Doença celíaca, alergia ou intolerância ao glúten? Entenda a diferença

Intolerância surge em qualquer idade e independe do uso regular ou não do alimento. Se não evitar glúten, celíaco pode ter complicações

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Estudos da OMS – Organização Mundial da Saúde revelam que cerca de 2 milhões de brasileiros sofrem com intolerância ao glúten, uma proteína naturalmente encontrada em trigo, aveia, centeio e cevada, que está presente em alimentos como pães, torradas, massas, bolos e doces.

Esta semana celebramos o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca (16 de maio), uma doença autoimune causada pela intolerância ao glúten, que dificulta o organismo  de absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água.

Um dos conceitos mais importantes desse período é esclarecer a diferença entre a doença celíaca, a alergia e a intolerância ao glúten, pois cada uma dessas condições apresenta sintomas e níveis de gravidade diferentes.

doença celíaca é causada pelo próprio sistema imunológico da pessoa, quando o glúten chega ao intestino, o corpo libera anticorpos que atacam a parede do órgão. A inflamação causada por esse ataque leva a sintomas como diarreia, anemia, flatulência excessiva, distensão e dor abdominal.

É preciso retirar o glúten da dieta para que esses sintomas não desencadeiem doenças ainda mais graves como osteoporose, câncer no intestino, linfoma e infertilidade.

Quanto à intolerância ao glúten, trata-se de um quadro mais leve, em que os sintomas se assemelham a um desconforto. Nesses casos, muitas vezes o causador não é o glúten e sim o trigo em geral. É preciso realizar exames e estudos aprofundados para chegar ao diagnóstico.

A diferença entre as duas condições é que a doença causa uma inflamação imediata no intestino delgado por conta do consumo do glúten, enquanto a intolerância é apenas uma resposta negativa do corpo em relação à proteína, sem gerar uma inflamação. Nesse último caso, trata-se de uma sensibilidade do organismo, um desconforto.

Já a alergia ao trigo, pode começar com sintomas leves, como coceiras, e evoluir para um quadro mais severo com tosse, falta de ar, náusea, vômito e desmaio, podendo levar à morte.

Independentemente dos sintomas apresentados, é preciso buscar ajuda médica e realizar exames como de sangue e biópsia intestinal para que a investigação seja conclusiva. Havendo alguma suspeita de reação ao glúten, o mais indicado é retirar, de imediato, o glúten e o trigo da dieta.

Intolerância alimentar surge em qualquer idade

O médico Samuel Okazaki, cirurgião do aparelho digestivo, que faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Vila Nova Star e São Luiz, esclarece a diferença entre os tipos de intolerância alimentar, que nos últimos anos têm ganhado mais protagonismo nos debates sociais e cada vez mais espaço nas prateleiras dos supermercados.
“A intolerância alimentar é uma resposta do organismo a determinados alimentos que geralmente dificulta o processo de digestão e causa uma série de consequências que podem ser bastante negativas ao nosso corpo. Tal condição pode se manifestar em qualquer faixa etária e independe se a pessoa fazia uso regular, ou não, do alimento”, afirma.
As duas intolerâncias mais comuns são ao glúten e a lactose – muito presentes em alimentos do nosso dia a dia. Segundo ele, quando um paciente apresenta algum tipo de intolerância é frequente que os sintomas surjam logo após a ingestão do determinado alimento.
Os principais são dores abdominais (cólicas), distensão abdominal, excesso de gases na barriga, variação intestinal – diarreia ou prisão de ventre – náuseas, retenção de líquido e inchaço no corpo, cefaléia, fadiga, tontura, entre outros.
“Contudo as manifestações também podem aparecer tardiamente – o que pode causar uma demora na percepção do malefício que o alimento traz e no seu diagnóstico”, destaca.
No caso de ambas as intolerâncias alimentares, é possível levar uma vida absolutamente normal – seguindo a dieta correta e respeitando todas as fases do tratamento.

Intolerância alimentar ao glúten pode ser celíaca e não-celíaca

O médico explica que existem dois tipos de intolerância: celíaca e não celíaca. No caso da não celíaca, há uma dificuldade ou incapacidade do organismo de digerir a proteína, o que causa dano às paredes do intestino delgado, dificultando a absorção de nutrientes e causando os sintomas mencionados anteriormente.  Geralmente sua manifestação ocorre tardiamente, depois da fase de desenvolvimento.

“Já a celíaca (chamada de Doença Celíaca por conta da intolerância à proteína), é uma reação do sistema imunológico do corpo, ou seja, é uma doença autoimune desenvolvida por pacientes que possuem genes específicos. Por conta disso, costuma ser diagnosticada geralmente na infância quando a criança começa a ter contato com o glúten apresentando os sintomas e, algumas vezes, prejuízo no crescimento e aumento de peso”, esclarece.

Apesar de serem diferentes, ambas causam grande desconforto e alteram a qualidade de vida do paciente, sendo de extrema importância identificar a intolerância precocemente para que o médico possa encaminhar o melhor tratamento.

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames como: o teste de Van der Kammer (exame de fezes), teste D-xilose (exame de urina), teste sorológico de sangue – para identificar anti-gliadina, anti-endomísio e anti-transglutaminase, teste genéticos sanguíneos (HLA DQ2 e DQ8) e ainda, uma biópsia intestinal – que é feita quando o paciente realiza o exame de endoscopia.

“Para ambos os casos, a solução é uma dieta livre de glúten. Hoje, o mercado apresenta uma série de opções saborosas e de qualidade para pessoas que levam uma dieta celíaca”, recomenda o especialista.

Com Assessorias

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