A importância do diagnóstico precoce
“Pacientes em estágios iniciais da EA apresentam sintomas clínicos da doença, porém geralmente não demonstram alterações estruturais em radiografias, sendo necessário, algumas vezes, solicitação de exames de alta complexidade como ressonância magnética”, explica Jamille Nascimento Carneiro, presidente da Sociedade de Reumatologia de Brasília.
Tratamento inclui corticoides e imunobiológicos
O tratamento medicamentoso da EA inclui anti-inflamatórios não esteroidais, glicocorticoides e medicamentos modificadores do curso da doença e medicamentos biológicos, disponíveis no SUS em segunda linha. Os objetivos do tratamento e papel dos imunobiológicos bem como das demais drogas são reduzir os sintomas, manter a flexibilidade axial e a postura, reduzir as limitações funcionais, manter habilidade laboral e reduzir complicações associadas à doença.
De acordo com a responsável pelo ambulatório de espondiloartrites do HSPE, Sonia Loduca, a espondilite anquilosante é uma doença reumática que pode começar com sintomas leves num primeiro momento. “Às vezes, os primeiros sintomas são uma dor lombar ou nas juntas. Esse desconforto, muitas vezes, é deixado de lado ou mascarado pela automedicação, o que torna mais longa a procura pela assistência médica provocando o agravamento da doença”, enfatiza.
A reumatologista Rina Dalva Giorgi do HSPE explica que a espondilite é crônica e que, apesar de não ter cura, pode ser tratada para que os efeitos da inflamação possam ser minimizados. “O uso correto de anti-inflamatórios e a prática regular de exercícios físicos reduzem as dores e aumentam a qualidade de vida desses pacientes”, explica a médica.
5 curiosidades sobre a Espondilite Anquilosante
O dia 7 de maio marca o Dia Mundial da Espondilite Anquilosante. Para ampliar o conhecimento sobre a doença, confira cinco curiosidades sobre a EA:
1. Quando a dor nas costas é frequente, fique atento (a).
A dor nas costas afeta 8 a cada 10 pessoas em alguma fase de vida3. Dor nas costas que melhoram com exercícios físicos e pioram no descanso é um sintoma da espondilite anquilosante.
“Na EA, a inflamação é caracterizada por dor nas costas, rigidez e desconforto crônico nesta região. Além de dor nas costas matinal ou após períodos de repouso, a espondilite pode causar dores nos quadris, nas nádegas e na parte de trás da coxa”, explica o reumatologista Tatiana Karenini Muller.
2. Uma doença crônica de origem genética
A EA é causada pelo sistema imunológico do próprio organismo, sendo provável o envolvimento de fatores genéticos e, portanto, hereditários.
Os sinais e sintomas da EA geralmente começam no final da adolescência ou início da idade adulta (entre 17 e 35 anos de idade), e muitas vezes ocorrem em pessoas da mesma família. “Além disso, a EA é uma doença que atinge mais homens do que mulheres”, complementa Tatiana.
3. Consulte um reumatologista
“A espondilite anquilosante pode ser difícil de diagnosticar. Isso porque as alterações no RX, que é o exame principal para diagnóstico, só acontecem após anos de evolução da doença. Além disso, muitas pessoas com EA acham que a dor nas costas que sentem se deve a algum tipo de tensão física no local”, conta Tatiana.
Reumatologistas são a especialidade médica para diagnosticar e tratar distúrbios que afetam as articulações, músculos, tendões, ligamentos, tecido conjuntivo e ossos. Portanto, os mais indicados para dar o diagnóstico de espondilite e seu tratamento.
4. Não há cura, mas existem tratamentos disponíveis no Brasil
Ainda não existe cura para espondilite anquilosante, mas a boa notícia é que há tratamentos e medicamentos disponíveis para reduzir os sintomas e controlar a dor. Atualmente, existem medicamentos que podem inclusive retardar a progressão da doença.
“Pessoas diagnosticados precocemente podem iniciar o tratamento antes que a doença tenha progredido, permitindo manter a flexibilidade e o movimento das articulações. O atraso no diagnóstico pode levar à incapacidade permanente de executar tarefas diárias”, alerta a médica.
5. Consulta pública do Sistema Único de Saúde discute ampliação de biológicos
No sistema único de saúde, o SUS, o protocolo clínico de diretrizes técnicas da doença inclui o fornecimento de medicamentos anti-inflamatórios1 e, quando em falha, medicamentos biológicos podem ser indicados para os pacientes. Os biológicos atuam na inibição das proteínas que promovem a inflamação.
Aplicativo ajuda no diagnóstico
Com Assessorias