Paciente de 53 anos em tratamento com ECMO tem alta após 99 dias

Empresário usou aparelho que funciona como pulmão artificial, por 60 dias. Mesma técnica foi utilizada no tratamento do ator Paulo Gustavo

Após 60 dias na terapia de ECMO, empresário de 53 anos, que teve Covid-19, deixa hospital (Foto: Matheus Campos)
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No final de março, M.L.F., de 53 anos, foi acometido pelo coronavírus. Ele procurou atendimento no Vera Cruz Casa de Saúde com uma forte gripe e dores nas costas. Foi feita a testagem para a Covid-19 e o exame testou positivo. O paciente foi medicado e orientado a seguir em isolamento e se cuidar em casa. Cinco dias depois, o executivo de TI retornou ao hospital com falta de ar, foi internado e, dois dias depois, intubado. Com oito dias de internação, seu estado de saúde piorou e a família foi chamada.

“O hospital me ligou pedindo para que fosse no dia seguinte ver o meu marido, parecia ser uma despedida, chamei todos da família. Na unidade, o médico me disse que ali haviam tentado de tudo, mas, que se eu autorizasse, eles iriam transferir o meu marido para o Vera Cruz Hospital, para submetê-lo ao ECMO, um tratamento até então novo na luta contra o coronavírus. Com esperanças, e vendo na mídia que o ator Paulo Gustavo fazia o mesmo tratamento, autorizei”, conta C.F.L, esposa do paciente. Quando foi transferido, ele já não transmitia mais o vírus.

Nesta quarta-feira (7), após 99 dias de internação, sendo 60 com o ECMO, a família celebra a alta do executivo de TI. “Os médicos não desistiram em nenhum momento do meu marido, houve diversas intercorrências, mas sempre buscaram soluções. É uma equipe de profissionais que vou lembrar com muito carinho pelo profissionalismo e carinho que tiveram com o meu marido”, ressalta.

O cirurgião cardíaco Gustavo Calado, e vice-presidente da Sociedade de Circulação Extracorpórea, explica que nem todos os pacientes que estão em estado grave podem ser submetidos ao tratamento na máquina. “Na luta contra o coronavírus, o ECMO ainda é um tratamento novo. É necessário que o quadro de saúde seja grave, pois há riscos, e que seu organismo ainda esteja apto para ser tratado”, disse.

O ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) é um equipamento de alta complexidade que funciona como um pulmão artificial fora do corpo do paciente. Um tubo é colocado nos vasos sanguíneos para que o sangue seja reoxigenado e feita a troca de gás carbônico e oxigênio.

No Vera Cruz Hospital, o tratamento do ECMO não é novidade para tratar outras complicações respiratórias. “Tratamentos relacionados ao ECMO já aconteceram no hospital, e a sobrevida dos pacientes foi de 60%. Em casos que não têm relação com a Covid-19, os pacientes precisaram ficar ligados ao aparelho, em média, de 7 a 10 dias, para a reabilitação do pulmão, ou coração, outro órgão em que o ECMO é usado”, esclarece o Dr. Gustavo Calado.

60 dias de tratamento em ECMO


Foram necessários 60 dias ligados ao aparelho para que o pulmão de M.L.F pudesse voltar a funcionar normalmente. O longo tempo no leito de um hospital gerava angústia e ansiedade na família. “Alguns dias foram bons, outros ótimos, teve dias ruins e outros péssimos. Era viver um dia de cada vez, sem saber o que me esperava ao chegar no hospital. Mas tudo passou e ele está se recuperando. Durante todo o tempo que permaneceu acordado, ele estava lúcido e agora é cuidar da parte motora para que ele possa voltar à vida normal”, comemora a esposa.

O médico intensivista do Vera Cruz Hospital, Thiago Vedovello, foi um dos profissionais que estiveram ao lado da família nesse momento tão difícil. “O uso do ECMO requer uma equipe multidisciplinar qualificada e treinada para manusear o aparelho. Muitas pessoas participaram desse período em que o paciente esteve internado. Foram muitos dias, criamos um vínculo de carinho e estamos muito felizes em saber que nossa luta teve sucesso e que mesmo precisando de cuidados após a alta, vencemos esse caso, na luta diária contra a Covid-19”, comenta o médico.

“Todos do Vera Cruz Hospital me trataram com muito carinho, estou impressionado com o trabalho e a competência da equipe. Senti a energia e a torcida de todos para que eu melhorasse, o que fez muita diferença no tratamento, foi muito mais que uma humanização, foi uma conexão de todos em torno da minha recuperação, como uma família”, conclui M.L.F.

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