pelo atendimento por síndrome gripal está sendo provocada, principalmente, pela Influenza”, explica a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello
A pasta recomenda ainda que os grupos mais vulneráveis a infecções respiratórias, como crianças e idosos, também mantenham as doses de reforço contra a Covid-19 em dia para evitar casos graves e óbitos pela doença. As vacinas da gripe e da Covid-19 podem ser aplicadas no mesmo dia.
Para consultar os dados sobre a Covid-19 no Estado do Rio, além de outras informações, como número de internações, óbitos e taxa de cobertura vacinal, basta acessar o Painel de Monitoramento da Covid-19,
Campanha de vacinação contra a gripe
Diante do aumento de casos de SRAG por influenza nas últimas semanas, a SES-RJ reforça a importância da adesão à vacinação contra a gripe, que começa na segunda-feira (25). A campanha nacional vai até o dia 31 de maio, com o dia D de mobilização, programado para 13 de abril.
Até o momento, o Ministério da Saúde enviou ao Estado do Rio, com 648 mil doses da vacina contra a gripe. Outros lotes dos imunizantes serão liberados à medida que forem autorizados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz.
O primeiro lote de vacinas chegou à Coordenação Geral de Armazenagem (CGA) da SES-RJ, em Niterói, na última sexta-feira (15/03). No mesmo dia, técnicos do setor de imunizações da secretaria realizaram uma capacitação remota para cerca de 280 profissionais e gestores municipais.
O objetivo era orientar o planejamento da campanha. Os imunizantes foram disponibilizados aos 92 municípios fluminenses a partir da terça-feira (19/03).
Por meio de uma nota técnica enviada às Secretarias Municipais de Saúde, a SES-RJ recomendou que assim que recebessem as primeiras doses de vacinas, as equipes municipais já poderiam iniciar as ações de imunização em seus territórios. As estratégias e horários de funcionamento dos postos de vacinação podem variar de cidade para cidade.
“É importante que os grupos prioritários busquem os postos de saúde o quanto antes. Temos observado queda da positividade da Covid-19 e aumento da circulação viral da Influenza. Reforçamos que a vacina contra a gripe pode ser administrada simultaneamente a outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação e também com outros medicamentos”, afirma a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
Confira os públicos prioritários para a vacinação:
– crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
– trabalhadores da saúde;
– gestantes e puérperas;
– professores do ensino básico e superior;
– povos indígenas;
– idosos com 60 anos ou mais de idade;
– profissionais das forças de segurança e salvamento;
– profissionais das Forças Armadas;
– pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
– pessoas com deficiência permanente;
– caminhoneiros;
– trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso;
– trabalhadores portuários;
– população privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade;
– adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativa;
– população quilombola.
Fique atento:
• A vacina contra a gripe pode ser administrada com quaisquer outras vacinas do calendário vacinal;
• Se você foi diagnosticado com dengue ou por algum outro quadro infeccioso ou febril deve aguardar de 15 a 20 dias para receber o imunizante contra a gripe;
• Quem teve Covid-19 tem que aguardar quatro semanas após o início dos sintomas ou resultado positivo do exame para receber a vacina contra gripe;
• A Anvisa orienta que os vacinados devem esperar um período de 48 horas para doar sangue;
• Quem estiver com febre moderada ou grave deve adiar a ida ao posto para se vacinar;
• A vacina contra gripe é contraindicada para crianças menores de 6 meses de idade e pessoas com histórico de alergias graves a doses anteriores.
Com informações da SES-RJ