Você sabia que o tabagismo tira precocemente mais de seis milhões de vidas ao ano? Sim, o cigarro é o maior responsável pelas mortes evitáveis em todo o mundo. Para reforçar a importância de discutir a relação entre tabaco e saúde do coração, a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) chama atenção para o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29) e dá algumas dicas sobre como reconhecer a dependência, que em 2015, no Brasil, associou-se à morte de 150 mil pessoas.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo responde por aproximadamente 45% das mortes de homens com menos de 65 anos de idade e por mais de 20% de todos os óbitos por doenças coronarianas em homens com idade superior a 65 anos. Além disso, homens fumantes entre 45 e 54 anos de idade têm quase três vezes mais probabilidade de morrer de infarto do miocárdio do que os não-fumantes da mesma faixa etária.
“Embora a fabricação e venda de cigarros seja legal e liberada, a decisão entre comprar ou resistir ao vício é do consumidor”, afirma José Francisco Kerr Saraiva, cardiologista e presidente da Socesp, alertando: “Se as pessoas não passarem a se conscientizar, em 2030 o cigarro matará diretamente oito milhões de indivíduos em todo o Planeta”.
A preocupação da entidade é a “falsa sensação de prazer” que o cigarro proporciona, pois isso atrai os consumidores para algo que, na realidade, é muito problemático para a saúde. “A nicotina, por exemplo, é uma droga proveniente da planta do tabaco que, quando inalada, produz efeito psicoativos. Chega ao cérebro em um breve espaço de tempo (entre sete e 19 segundos), fazendo com que o organismo, com o tempo, acostume-se a recebe-la frequentemente”, explica o cardiologista.
No cigarro, existem 5,3 mil substâncias, sendo 4,7 mil delas são nocivas à saúde. Cada vez que a pessoa traga fumaça, o organismo “pede mais”. Isso acontece porque, quando a nicotina chega ao cérebro, são liberadas outras substâncias, como a dopamina, uma das responsáveis pela falsa sensação de prazer.
“Tudo o que não é natural e faz com o que o organismo sinta falta se não usar é falso e se trata de dependência! Por isso, elencamos alguns sinais e sintomas da dependência”, reforça Saraiva. A Socesp tem como objetivo reduzir o índice de mortalidade por doenças cardiovasculares. Por isso, tem em seu DNA a disseminação da conscientização e prevenção de todas as doenças relacionadas ao coração.
Saiba identificar alguns sinais/sintomas da dependência
1. A substância é consumida em grandes quantidades ou por períodos maiores do que a pessoa pretendia.
2. Desejo persistente, ou uma, ou mais tentativas fracassadas de interromper ou controlar o abuso da substância.
3. Muito tempo empenhado nas atividades para obtenção da substância, consumo ou recuperação de seus efeitos.
4. Intoxicação frequente ou sintomas de abstinência quando o individuo é obrigado a realizar tarefas simples ou quando o uso da droga for fisicamente perigoso.
5. Suspensão ou diminuição de atividades sociais, profissionais e/ou lazer pelo uso da substância.
6. Uso persistente da substância, apesar do conhecimento de que representa um problema social, psicológico ou físico persistente ou recorrente, causado ou agravado por seu consumo.
7. Tolerância marcante: necessita de quantidades progressivamente maiores da substância.
8. Sintomas típicos de abstinência.
9. Substância consumida frequentemente, para aliviar ou cortar sintomas de abstinência.
*No caso de você apresentar mais de três dos sinais/sintomas descritos acima, pode-se considerar que há a dependência física.
Fonte: Cartilha Em Busca do Coração Saudável da Socesp