#VamosCombinar: Carnaval, só com proteção

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Mais de 100 milhões de preservativos serão distribuídos gratuitamente em todo o país no período de Carnaval.  Serão 106 milhões de preservativos masculinos, 200 mil femininos e 3,8 milhões de unidades de gel lubrificante para todo o Brasil. A campanha Prevenir é Viver o Carnaval #VamosCombinar, lançada pelo Ministério da Saúde  nesta terça-feira (6) em Salvador (BA),  terá continuidade ao longo do ano de 2018, com ações nas principais festas populares do Brasil (São João, Parada LGBT, carnavais fora de época, eventos regionais). Durante as ações, também estão confirmadas a presença do homem e da mulher camisinha. Este ano, como novidade, serão utilizadas diferentes manifestações musicais de cada local, tais como o samba, axé, frevo, marchinhas e forró.

As ações de prevenção são realizadas nos carnavais de rua durante a passagem dos blocos e das escolas de samba em Salvador, Recife, Olinda, Belo Horizonte, Brasília, Ouro Preto, Diamantina (MG), João Pessoa, Rio de Janeiro e São Paulo. As peças para TV, rádio e jornal, serão veiculadas até 2 de março para a população em geral. Além disso, haverá uma divulgação segmentada para públicos específicos em veículos de comunicação voltados a esses grupos, tais como sites, revistas e aplicativos dirigidos à população LGBT. Também serão distribuídos preservativos e folders em estradas de pedágio em Minas Gerais e Goiás.

Confira a apresentação completa (PDF)

“Esse quantitativo (mais de 100 milhões de camisinhas) é relevante porque, como um dos motes da campanha é #vamoscombinar, queremos que os foliões não só da Bahia como de todo o Brasil, em conjunto com seus parceiros, se conscientizem da importância do uso de preservativos”, explicou o ministro Ricardo Barros. Segundo ele, campanhas como essa, que se estenderão por todo o ano em diversas festas populares ao longo de todo o ano, irão possibilitar ao país reduzir não só os números de HIV e Aids, como também de outras infecções sexualmente transmissíveis. O lançamento teve a presença do embaixador da campanha, o cantor Léo Santana, e a apresentação do grupo Fit Dance e dos blocos Olodum e Ilê Aiyê.

Foco é nos jovens que menos usam preservativos

De acordo com o Ministério, a campanha dá continuidade à lançada durante o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro, e visa fortalecer às diversas formas de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis como o HIV/aids junto ao público jovem. s jovens são os que menos usam preservativos, razão pela qual são foco da campanha. Dados da Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas apontam queda no uso regular de camisinhas entre a faixa etária de 15 a 24 anos, tanto com parceiros eventuais – de 58,4% em 2004 para 56,6%, em 2013 – como com parceiros fixos – queda de 38,8% em 2004 para 34,2% em 2013.

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), realizada nas escolas de todo o país com adolescentes de 13 a 17 anos, reforça esse cenário: 35,6% dos alunos não usaram preservativos em sua primeira relação sexual. O mesmo estudo aponta que, quanto mais jovem, menor é o uso da camisinha. Enquanto 31,8% dos jovens de 16 e 17 anos não usaram preservativos em sua primeira relação sexual, esse índice sobe para mais de 40% entre os jovens de 13 a 15 anos.

O hábito de não usar camisinha tem impacto direto no aumento de casos de e aids entre os jovens. No Brasil, a epidemia avança na faixa etária de 20 a 24 anos, na qual a taxa de detecção subiu de 14,9 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 22,2 casos em 2016. Entre os jovens  de 15 a 19 anos, o índice aumentou, passando de 3,0 em 2006 para 5,4 em 2016.

Mais de 136 mil não sabem que estão com HIV

Atualmente, 830 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. São 694 mil pessoas diagnosticadas e 548 mil pessoas me tratamento. Estima-se que 136 mil pessoas ainda não sabem que estão com HIV e que 196 mil sabem que tem o HIV e não estão em tratamento.  De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids divulgado no final do ano passado, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção de casos de aids em torno de 18,5 casos a cada 100 mil habitantes, em 2016. Isso representa 40,9 mil casos novos, em média, no último cinco anos.

O Brasil apresentou, em 2016, queda de 5,2% dos casos de taxa de detecção de aids em relação a 2015, com 18,5 registros para cada grupo de 100 mil habitantes em relação a 2015 (19,5 casos). Já a mortalidade apresenta redução desde 2014, passando de 5,7 óbitos por 100 mil habitantes em 2014 para 5,2 casos, em 2016.

Em relação à faixa etária, a taxa de detecção quase triplicou entre os homens de 15 a 19 anos, passando de 2,4 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 6,7 casos em 2016. Entre os com 20 a 24 anos, passou de 16 casos de aids por 100 mil habitantes, em 2006, para 33,9 casos em 2016. Já nas mulheres, houve aumento da doença entre 15 a 19 anos – passou de 3,6 casos para 4,1.

Quanto à forma de transmissão, a doença cresce entre homens que fazem sexo com homens, mudando o perfil, nos últimos 10 anos, quando a proporção maior de caso era de transmissão heterossexual. Na comparação a 2006, observa-se aumento de 33% nos casos de transmissão de homens que fazem sexo com homens.

Dolutegravir – Atualmente, o SUS disponibiliza às pessoas vivendo com HIV o medicamento  dolutegravir, considerado como o melhor tratamento contra o HIV/aids no mundo. Cerca de 300 mil pacientes portadores do vírus receberão o tratamento em 2018. O novo medicamento apresenta um nível muito baixo de eventos adversos, o que é importante para os pacientes que devem tomar o medicamento todos os dias, para o resto da vida. Com menos eventos adversos, os pacientes terão melhor adesão e maior sucesso no tratamento.

Conheça as principais ISTs, além da Aids

Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que 40 mil novos casos de doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis e hepatite, são diagnosticados por ano no Brasil. Dados como esse aumentam em períodos festivos, como o Carnaval, que permite uma maior interação informal entre as pessoas facilitando a prática de relações sexuais sem proteção

De acordo com Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, as IST (infecções sexualmente transmissíveis), nomenclatura atualmente utilizada, dependem de fatores como atividade sexual desprotegida, drogadição e estado imunológico.

“É importante ressaltar que a camisinha reduz significantemente as chances de contaminação. Portanto, sempre usá-la no sexo vaginal, anal e oral.  No entanto, vale lembrar que algumas doenças, como o vírus do HIV e da hepatite B podem ser transmitidas por outras maneiras, como por objetos cortantes contaminados. Já no caso do HPV, a transmissão pode ocorrer por meio de objetos contaminados”.

Abaixo, o especialista comenta as principais IST’s, bem como sintomas, forma de transmissão e tratamento recomendado para cada infecção.

Hepatite B

Sintomas: A hepatite B é uma infecção hepática causada pelo vírus da Hepatite B (HBV)De modo geral, os principais sintomas são náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais e urina escura. Alguns casos podem evoluir para o câncer de fígado.

Transmissão: Ovírus chamado penetra na corrente sanguínea por meio de injeções, transfusões e relações sexuais ou, ainda, no momento do parto, pode ser passado da mãe para o recém-nascido.

Tratamento: Na maioria dos casos, o tratamento consiste em aliviar os sintomas e afastar o risco de complicações. A vacinação é a melhor prevenção.

 

Herpes genital

Sintomas: O herpes genital é uma doença sexualmente transmissível causada pelo vírus herpes simplex. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem como lesões vesiculares arredondadas que, ao se romperem, são dolorosas na região genital.

Transmissão:  O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal). Porém, pode permanecer assintomático por anos dependendo de fatores imunológicos.

Tratamento: Atente-se aos cuidados de higiene: lave bem as mãos, evite contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas e não fure as bolhas. Uso de preservativos é fundamental.

 

HIV

Sintomas: O vírus da imunodeficiência adquirida pode atacar as células do sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos. A síndrome da imunodeficiência pode apresentar-se como fraqueza, febre, emagrecimento, diarreia prolongada sem causa aparente. No estágio de Infecção aguda, aparecem os sintomas de infecção viral, como febre, afecções dos gânglios linfáticos, faringite, dores musculares e nas articulações.

Transmissão: Pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal, leite materno ou transfusão de sangue contaminado.

Tratamento: O controle da infecção pelo HIV é realizado com medicamentos chamados antirretrovirais, que impedem a multiplicação do vírus no organismo atuando em várias etapas de seu ciclo reprodutivo. O tratamento não elimina o HIV, mas é fundamental para que os pacientes vivam mais e com qualidade de vida.

 

Sífilis

Sintomas: Doença causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis primária se manifesta por meio de ulcerações nos órgãos genitais, lesões endurecidas e indolores. Na secundária, ocorrem lesões avermelhadas em mãos, pés, mucosa oral, além de febre, mal-estar e dor de cabeça. Já a terciária, o último estágio, apresenta comprometimento do sistema nervoso central, sistema cardiovascular e ossos.

Transmissão: Pode ser transmitida durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado, ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto.

Tratamento: O tratamento é feito à base de antibióticos como a penicilina benzatina. A dosagem varia de acordo com o estágio da doença. Pode levar a partos prematuros, abortos ou malformação.

 

HPV

Sintomas: Infecção viral causada pelo Papilomavírus Humano, normalmente, causa verrugas nas áreas atingidas. As características anatômicas dos órgãos sexuais masculinos permitem que as lesões sejam mais facilmente reconhecíveis. Já nas mulheres, no caso do colo do útero, os exames de papanicolaou e colposcopia são fundamentais para o diagnóstico.

Transmissão: É transmitida por vias sexual, mas pode ser adquirido por outros meios. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero.

Tratamento: O tratamento pode ser clínico, com o uso de medicamentos, ou cirúrgico, com cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer. É importante ressaltar que não há tratamento específico para eliminar o vírus, só para as lesões.

Fonte: Ministério da Saúde e Criogênesis, com Redação

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