‘Não me acho bonita’: Sandy revela apego a maquiagem e filtros

Vício em filtros de manipulação da imagem e necessidade constante de maquiagem pode revelar sintoma da Síndrome da Decepção Continuada

A cantora Sandy, de 41 anos, diz que não se acha bonita e usa filtros em fotos e maquiagem até dentro de casa (Foto: Reprodução da TV Globo)
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“Não me acho bonita. Não ando sem maquiagem e unca posto foto ou faço vídeos sem filtro e uso maquiagem até dentro de casa”. Com essa declaração em uma entrevista recente na TV Globo, Sandy,  de 40 anos, surpreendeu todos os seus fãs. 

Durante participação no “Angélica: 50 e tantos”, exibido de forma compacta no Fantástico de domingo (26/11), ela revelou a Maísa, Fernanda Souza e Angélica que não consegue postar fotos sem filtro. “Vejo vocês postando foto sem filtro. Não consigo fazer isso. Não me sinto à vontade de as pessoas me verem nua e crua”

A cantora, que encanta por sua beleza, simpatia e rostinho de quem parece nunca envelhecer, demonstra dificuldades em desapegar dos famosos filtros manipuladores de imagem que alteram o padrão de beleza real em fotos e são, atualmente, muito utilizados por artistas e influenciadores.

A fala de Sandy reacende a polarização e maximização do belo e perfeito, propagado pelos filtros que evidenciam uma necessidade em apresentar uma aparência, distante da realidade, marcada pelo efeito computadorizado de medidas simétricas perfeitas para impressionar. 

Mas onde estão os rostos reais? As olheiras marcadas? As manchas na pele causadas pela acne acentuada? E as imperfeições naturais provocadas pelos sinais da idade que os filtros insistem em esconder?

Sandy revelou no Fantástico que não se acha bonita e usa filtros em fotos e maquiagem até dentro de casa (Foto: Reprodução da TV Globo)

Não tenham dúvidas quanto à afetação do bem-estar e do psicológico do indivíduo que vive a partir de uma realidade virtual distorcida, alimentando através da insatisfação com sua aparência, uma tendência de baixa autoestima e, possível depressão, desconstruindo o real, atendendo aos apelos de uma sociedade que cultua o belo e promove uma extrema exposição, através do vício danoso da manipulação da própria imagem.

Neste caso, o desejo e a vontade em pertencer ao grupo dos belos e perfeitos, dos rostos simétricos classificados por rótulos, em contraponto à busca de expressão de sua própria individualidade que, na maior parte das vezes, justifica-se por um sentimento de insuficiência e competição.

Mas seria esse o caso da cantora?  Fica difícil afirmar a motivação. Porém, uma coisa é certa: o exagero nesta utilização dos filtros embelezadores alimenta o sentimento narcísico do ser humano e aumenta sua necessidade de espelhamento.

Esse hábito estimula o desejo de que o outro o perceba sempre belo e perfeito, expondo, de forma excessiva, suas emoções e promovendo distorções depressivas através de crises de ansiedade e de uma possível sensação de opressão, uma vez que não se consegue ser feliz sendo ele mesmo, da forma como se é.

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Alerta para a Síndrome da Decepção Continuada

Por isso, de maneira geral, é importante estarmos atentos a estes efeitos psicológicos da vida digital que, superestimam a nossa imagem e podem desencadear o que chamamos de Síndrome da Decepção Continuada, quando não mais me reconheço como sou. Minha imagem real não agrada e só consigo aceitar a imagem que será perfeita para a sociedade. 

Portanto, que Sandy é linda com ou sem filtro, não há dúvidas. Mas, enfim, a reflexão no contexto da saúde mental nos faz concluir que, essa busca e predileção por imagens e perfis mais positivos e, esteticamente, mais atraentes, reflete uma falsa realidade e a mais pura rejeição da imagem real e segura em prol de uma imagem desejável e aceitável por todos.

Perceba que, quando isso acontece, também está sendo rejeitado o amor próprio e evidenciado os mais variados complexos, camuflados por uma necessidade de reconhecimento. Por que eliminar sua individualidade? Onde está sua aceitação?

Controlar o vício da manipulação da imagem e fugir da imposição neurótica de uma vida de aparências, é fundamental, pois o ser humano não morre quando o coração para de bater, ele morre quando deixa de se sentir e se perceber de verdade. 

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