Um em cada cinco pacientes de doenças raras sofre de dor crônica. Entre os estudos clínicos que estão sendo realizados para conhecer possíveis tratamentos, a cannabis medicinal tem sido apresentada como um dos possíveis coadjuvantes no tratamento destas condições, oferecendo efeitos terapêuticos na redução da dor. F
Fabricantes defendem que produtos de Cannabis com fins medicinais podem melhorar a qualidade de vida de 4 milhões de pessoas portadoras de doenças raras ou de difícil tratamento, mas ainda são poucas as pessoas que conhecem e entendem esse potencial. Segundo especialistas, produtos à base de canabinóides são usados há décadas para ajudar a reduzir a dor, espasticidade, convulsões e inflamações de diferentes condições.
Para Antoine Daher, presidente da Federação Brasileira de Doenças Raras (Febrararas), que representa 150 mil associados no Brasil, e da Casa Hunter, afirma que a regulação dos produtos à base de cannabis no mercado brasileiro trouxe esperança para os pacientes. “Existe potencial terapêutico para os canabinóides em doenças raras do grupo de doenças lisossomais, que acometem a área neurológica”.
Combate ao preconceito
Para combater o preconceito e a desinformação sobre o uso de produtos de Cannabis com fins medicinais, a HempMeds Brasil acaba de estrear a websérie “Regulamentação em 1 minuto”. Divulgados semanalmente nas redes sociais da empresa, pioneira na importação de CBD em território brasileiro, os episódios mostram como funciona a recente desburocratização promovida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sob as óticas dos pacientes, dos médicos e da indústria.
Pesquisas científicas
Um paciente melhor atendido nas suas necessidades também pode reduzir o custo da assistência médica e farmacêutica ao sistema de saúde do Brasil. As evidências científicas demonstraram que os canabinoides apresentam efeitos positivos nos tratamentos”, assegura Briques, que é diretor médico associado global da Spectrum Therapeutics, a divisão de medicina canabinóide da Canopy Growth.
Terapia gênica no combate a doenças raras
Atrofia muscular espinhal
Por isso, há a necessidade de que se fale mais sobre AME e doenças raras, tendo mais especialistas capacitados, não somente nos grandes centros, mas em todo o Brasil. Felizmente, hoje, graças à genética e à evolução da medicina, já há tratamentos disponíveis que aliviam o sofrimento do paciente e da família”, ressalta.
Distrofia hereditária da retina
nova medicação para ESCLEROSE SISTÊMICA
A esclerose sistêmica (ES) é uma das doenças raras. Trata-se de uma doença autoimune inflamatória crônica que acomete pequenos vasos sanguíneos, pele e articulações, podendo evoluir para fibrose e perda de função de órgãos internos. “Uma das primeiras manifestações da doença é o endurecimento e espessamento da pele, principalmente das mãos e dos pés, decorrente de uma maior concentração de colágeno das camadas da pele”, comenta a médica reumatologista Cristiane Kayser, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Até 70% dos pacientes têm o pulmão afetado, o que se manifesta principalmente pela doença pulmonar intersticial associada à esclerose sistêmica (DPI-ES), considerada a principal causa de morte da ES. “Mesmo sendo uma manifestação grave da doença, os pacientes com esclerose sistêmica não tinham um medicamento específico para tratamento da DPI, até a aprovação da nova indicação terapêutica do nintedanibe pela Anvisa”, afirma a reumatologista.
Angioedema hereditário
Angioedema hereditário e imunodeficiências primárias são algumas das doenças raras dentro da especialidade de Alergia e Imunologia, mas existem cerca de seis mil já listadas, sendo que 50% delas são diagnosticadas em crianças.
Eli Mansur, especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica que as imunodeficiências primárias (IDP) têm prevalência estimada em uma entre 8 mil pessoas e o angioedema hereditário em uma a cada 50 mil pessoas.
O desconhecimento total pelo poder público dificulta a elaboração de planos direcionados a esses pacientes. As doenças raras, muitas vezes, necessitam de ações específicas, tanto na prevenção, melhora da qualidade de vida, ajuda no diagnóstico e disponibilização de melhores tratamentos”, aponta Dr. Mansur.
O especialista da Asbai conta ainda que o desconhecimento pelos profissionais da área da Saúde impacta profundamente a vida desses pacientes, que sofrem com o atraso no diagnóstico e com o desconhecimento sobre as melhores práticas terapêuticas.