Jovem chegou à fama aos nove anos quando participou da primeira e única edição do Masterchef Junior, da Band. Prestes a completar 16, mostra em um ensaio fotográfico que tem talento e beleza de sobra, conta por que esteve fora da mídia e seus planos a partir de agora
Quem é fã das temporadas de Masterchef vai se lembrar de uma pequena garotinha preta com seus cabelos cacheados que, de tão pequena, as vezes desaparecia atrás de sua bancada. “Está faltando uma”, certa vez disse o chef Erick Jacquin quando Aisha, com apenas 9 anos, encontrava dificuldade de aparecer por trás da caixa misteriosa.
Este foi um dos momentos em que a pequena se tornou meme e viralizou. Outro, foi quando a preferida do público, como foi tratada pela mídia na época, foi eliminada em prova com a presença do chef Alex Atala. O episódio marcou recorde de audiência na temporada e comoção nas redes sociais.
A partir dessa experiência, Aisha ainda teve a oportunidade de ser apresentadora do programa Cozinha Mágica, no canal Discovery Kids, e de fazer alguns trabalhos de publicidade.
Apesar de conquistar o público com sua fofura e carisma, aos poucos ela foi se afastando das redes sociais e de trabalhos artísticos, um caminho oposto de outros colegas de programa que se tornaram personalidades da gastronomia e influenciadores. Alguns, como Eduardo Prado e Dafne, colegas de Aisha na edição infantil, até voltaram depois de crescidos na última edição do Masterchef participando já como adultos.
Retomada da carreira
Este ano, Aisha decidiu retomar sua presença na internet com posts em suas redes sociais e acaba de posar para um ensaio com o fotógrafo Richard Freitas, um jovem profissional de apenas 19 anos, contudo cheio de talento e que tem sido disputado pelos influenciadores digitais da atualidade.
O motivo dessa pausa na carreira, ela mesma explica. “Eu era muito pequena e de repente todos me conheciam, queriam tirar foto comigo, até tocavam a campainha da minha casa só para me conhecer. O problema é que, ao mesmo tempo em que recebia todo aquele amor, eu também comecei a receber alguns ataques racistas e a sofrer bullying. Hoje, quando eu paro para organizar minhas memórias para o livro que estou escrevendo, lembro de coisas que nunca contei para ninguém. Ao ler rascunhos do livro, minha mãe até ficou chateada comigo por não ter compartilhado tudo com ela, para que pudesse me proteger”, revela.
“Me esconder foi a forma que encontrei para me defender sem a necessidade de expor tudo o que eu sentia. Desde coisas bobas, que hoje já sei lidar, como comentários ofensivos na internet, até palavras duras que ouvi, por exemplo, de outras crianças em eventos e na escola. Comecei até a parar de contar que eu tinha participado do programa quando conhecia pessoas novas. Eu já esperava que, por inveja ou por prazer mesmo, diminuiriam minhas conquistas e fariam piadinhas, como fizeram antes.”.
Nesse tempo, estimulada por sua mãe, Aisha chegou a fazer algumas tentativas de retomar a vida pública nas redes sociais e em testes. “Mas eu sempre dava um jeito de não precisar fazer uma foto ou não participar de uma seletiva. Tanto que durante um bom tempo eu nunca tive um telefone celular próprio e nunca reclamei. Aquela situação me deixava confortável pela pressão que eu recebia sempre de todos me perguntando por que eu não postava nas redes sociais para poder ganhar mais seguidores. O que eu menos queria era mais gente me seguindo (risos)”.
O mundo vivemos atualmente, com a luta pela tolerância e o engajamento contra o racismo cada vez mais fortes, começou a despertar algo diferente na jovem que, a essa altura, já entrara na adolescência.
“Eu via outras meninas jovens e empoderadas lutando e pensava que, se eu tivesse seguido pelo caminho da fama, poderia estar usando a minha voz para colaborar. Foi quando decidi escrever um livro, ainda não me sentia preparada para algo mais radical, mas retomar minhas memórias ali, na segurança do meu quarto, já era um grande passo. Até que, esse processo de escrita começou a funcionar como um desabafo, como uma terapia que me deu uma nova coragem e um novo propósito de vida. Sim, eu estou pronta para voltar e para me expor”.
Livro
O livro de Aisha, que ainda está sendo escrito pela jovem, tem previsão de lançamento até o final deste ano pela editora DISRUPTalks, da CEO Caroline Dias de Freias, que é conhecida como publisher das celebridades.
“Quando a Caroline da DISRUPTalks topou lançar o meu livro, foi uma alegria. Quando comecei a escrevê-lo, confesso que não estava certa se conseguiria, tudo começou apenas como um desabafo que descia pelas minhas mãos. Sou muito grata a ela pois foi o impulso que faltava para recarregar as minhas forças para conquistar o meu espaço, mesmo que eu tenha que encarar haters, racistas e intolerantes”.
E todo esse poder é perceptível claramente ao vermos a nova Aisha Santoz, que agora assume seu sobrenome, em suas fotos e se preparando também para ser uma artista de multitalentos, já que resolveu também lutar pelo sonho de ser atriz.
www.instagram.com/aisha.santoz