A obesidade e o sobrepeso acometem 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças ao redor do mundo, causando 4 milhões de mortes por ano. No Brasil, já atinge um em cada cinco habitantes, sendo que mais da metade da população está acima do peso normal.
A falta de cuidado com a alimentação veio cobrar seu preço. A obesidade por si mesmo já é considerada uma pandemia, apesar de não ser uma doença contagiosa, ela é uma doença crônica que também precisa ser combatida com afinco pelas autoridades de saúde pública”, enfatiza Angela Federau, nutricionista.
Dieta ocidental prejudica a imunidade
A alta taxa de consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares e carboidratos refinados em todo o mundo, contribui para a ocorrência de obesidade e diabetes tipo 2. Segundo estudo publicado pela Elsevier, o consumo desses alimentos expõe ainda mais essa população ao risco de desenvolver a forma mais grave da Covid-19.
Segundo Angela, isso acontece porque a dieta ocidental ativa o sistema imune inato e prejudica a imunidade adaptativa, levando à inflamação periférica causada pela ação do novo coronavírus.
Além disso, o estudo aponta que a inflamação crônica, causada pela obesidade e diabetes, aliada à inflamação periférica decorrente da Covid-19 pode ter consequências médicas crônicas a longo prazo.
Mesmo os pacientes recuperados podem apresentar demência e outras doenças neurodegenerativas, por exemplo, devido aos mecanismos neuro inflamatórios que podem ser agravados por uma dieta não saudável.
Agora mais do que nunca, o amplo acesso a alimentos saudáveis deve ser uma prioridade e as pessoas devem estar atentas aos hábitos alimentares saudáveis para reduzir a suscetibilidade de contágio e complicações decorrentes da Covid-19”, explica a nutricionista.
Alguns alimentos anti-inflamatórios
A nutricionista lista alguns alimentos anti-inflamatórios que podem ser acrescentados às refeições diárias:
- Frutas como uva, abacate, limão, maçã, abacaxi, coco, manga, caju, açaí e guaraná.
- Temperos como alho, gengibre, pimenta vermelha, alecrim, açafrão-da-terra, sálvia, orégano, cravo, canela e louro.
- Verduras e legumes como brócolis, pimentão vermelho, cebola, tomate, abóbora, beterraba, espinafre, rúcula, batata doce roxa e manjericão.
Cuidados nutricionais para garantir a imunidade
Além disso, Angela Federau recomenda alguns cuidados nutricionais que mantém o sistema imune em dia:
- Procure variar as cores dos vegetais, frutas e legumes para garantir o aporte necessário de todos os nutrientes;
- Evite o consumo regular de alimentos processados e ultra-processados, pois, além de agregarem valor calórico, são ricos em sódio, conservantes e corantes e prejudicam a absorção de nutrientes;
- Aumente o consumo de alimentos ricos em vitamina C, presente principalmente nas frutas cítricas como laranja, limão, acerola, tangerina e abacaxi;
- Aposte nos alimentos ricos em vitamina A, que são importantes para a integridade das células de defesa. Essa vitamina pode ser encontrada facilmente em alimentos da cor vermelha e alaranjada como cenoura, abóbora, manga e tomate.
- Vitamina E ajuda a proteger as células de substâncias tóxicas. As fontes são: castanhas, amendoim, sementes de girassol e vegetais de cor verde escura;
- O Zinco, altamente relacionado ao sistema imune, também não pode ficar de fora. O mineral é encontrado em carnes, laticínios, frutos do mar e cereais;
- Probióticos também são fundamentais, o consumo de alimentos como iogurtes naturais e kefir contribui para o equilíbrio da microbiota intestinal e auxilia as células de defesa no combate a infecções.
- Uma boa hidratação é fundamental para favorecer a imunidade. A sugestão é de ingerir 30ml x kg (multiplique seu peso por 30 para calcular sua necessidade diária de água).
- Além destas dicas, é importante manter uma boa rotina de sono, praticar atividades físicas regularmente e controlar o estresse.