Para o bom funcionamento do corpo, dependemos de reações químicas, que são as quebras de substratos que consumimos em nossa alimentação. Para que essa ação ocorra é necessário a atuação de enzimas, que são substancias catalisadoras para essas reações. As pessoas celíacas não possuem a enzima responsável por quebrar o glúten, assim partículas não digeridas das proteínas do glúten se acumulam no organismo e atravessam a camada superficial do intestino delgado, o que desencadeia a reação do sistema imune, agredindo as células da parede externa do intestino e gerando uma inflamação grave.

Além disso, nas pessoas celíacas a ingestão de glúten dificulta a absorção de nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água o que, consequentemente, pode acarretar uma série de distúrbios como dor e inchaço abdominal, falta de apetite, perda de peso ou desnutrição, diarréia, osteoporose, anemia, infertilidade, câncer de intestino, irritabilidade e queda de cabelo, entre outros sintomas.

A  doença celíaca é autoimune e não existem medicamentos ou procedimentos específicos para o seu tratamento. A única maneira de se livrar dos transtornos e evitar complicações é eliminar todos os produtos com glúten do cardápio e isso inclui massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja e outros alimentos que contém traços de trigo, aveia, cevada, centeio e malte em suas composições.

Como a doença  não tem cura, a pessoa acometida deve seguir essa dieta rigorosa pelo resto da vida, pois, quando a proteína do glúten é retirada da alimentação, os sintomas da doença desaparecem e a qualidade de vida da pessoa acometida tem uma melhora expressiva.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 1% da população mundial tem a doença celíaca. No Brasil, segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), são mais de 2 milhões de pessoas acometidas pela doença autoimune. Conforme a Associação de Celíacos do Brasil (Acelbra), há um portador da doença para cada 600 habitantes, mas esse número pode ser ainda maior, pois, embora a doença se manifeste na infância, há pessoas que só são diagnosticadas na vida adulta.

Os primeiros sinais surgem entre o primeiro e o terceiro ano de vida, coincidindo com o período que são introduzidos os cereais na dieta das crianças. Porém, em alguns casos o diagnóstico só acontece na fase adulta, quando o indivíduo já apresenta carências nutricionais graves.

A falta de sintomas específicos da doença dificulta sua identificação, mas o diagnóstico de alergia ao glúten pode ser feito através de exame de sangue ou de biópsia do intestino. Há predisposição genética para o desenvolvimento da doença celíaca, ou seja, familiares de portadores da doença têm maior risco de desenvolver o quadro. Outros fatores de risco são portadores de diabetes tipo 1, síndrome de Down, síndrome de Turner, tireoide autoimune, doença de Addison e artrite reumatóide.

 

 

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