Se com esse calor está difícil até permanecer muito tempo na praia ou na piscina e mesmo em casa, imagine no trabalho? A situação climática extrema está gerando preocupações significativas para a saúde e bem-estar dos trabalhadores. Especialistas em segurança do trabalho alertam que é imperativo que as empresas adotem medidas rigorosas de proteção para seus funcionários, a fim de prevenir acidentes e problemas de saúde decorrentes do calor escaldante.
A especialista em segurança do trabalho Tatiana Gonçalves destaca que a exposição a temperaturas extremas representa riscos substanciais para os trabalhadores. Segundo ela, “essa onda de calor extremo pode trazer sérios riscos à saúde das pessoas, mas principalmente aos trabalhadores. A exposição a temperaturas extremas pode ocasionar problemas como aumento de acidentes, desmaios e até problemas mais sérios”.
Por isso, é fundamental que as empresas tenham ações de prevenção em relação ao tema. Um dos principais desafios é garantir que os trabalhadores continuem a usar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) mesmo em condições de calor intenso.
“Um risco é que muitas vezes as pessoas, devido ao calor, podem achar que podem deixar de utilizar os EPIs. Isso não pode nunca acontecer, e a empresa tem que explicar para os trabalhadores, podendo ter o risco de ver aumentar os números de acidentes”, diz Tatiane, que é CEO da Moema Medicina e Segurança no Trabalho.
Entre os EPIs mais comuns usados nas empresas estão óculos de proteção, luvas, capacetes, protetores auriculares, máscaras, abafadores de som, cintos de segurança e equipamentos de segurança para alturas.
Idealmente, os ambientes de trabalho deveriam ser climatizados, mas como isso nem sempre é viável, especialmente em atividades externas, alternativas precisam ser consideradas. Uma das recomendações é ajustar os horários de trabalho sempre que possível, priorizando as horas mais amenas do dia. Além disso, é essencial que os trabalhadores se mantenham hidratados e tenham pausas frequentes.
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Medidas que as empresas devem adotar para reduzir riscos do calor extremo
Em relação à legislação trabalhista, a NR 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais estabelece medidas de controle para eliminar, minimizar ou controlar os riscos ambientais, incluindo o calor extremo. Essas medidas podem ser divididas em três categorias:
Medidas coletivas
- – Redução da taxa de metabolismo, buscando minimizar o esforço físico dos trabalhadores.
- – Movimentação do ar no ambiente, incluindo o uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores.
- – Utilização de barreiras que protejam contra o calor radiante, como materiais reflexivos.
Medidas de Caráter Administrativo ou de organização do trabalho
- – Aclimatização dos trabalhadores, permitindo que seus corpos se adaptem gradualmente ao ambiente quente.
- – Limitação do tempo de exposição ao calor.
- – Promoção da hidratação adequada dos funcionários.
Uso de EPI – Equipamento de Proteção Individual
- – O uso de EPIs é a última linha de defesa, a ser adotada somente quando as medidas coletivas não são viáveis.
- – Óculos de segurança com lentes especiais são necessários quando há fontes de calor radiante.
- – Outros EPIs, como luvas, mangotes, aventais e capuzes, devem ser feitos de materiais adequados e o mais folgado possível para garantir o conforto térmico.
Em resumo, as empresas precisam se preparar adequadamente para proteger seus trabalhadores em meio à onda de calor extremo. A adoção de medidas coletivas, a gestão adequada do trabalho e a promoção de práticas seguras são fundamentais para garantir a saúde e a segurança dos funcionários enquanto enfrentam as condições climáticas adversas. O uso correto dos EPIs é uma última linha de defesa essencial para proteger os trabalhadores contra os riscos associados ao calor extremo.
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