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A conta é simples: se um maço custa em torno de R$ 8, um fumante que consome um maço de cigarro por dia gastará a mais, por mês, R$ 240. Se deixar de fumar e investir esse valor (R$ 240/mês) em uma poupança, por exemplo, ao final de 10 anos, a pessoa terá R$ 63.291,18 e, ao final de 20 anos, terá R$ 293.901,45. O cálculo é feito pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e pela DSOP Educação Financeira.

Esse aumento de custo no orçamento mensal das pessoas com certeza fará com que muitos repensem sobre a importância de acabar com esse vício. No entanto, infelizmente, mesmo com os preços atuais, poucas pessoas se dão conta do risco financeiro que isso proporciona. “É lógico que esse risco é muito menor do que os físicos, entretanto não podemos negar que esse impacto reflita na economia diária do fumante, especialmente neste momento de crise econômica”, afirma Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira, presidente da Abefin e da DSOP.

“E tudo isso sem contar os gastos que um fumante terá nesse período com problemas de saúde ocasionado pelo cigarro e com a perda de rendimento no trabalho em função do cansaço que esse vício proporciona”, destaca o especialista, que também é autor do best-seller ‘Terapia Financeira’, de ‘Diário dos Sonhos’ e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

O ato de fumar não faz só que o viciado perca dinheiro, o tabagismo gera uma despesa mundial de bilhões de dólares por ano, considerando os tratamentos das doenças relacionadas ao tabaco, às mortes de cidadãos em idade produtiva, o maior índice de aposentadorias precoces, o aumento no índice de falta ao trabalho e o menor rendimento produtivo.

O presidente da Abefin explica que o cigarro também faz com que os governos tenham menos dinheiro para investir em outras áreas da saúde, o que garantiria uma maior longevidade a toda a população.

“Agora, se você é fumante, imagine: como você estará daqui a 30 anos se continuar a fumar? Sua saúde estará boa? Quanto você terá gasto? Mas, se as pessoas pararem de fumar hoje e investirem esse dinheiro, daqui a 30 anos, além de terem uma qualidade de vida muito maior, ainda terão uma boa reserva financeira. Será que não vale realmente a pena parar de fumar?”, questiona o especialista.

Campanha E Se eu Parar de Fumar?

Para incentivar as pessoas a deixarem o cigarro, o Grupo Oncoclínicas lança nesta semana a campanha #E se eu parar de fumar. A ação em mídias digitais faz parte de uma série de iniciativas promovidas pelo Grupo em apoio ao Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), que incluem também interações diretas com a população por meio de redes sociais e em espaços públicos de grande circulação nas principais capitais do Brasil.

Na landing page http://www.eseeuparardefumar.com.br, os interessados têm acesso a conteúdos que traçam a cronologia de respostas positivas do organismo quando há a interrupção do vício e apresenta  uma calculadora virtual que aponta, em tempo real, a relação dos custos com consumo de cigarros em comparação a experiências como viagens ou aquisição de bens.

Ao digitar dados simples relacionados aos hábitos tabagistas, o sistema faz uma comparação com outros tipos de investimento à lista de itens indicadas por pesquisas como os mais desejados pelos brasileiros. Como exemplo, considerando o consumo diário de um maço de cigarros, com preço médio de R$ 6, ao final do mês terão sido gastos cerca de R$ 180. Se convertido o total investido mensalmente ao longo de 15 anos, seria possível realizar quatro viagens à Europa, com todas as despesas para duas pessoas, ou ainda adquirir um carro de luxo.

A partir de uma abordagem descontraída, a iniciativa traz ainda conteúdos informativos que alertam a população em geral sobre a perigosa relação entre o tabagismo e os riscos aumentados de incidência de câncer e outras condições crônicas – como hipertensão e doenças cardiovasculares. Desta forma, a campanha tem por objetivo transmitir uma mensagem positiva sobre como hábitos simples podem mudar vidas a partir de uma série de materiais ilustrados, disponíveis para download no site.

Benefícios começam 20 minutos após parar o vício

Ao contrário do que muitos usuários destes produtos acreditam, nunca é tarde demais para parar. Os benefícios à saúde começam apenas 20 minutos após interromper o vício: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés são normalizadas.

Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui. E após apenas 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar de novo e os sentidos de olfato e paladar melhoram. De duas semanas a três meses, a circulação sanguínea melhora consideravelmente. Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.

A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão, e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, especialistas afirmam que torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.

”Os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão. Por isso, eliminar esse hábito ajudará a mudar e salvar vidas, principalmente ao conscientizar as pessoas em relação aos benefícios imediatos e em longo prazo do abandono do cigarro. Poucos têm conhecimento, por exemplo, de que pressão arterial, frequência do pulso e temperatura de mãos e pés ficam normalizadas em apenas 20 minutos depois de parar de fumar“, adverte o oncologista e diretor da Oncoclínica RJ, Carlos Augusto Vasconcelos de Andrade.

Pneumologistas alertam para o risco do narguilé

Principal fator de risco evitável do câncer de pulmão, o tabaco está presente em cigarros, charutos, cachimbos, narguilé e também nos cigarros eletrônicos. De acordo com especialistas da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 82 substâncias presentes na fumaça do narguilé foram identificadas como tóxicas para a saúde.

O objetivo da entidade é transmitir informações para desencorajar o uso de produtos atrativos para os jovens e nocivos ao organismo, que incluem não somente os flavorizantes no tabaco e o narguilé, mas também o cigarro eletrônico e aquecido (proibidos no Brasil).

De acordo com o pneumologista Carlos Alberto de Assis Viegas, o conteúdo de alcatrão, nicotina, monóxido de carbono (CO) e metais pesados é consideravelmente maior na fumaça do narguilé em comparação com a do cigarro. Outras substâncias químicas originadas a partir da queima do carvão são potencialmente cancerígenas, como o benzopireno, por exemplo. Estudos confirmam presença de atividade biológica pela fumaça do narguilé, comprometendo o crescimento e a regeneração celular.  

“A fumaça do narguilé pode desencadear Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e doença vascular, além de induzir inflamação, estresse oxidativo e envelhecimento celular precoce”, alerta Viegas.

Há 15 dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou, mais uma vez, a deliberação sobre a proibição dos aditivos de sabor no tabaco. Há cinco anos da publicação da RDC 14/2012 pela Anvisa, suspensa pela ADI 4874, os profissionais da saúde aguardam por esta votação, que representaria mais um passo para um novo rumo em prol do controle do tabagismo no país e proteção dos jovens brasileiros.

Fonte: Abefin, Oncoclínica e SBPT

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