Garantir o direito ao planejamento reprodutivo reduz significativamente as taxas de gravidez não intencional e mortalidade materna, ampliando oportunidades para adolescentes e jovens. Isso lhes permite permanecer na escola, ingressar no mercado de trabalho e contribuir ativamente para a economia.
No entanto, o acesso aos métodos contraceptivos ainda é um desafio no Brasil. A recente ampliação do programa Farmácia Popular, que passou a oferecer gratuitamente métodos contraceptivos, pode mudar este cenário.
Outra medida importante seria a recente regulamentação do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que autoriza esses profissionais a prescrever contraceptivos hormonais. No entanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) conseguiu suspender na Justiça a resolução do CFF que permitia isso.
Em meio a essa batalha judicial, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e o Conselho Federal de Farmácia (CFF) formalizaram uma parceria estratégica para ampliar a informação qualificada sobre saúde reprodutiva no Brasil.
A proposta prevê um programa de treinamento de farmacêuticos e farmacêuticas para aprimorar a oferta de informações e serviços essenciais à população, ajudando a reforçar o papel das farmácias como pontos estratégicos de assistência à saúde.
Campanha deve contar com o apoio de 92 mil farmàcias
Com o tema “Cuidar e Informar: Farmacêuticos na Promoção da Saúde Reprodutiva”, a campanha que sela a parceria prevê a ampliação de serviços de atendimento e formação de 33 mil farmacêuticos e farmacêuticas de todo o Brasil. A iniciativa vai contar com a participação de mais de 92 mil farmácias.
O acordo foi oficializado durante uma cerimônia com a presença de autoridades do Poder Legislativo, representantes do governo federal e lideranças do setor farmacêutico. Para Florbela Fernandes, representante do UNFPA no Brasil e diretora de país para o Uruguai e o Paraguai, o acordo tem o potencial de impactar diretamente a vida de milhares de mulheres e meninas, além de contribuir para a economia do país.
As farmácias desempenham um papel essencial no acesso à saúde no Brasil. Esta parceria não apenas fortalece a oferta de informações qualificadas sobre saúde reprodutiva, mas também se torna uma porta de entrada para muitas outras iniciativas de impacto”, destacou.
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Expansão do acesso à saúde reprodutiva na Amazônia
Além da parceria com a Abrafarma e o Conselho Federal de Farmácia, o UNFPA tem atuado na ampliação do acesso à saúde reprodutiva em territórios de maior vulnerabilidade. Na Ilha do Marajó (PA), por exemplo, a organização desenvolve uma iniciativa alinhada à campanha “Cuidar e Informar”, em parceria com o Ministério da Saúde, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems-PA), a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e a Prefeitura de Breves.
A ação forma enfermeiras para a inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU), ampliando o acesso a métodos contraceptivos e promovendo autonomia e dignidade para as mulheres da região. A iniciativa representa uma prática inspiradora dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), com impacto positivo e direto na vida das mulheres amazônidas.
Por meio de parcerias estratégicas e inovadoras, o UNFPA segue comprometido em construir um mundo onde cada gestação seja desejada, cada parto seja seguro e cada jovem tenha a oportunidade de alcançar seu pleno potencial.
Fonte: UNFPA, com Redação
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