55% das mulheres acham difícil envelhecer no Brasil

Pressão pela eterna juventude é maior (63%) entre mulheres na faixa etária dos 40 aos 44 anos. No reino das famosas, idade não é problema

Sheron Menezzes interpretou sua primeira protagonista aos 39 em Vai na Fé, na TV Globo (Foto: Divulgação)
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Se o etarismo tem incomodado muitas pessoas, especialmente as mulheres, no reino das famosas, idade não parece ser um limite. Um exemplo é a atriz Sharon Menezes, que aos 39 anos conquistou sua primeira protagonista na novela da Globo Vai na Fé, que terminou nesta sexta-feira (11). Antigamente, as protagonistas ficavam na faixa dos 20 anos. Já a modelo e apresentadora Adriane Galisteu, no auge dos seus 50, posou nua – ao lado do marido e do filho – para a revista Pop-se.

Mas, na vida real, a representação social da velhice ainda é frequentemente associada ao modo de se vestir, às rugas, à perda do viço e energia no dia a dia. Sobretudo para a mulher, sabemos que existe uma cobrança para que, através de cuidados com a aparência, ela consiga atenuar os efeitos do envelhecimento, dado que isso passa a ser enxergado como algo feio e passível de ser embelezado. Não à toa, conforme dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos não cirúrgicos, como o botox.

Sobre o tema, no último estudo realizado pela Famivita, 55% das mulheres afirmaram considerar o envelhecimento difícil para elas, no Brasil, especialmente as entrevistadas na faixa etária dos 40 aos 44 anos, com 63% respondendo positivamente. Em seguida, vieram as mulheres na faixa etária entre 35 a 39 anos, com 60%. Já dos 25 aos 29 anos, esse número foi de 56%.  Entre as mulheres com filhos, 58% afirmaram esse desconforto, contra 50% das mulheres sem filhos. Entre os homens, 63% concordaram a respeito do tópico.

Além disso, os dados por estado mostraram que Rondônia é a localidade em que mais entrevistadas expressaram ser o Brasil um país difícil para uma mulher envelhecer, com 75%. Em seguida, vieram Distrito Federal e Paraná, com 67% e 63%, respectivamente. São Paulo aparece no ranking com 58% e Rio de Janeiro com 57%. O estudo feito pela Famivita teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 2.500 participantes entre 12 e 18 de abril de 2023.

‘Os 40 são os novos 30’: Medicina Estética pode ajudar

Para muitas mulheres, foi-se o tempo em que passar dos 40 ou 50 anos era sinônimo de ser alvo de etarismo. Com o passar dos anos, as mulheres estão se mantendo cada vez mais jovens, ativas e saudáveis, graças a recursos da Medicina Estética, bem como o acesso a informação e o cuidado delas para com elas mesmas. Não é à toa que se diz que os 40 são os novos 30 e os 30 os novos 20.

Foi assim, que durante a década de 80 surgiu o termo “idade da loba”, quando a mulher ao atingir a maturidade, conquistava uma vida mais ativa, madura e até mesmo a própria liberdade. Um reflexo na sociedade atual, mulheres donas de si, capazes de realizar as mesmas atividades que realizavam quando jovens e ainda com mais perfeição e sabedoria.

Para Thomas Benson, doutor em medicina e cirurgião plástico especialista em face e em Deep Plane Facelift, os avanços tecnológicos na medicina voltados para a estética e a vontade de se manter jovem, podem ser fatores determinantes dessa mudança.

“Sejamos honestos, se até os empregadores olham as redes antes de contratar alguém, os julgamentos pela aparência são cada vez mais constantes. Hoje temos o que há de melhor na medicina e podemos ressaltar a beleza natural de uma pessoa sem que seu rosto seja deformado por algo que descaracterize sua expressão”, comenta o especialista.

Muitas mulheres desejam parecer mais jovens e com isso, o mercado se aproveita para vender soluções milagrosas inexistentes. A influência das redes e até mesmo das protagonistas, ditam uma estética considerada perfeita e muitas vezes, inalcançável. Ter em seus destaques mulheres de 40 anos como protagonistas, fazem uma grande diferença nos laços entre beleza, idade e a relação estabelecida pelo público que a consome.

“Já atendi mulheres que se comparavam com famosas ou que queriam se parecer com elas. Se reconhecer uma mulher com 48 anos, por exemplo, mas incomodada com o envelhecimento da pele, e que busca uma forma de se sentir bem consigo mesma é uma mulher que sabe o que quer. Rejuvenescer é possível, mantendo o principal, a essência da maturidade”, explica o médico..

Adriane Galisteu faz 50 anos e posa nua

Adriane Galisteu, aos 50 anos, posa nua para revista Pop-se ao lado do marido e do filho (Foto: Divulgação)

Alvo na mira e à prova de likes, Adriane Galisteu é outra celebridade que vira meio século de vida e posa nua, aos 50 anos, em pose sem retoques e acting totalmente anti-etarismo. Em ensaio-entrevista para a revista Pop-se, ela rasga a roupa – e o verbo!, numa ode à liberdade de ser o que se quiser em qualquer tempo, a todo momento.

“Não achei gostoso fazer 50 anos pela idade cronológica, mas sim pela maturidade. A gente descobre que não importa a idade: o que importa é como você chega nela. Esse é o grande barato da vida. Não importa se é aos 50, 60, 70, 80 – o que importa é como você chega lá”, conta.

Galisteu mantém o mesmo viço e, embora rechace o etarismo, imprime na pele o viço da juventude num shooting fotográfico orgânico, sem intervenções de photoshop ou inteligência artificial. Com pouca roupa e muito estilo, a apresentadora é coberta em pinturas de flores de cerejeira pintadas à mão e em tempo real sobre seu corpo em clima bem “Cherry Baby”, evocando a filosofia japonesa  auspiciosa representada pelas sakuras.

“Carrego em mim histórias e memórias, cresci numa geração em que para trabalhar neste mercado a mulher precisava cumprir uma série de requisitos físicos que não foram inventados por nós. Não se falava nada sobre body positivity. Eu acho esses movimentos libertários fundamentais, embora eu siga em guerra, por exemplo, com meus cabelos brancos”, confessa.

Para o Thomas Benson, cirurgião plástico, envelhecer é uma arte, que traz em sua tela traços de uma vida bem vivida, mas que podem ser amenizados, tornando o processo do envelhecimento, agradável. Ele ainda cita Coco Chanel: ‘Você pode ser linda aos 30, charmosa aos 40 e irresistível para o resto da vida’.

“O segredo é ver o que existe de melhor no mundo e aplicar no dia a dia para que os pacientes se sintam seguros e satisfeitos com sua aparência. Esse é o benefício de uma juventude com maturidade”, completa.

Maturidade: 5 dicas para se reinventar nesta fase da vida

Especialista traz exercícios de autoconhecimento para a construção da imagem pessoal de mulheres com mais de 40 anos

Mulheres maduras podem estar onde quiserem: nas universidades, no mercado de trabalho ou assumindo tarefas de cuidado. O caso de etarismo contra uma universitária de 44 anos que chocou o Brasil em fevereiro vai contra uma tendência nacional, a da recolocação profissional de pessoas acima dos 40 anos.

Segundo dados do Ministério da Educação, nos últimos 10 anos houve um aumento de 171% de estudantes maiores de 30 anos nas universidades e as contratações de pessoas entre 40 e 50 anos aumentou no último ano, apontam dados da plataforma Gupy.

A consultora de moda e imagem Camile Stefano sabe bem disso: engenheira até os 30 anos, optou por mudar de área após o nascimento dos filhos, e agora, aos 40, acumula quase oito anos de experiência com consultoria e segue se reinventando na profissão.

À luz de sua vivência, ela selecionou cinco dicas valiosas de estilo pensadas especialmente para quem busca recriar a imagem pessoal e enfrentar novos desafios, acadêmicos ou profissionais, nesta fase da vida.

1. Arrumar-se com intenção

“Qual é o propósito das roupas e dos acessórios que compõem meu visual?” Esta reflexão é o ponto de partida e a grande aliada na hora de montar o estilo para cada ocasião e cada fase da vida. Segundo Camile, “as peças que usamos transmitem mensagens importantes sobre nossas intenções e a experiência de vida pode ajudar na tomada de decisões seguras e assertivas sobre a imagem que realmente queremos passar para o mundo”.

2. Personalidade é o carro chefe

Estar segura internamente e com a mensagem que quer passar é essencial na hora de construir a imagem externa. “Se você decidir empreender, por exemplo, a construção da comunicação de mulher empreendedora deve aliar atitude e estilo”, exemplifica Camile. “Por essa razão, antes de sair tirando as roupas do guarda-roupa, é preciso trabalhar internamente o posicionamento que se deseja assumir, a moda vai complementar essa escolha”, ensina a consultora.

3. Roupas caras não te farão uma pessoa bem vestida

A construção de um estilo sólido e uma imagem que nos traz felicidade e autoestima não tem relação com o valor das peças escolhidas. “É melhor investir em tempo para se conhecer, do que dinheiro para comprar roupas de marca”, explica Camile. A escolha da cor, tecido e caimento ideal, acompanhada do conhecimento de cada corpo, estilo de vida e da mensagem a ser transmitida, permitem o investimento em peças que são mais valiosas pelo seu potencial de uso do que pelo preço.

4. Cores são ferramenta de expressão

Roupas coloridas devem ser vistas como aliadas: os tons que nos valorizam tem o potencial de manifestar intenções. Conhecer essas cores e investir em peças coringa para compor o visual são uma saída segura para sair do básico e apostar na vivacidade. ”Cores comunicam sentimentos, emoções e sensações. Ao deixar de usá-las estamos limitando o nosso potencial”, destaca a especialista.

5. Olhe para você, se arrume para você

A madurez pode ser a oportunidade de se livrar das cobranças da juventude e trazer um olhar bondoso para si, longe das expectativas. Camile explica que, por exemplo, o exercício de se arrumar para ir a lugares rotineiros, como o supermercado, é uma forma de construir, no dia a dia, a imagem que se quer transmitir para o mundo.

“As mudanças que queremos implementar em nossa vida devem ocorrer aos poucos, por isso qualquer ocasião deve ser aproveitada para sentir-se bonita e trabalhar a autoestima”, afirma a consultora.

Com Assessorias

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