O boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (15) faz uma alerta sobre o vírus da influenza A, causador da gripe, que se tornou a principal causa de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos – superando a Covid-19  – e uma das três principais causas de óbitos entre as crianças.

Na Semana Epidemiológica 19, período de 4 a 10 de maio, foi registrado também um aumento nas hospitalizações por influenza A em diversas partes do país, com níveis moderados a altos de incidência em estados do Centro-Sul e nas regiões do Norte e Nordeste.

Dentre as doenças causadoras da síndrome, estão as infecções dos pulmões (pneumonias), que podem ser provocadas por diferentes micro-organismos, como bactérias e vírus respiratórios, que aumentam nessa época do ano, colocando a saúde da população 60+ em risco.

Os pesquisadores do InfoGripe reforçam que a vacina é a ação mais eficaz para prevenir hospitalizações e mortes causadas pela doença. A pesquisadora Tatiana Portella orienta que todas as pessoas dos grupos mais vulneráveis se vacinem contra o vírus da influenza “o quanto antes”. 

Além disso, reforçamos a importância do uso de máscaras em unidades de saúde, locais com maior aglomeração de pessoas e, principalmente, em caso de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado”, alertou a pesquisadora.

Geriatra alerta para vacina da gripe em idosos

O geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Marco Túlio Cintra, reforça a importância da vacinação contra a gripe como forma preventiva, afim de evitar casos de pneumonias que, além de causar hospitalizações, podem provocar a morte das pessoas idosas.

A internação de idosos em hospitais pode provocar outras intercorrências, como risco de quedas, sarcopenia e osteoporose, piorando o estado de saúde. Por isso, é preciso evitar, a todo custo, chegar a esse ponto”, ressalta.

Ele explica que evitar o contato com pessoas gripadas ou resfriadas, lavar as mãos com frequência, manter os ambientes arejados e evitar aglomerações são outras medidas que devem ser adotadas. A SBGG lembra ainda que nos primeiros dias de maio, o estado de Minas Gerais e a cidade de Florianópolis (SC) decretaram estado de emergência por conta da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Outro fato preocupante é que com o avanço dos casos de gripe no País, especialmente do vírus influenza A, cresceu o número de internações por SRAG entre idosos e crianças. No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a rede pública já está pressionada antes mesmo do início do inverno por conta do aumento das hospitalizações e a abertura de novos leitos.

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Em crianças, vírus da gripe é uma das três principais causas de óbito

A especialista chama a atenção que a mortalidade por SRAG nas crianças pequenas se aproxima da observada nos idosos. Nas crianças, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) permanece como a principal causa de mortalidade por SRAG, seguido pelo rinovírus e pela influenza A.

Em alguns estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste, o número de casos de SRAG em crianças pequenas, associado ao vem apresentando sinais de desaceleração ou até de reversão.

Apesar disso, ainda não é o momento de relaxar os cuidados nessas regiões, já que a incidência de casos continua alta ou moderada”, avalia a pesquisadora do InfoGripe Tatiana Portella.

O boletim mostra sinal de aumento de casos de SRAG em diversos estados, tanto nas tendências de longo prazo (últimas 6 semanas) quanto nas de curto prazo (últimas 3 semanas). Esse cenário se deve ao crescimento de SRAG nas crianças pequenas, associado principalmente ao VSR, e na população de jovens, adultos e idosos, associado ao vírus da influenza A.

O VSR mantém uma incidência expressiva tanto de incidência quanto de mortalidade por SRAG em crianças pequenas. Outros vírus de destaque nessa faixa etária são o rinovírus e a influenza A. A influenza A, além de ser a principal causa de mortalidade por SRAG entre os idosos, é uma das três principais razões de óbitos por SRAG em crianças pequenas.

Estados

Ao todo, 15 das 27 unidades da federação apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Outros oito estados também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento de longo prazo: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Com informações da Fiocruz e SBGG

 

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