A síndrome de Down é uma alteração genética causada pela presença de um cromossomo extra no par 21, impactando aspectos físicos, motores e cognitivos do desenvolvimento. Em muitos casos, o diagnóstico é feito ainda durante a gestação, por meio de exames como a ultrassonografia morfológica e o cariótipo fetal.

Pessoas com síndrome de Down têm um risco aumentado para diversas condições de saúde, mas por outro lado, são naturalmente protegidas contra outras. O acompanhamento médico adequado é fundamental para garantir a qualidade de vida das pessoas com a síndrome, prevenindo e tratando condições associadas, como cardiopatias congênitas, problemas na tireoide e distúrbios neurológicos.

Além do suporte médico, a estimulação precoce, o acompanhamento fonoaudiológico e terapias multidisciplinares são essenciais para o desenvolvimento motor, cognitivo e social. O papel da família e da inclusão em ambientes educacionais e profissionais também são pontos fundamentais para garantir autonomia e bem-estar”, afirma Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. 

Há situações em que os pais recebem a notícia somente após o parto, o que pode gerar dúvidas e insegurança sobre os cuidados necessários. A informação e o acolhimento são fundamentais nesse momento, ajudando as famílias a compreenderem que a criança pode ter um desenvolvimento pleno, estudar, socializar e conquistar autonomia.

A estimulação adequada e o acesso a terapias especializadas são essenciais para que a criança se desenvolva com qualidade de vida. Quanto mais cedo o acompanhamento começa, maiores são os benefícios no longo prazo”, explica Juliana Gomes, fonoaudióloga especializada em transtornos de linguagem e CEO da Clínica Life.

A estimulação precoce tem um papel essencial no desenvolvimento motor, cognitivo e emocional da criança com Síndrome de Down. Ela engloba uma série de terapias que auxiliam no fortalecimento muscular, na aquisição da linguagem, na coordenação motora e na autonomia nas atividades diárias.

A fonoaudióloga Juliana Gomes destaca que muitas crianças com a condição apresentam hipotonia muscular, uma flacidez que afeta a mastigação, a deglutição e a fala. “O trabalho fonoaudiológico é fundamental para fortalecer os músculos da face, facilitando a comunicação e a alimentação da criança. Além disso, a terapia auxilia na melhor articulação das palavras contribuindo para aquisição de fala e linguagem”, explica.

Além dos exercícios, outra estratégia utilizada para potencializar a comunicação da criança é a Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), que pode incluir o uso de gestos, figuras, pranchas de comunicação e aplicativos específicos. “A comunicação alternativa facilita a interação da criança com os pais e com o mundo ao seu redor, permitindo que ela expresse vontades, sentimentos e necessidades antes mesmo de desenvolver a fala”, ressalta Juliana, que também é especialista no assunto.

A terapia ocupacional também tem um papel essencial na conquista da autonomia nas atividades diárias, como segurar um copo, usar talheres e brincar de forma independente. “Nos primeiros anos de vida, essas habilidades são estimuladas para que a criança desenvolva maior independência e participação na sociedade”, acrescenta Juliana. A especialista reforça que outras áreas da saúde podem ser fundamentais no acompanhamento, como fisioterapia, para fortalecimento muscular global, e psicologia, para favorecer a adaptação e o desenvolvimento socioemocional.

Juliana destaca que o momento ideal para iniciar as terapias é o mais cedo possível, garantindo que a criança tenha suporte desde os primeiros meses de vida. “O mais importante é que os pais busquem informação e apoio especializado assim que o diagnóstico for confirmado. Quanto antes começarmos a estimulação, mais impacto positivo teremos no desenvolvimento da criança”, orienta.

No dia 21 de março, é celebrado o Dia Mundial da Síndrome de Down, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar a importância da inclusão, do acesso a tratamentos especializados e da conscientização sobre a condição. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência da trissomia do cromossomo 21 ocorre em aproximadamente 1 a cada 1.000 nascidos vivos no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que cerca de 300 mil pessoas tenham a síndrome.

Com Assessorias
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