Maio Laranja reacende o alerta sobre a urgência do combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. A campanha nacional é voltada para a conscientização e prevenção desse tipo de crime. Durante este mês, diversas iniciativas são realizadas em todo o país com o objetivo de educar e engajar a sociedade na luta pela proteção dos direitos das crianças.

A escuta ativa é um dos principais instrumentos de proteção. Ouvir, acolher e orientar crianças e adolescentes com atenção e cuidado pode ser o primeiro passo para interromper uma situação de violência. E mais do que isso: criar ambientes seguros, como escolas, centros culturais e espaços comunitários, fortalece os vínculos e amplia a rede de confiança necessária para que vítimas e testemunhas se sintam amparadas para falar.

A Casa Cultural na Faixa é um desses ambientes. Mais do que um espaço para difusão da cultura e oportunidades, é uma referência de proteção e cidadania na Baixada Fluminense, principalmente no Weda, região onde inaugurou o primeiro de três espaços.

Como projeto da ONG Se Essa Rua Fosse Minha (SER), realizado por meio de convênio com a Transpetro, a iniciativa promove oficinas e rodas de conversa sobre direitos da infância, prevenção de violência e fortalecimento da autoestima de crianças e adolescentes.

Projetos como o Cultura na Faixa mostram que o combate ao abuso sexual não se dá apenas por meio da repressão, mas também pela criação de oportunidades, de pertencimento e de consciência coletiva.

O assessor de Direitos Humanos do projeto, Leonardo Faislon, explica que quando uma criança participa de uma oficina de circo social, futebol, música, Folia de Reis, ela não somente desenvolve talentos, mas constrói referências, fortalece sua autonomia e aprende a reconhecer seus próprios direitos.

Por isso, de acordo com o Faislon, a valorização de políticas públicas e projetos sociais voltados à infância deve caminhar lado a lado com ações de denúncia e responsabilização. “Falar sobre o abuso infantil é necessário, mas garantir que toda criança tenha acesso à cultura, à educação e ao afeto é o que transforma essa realidade a longo prazo”.

Médica Lupita Glamurosa participa do Maio Laranja

A médica colombiana Sandra Lopez, que se transforma em Lupita Glamurosa ( um tipo de princesa) para humanizar os atendimentos e levar alegria nos hospitais públicos do litoral paulista, todos os meses participa de uma campanha de conscientização. Dessa vez, a profissional da saúde participa do Maio Laranja, para conscientização e combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

O slogan da campanha – Faça bonito, proteja nossas crianças e adolescentes – é um chamado a sociedade para assumir a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual contra crianças e adolescentes Esta campanha deve mobilizar, sensibilizar, informar e convocar a sociedade a participar da defesa dos direitos de crianças e adolescentes garantindo que possam se desenvolver de forma segura e protegida livre do abuso e da exploração sexual.

O símbolo da campanha é a gérbera, uma flor de cor laranja remete aos desenhos da primeira infância, fazendo assim uma associação entre a fragilidade de uma flor com a de uma criança. Lupita leva sua alegria com vestidos glamourosos, com muito brilho, acompanhados de uma coroa que simboliza uma transmissão de energia e paz.

Lupita foi criada há cinco anos pela médica colombiana Sandra Lopez. Ela entra nas enfermarias de hospitais públicos do Guarujá e Mongaguá fazendo brincadeiras, dançando e tocando músicas latinas, como as da cantora Shakira. “O apelido foi dado por enfermeiras do pronto socorro Vicente de Carvalho em Guarujá. E meu cabeleireiro, um dia antes, falou: Lupita é glamourosa”, recorda a médica.

A ideia de acompanhar as campanhas me chamou a atenção porque cada mês tem uma cor que a representa. Me identifiquei pois eu já faço o atendimento com figurinos de aventais de cores e achei a oportunidade de fazer o chamado de atenção às campanhas. E através das cores passar a mensagem de conscientização e prevenção”, explica a médica.

Sandra diz que os pacientes gostam e admiram a iniciativa dela. “Aproveito para explicar o que significa a cor de cada mês. É uma maneira mais fácil de entender, se interessar e participar da campanha passando a mensagem para outras pessoas. Causa impacto nos pacientes ver uma médica sair da rotina do branco. A alegria mexe com a parte emocional dando mais confiança e consequentemente amenizando a dor”, completa.

E a inspiração para isso veio da cantora Shakira, que assim como ela nasceu na Colômbia. Lupita também já tem sua a música inspirada no ritmo colombiano e no de Shakira. “Eu adoro a Shakira. Admiro pelo seu talento profissionalismo, beleza e principalmente pelo seu carisma. Além das grandes obras sociais que ela faz”, comenta a médica, que é fã das músicas da artistz. “Quando entro nas enfermarias, as músicas usadas são as da Shakira, que são muito alegres e contagiosas. Os pacientes adoram esse ritmo latino que Lupita leva para amenizar a dor”.

Música orienta crianças sobre o que “pode e não pode”

Os “Poti Poti”, dupla de pai e filha famosa na internet, que soma mais de 400 milhões de visualizações, entrou nessa campanha e lançou uma música, onde por meio das cores dos semáforos os pequenos conseguem saber o que podem ou não permitir. A canção é focada na conscientização, prevenção e como enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes.

No vermelho, não, não pode tocar. Vamos, criançada, começar a decorar” é o trecho onde eles mostram, com o auxílio de mãozinhas no corpo, os lugares em que outras pessoas não podem encostar neles, sinalizando o alerta.

Alguns famosos abraçaram a causa e compartilharam a música dos Poti Poti. Júnior Marinho, pai de Lolô, que formam os Poti Poti, salienta a importância do trabalho de todos nessa luta. “O Maio Laranja nos lembra que cada um tem o seu papel na defesa das crianças, e com informações corretas eles conseguem viver em um ambiente mais seguro”.

Faça sua parte – denuncie

Neste Maio Laranja, o convite é para que cada pessoa faça sua parte: escute com atenção, oriente com responsabilidade e denuncie com coragem. E, principalmente, apoie quem está na linha de frente, porque proteger a infância é um compromisso que precisa ser renovado diariamente. Para denunciar abusos e maus-tratos infantis, contate o Disque Denúncia 100.

Com Assessorias

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