Por Andrea Ladislau*

“Então, é natal! O que você fez?”. Confraternizações de fim de ano, batendo à porta e o famoso trecho da música da cantora Simone inundando Dezembro. Um período bem característico que mexe com a emoção de muitas pessoas.

Fim de ano, festas, época de muita alegria, não é? Não para todo mundo, infelizmente. Já ouviu falar da Dezembrite? Um termo usado pelos especialistas para designar a síndrome do fim de ano, ou seja, o aumento de casos de ansiedade e depressão que essa época pode trazer.

A mídia, bem como algumas religiões, apresentam uma formatação padrão de Natal que, geralmente, difere da realidade da maioria das famílias. Isso, muitas vezes, gera frustração para adultos e crianças, que também podem apresentar transtornos depressivos, ou, mesmo, tornarem-se adultos que trarão a certeza de que o Natal ou fim de ano não passa de um momento de frustração, mentira, etc.

Isso já acontecia antes da pandemia, mas tudo ficou ainda mais intensificado após ela. Ansiedade generalizada, insônia, falta de energia, burnout…

Se a pessoa apresentar alguns desses sintomas, é importante fazer um autoquestionamento:

🧠 Isso ocorre com frequência?
🧠 Traz transtornos para minha vida?
🧠 Quanto tempo dura?

Mas por que isso acontece? Antes de tudo, dezembro é um mês mais curto. A sensação geral é que tudo precisa estar resolvido até a semana do dia 20, trazendo uma ideia de urgência.

Temos também como causas: a solidão; ausência de membros da família (filhos que não irão passar o Natal com a família , pais que se separaram ou se foram, etc.); culpa pelo consumo compulsivo; incompatibilidade entre a vida real e a idealizada com base nas propagandas, que, geralmente, apresentam famílias felizes em torno de mesa farta e suntuosos presentes; insatisfação com resultados do balanço anual, já que muitos planos são feitos no início do ano, mas as ações não viabilizam sua concretização; entre outros.

Além disso, as tarefas costumam aumentar: além dos afazeres do dia a dia, ainda precisamos comprar presentes, pensar cardápios e traçar planos e rotas – o que sobrecarrega a todos.

Viralizam os questionamentos naturais aos “finais de ciclos”. A venda de antidepressivos, de calmantes, de tarjas pretas em geral sempre dispara nessa época e aqui é que eu gostaria de deixar meu recado:

Não se automedique. Muita gente acaba sem motivação e para os exercícios, larga mão da dieta e nunca mais volta. Usa açúcar, álcool e farináceos como recompensa. Manuseia mal o estresse e abre mão da qualidade do sono. Assim, tudo piora e você acorda mais cansado, não controla a fome e piora sua saúde mental. Ou seja, deixa de lado os pilares para uma vida saudável!

Em resumo, o principal é que nessa época a gente continue fazendo os exercícios, se alimentando bem, não exagerando no álcool e estando perto de quem a gente gosta. E, claro, procure ajuda profissional sempre que perceber que algo não está bem.

*Andrea Ladislau é pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É também graduada em Letras e Administração de Empresas, palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.

Contatos: Instagram: @dra.andrealadislau / Telefone: (21) 96804-9353 (Whatsapp)

Andrea Ladislau colabora para a seção Palavra de Especialista toda quarta-feira. Dúvidas e sugestões para palavradeespecialista@vidaeacao.com.br.

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