Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, a tuberculose é uma doença infectocontagiosa e transmissível. A forma mais comum de apresentação é a tuberculose pulmonar, já que a doença afeta prioritariamente os pulmões. No entanto, o bacilo também pode atingir outros órgãos e sistemas, como o sistema nervoso central, os gânglios linfáticos, o pericárdio, os ossos e a laringe.

De acordo com o diretor clínico do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), Marcos Pimentel, os sintomas da tuberculose podem ser confundidos com os de outras doenças respiratórias, o que pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento. A tuberculose pulmonar se manifesta principalmente por tosse persistente por mais de três semanas, febre, sudorese noturna e perda inexplicada de peso.

“Pode haver tosse com sangue, além de outros sinais inespecíficos. No início, é mais difícil diferenciar a doença de uma gripe ou pneumonia, especialmente se o paciente não apresentar emagrecimento ou não fizer parte dos grupos de risco, como imunossuprimidos e imunodeprimidos”, explica Pimentel.

Aos primeiros sinais de suspeita de contato ou sintomas, é recomendada a busca por ajuda e orientação médica. O diagnóstico é feito por meio da análise de amostras de escarro, coletadas em três dias consecutivos, e de exames de imagem, como o raio-X de tórax, para avaliar o grau de comprometimento dos pulmões.

Transmissão pelo ar e uso de máscara

A tuberculose é transmitida pelo ar, por meio de gotículas de saliva expelidas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Por isso, é importante evitar contato desprotegido com pessoas infectadas em fase de transmissão. Ambientes fechados, mal ventilados e aglomerações também favorecem a transmissão.

A principal forma de prevenção é o uso de máscara e o isolamento do paciente infectado até que ele não apresente mais risco de transmissão. “O paciente deve permanecer isolado até a liberação médica. Depois que inicia o uso das medicações, há um período necessário até que ele possa retomar a rotina”, destaca o diretor clínico do Evangélico.

Há também a vacinação BCG feita ao nascer, que ajuda a proteger contra as formas graves da doença, reduzindo complicações.

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Tuberculose latente ou sem sintomas

tuberculose latente (TB) é uma condição em que o indivíduo está infectado pelo Mycobacterium tuberculosis, mas não apresenta sintomas da doença ativa.  Em relatório recente, a OMS estimou que cerca de um quarto da população mundial esteja infectada com TB latente, o que representa aproximadamente 2 bilhões de pessoas.

É importante que as pessoas saibam que a tuberculose pode apresentar diferentes fases, inclusive sem sintomas (também conhecida como tuberculose latente), tenham conhecimento se fazem parte de um grupo de risco e que tanto o diagnóstico quanto o tratamento podem ser feitos por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS.

tuberculose pode apresentar diferentes fases a partir da contaminação e conforme evolui. Por muitos anos, ela pode permanecer em estado latente, sem apresentar qualquer sintoma, e a partir de uma queda imunológica começa a demonstrar sinais, evoluindo de forma grave e rápida.

O diagnóstico precoce e preciso da TB latente é crucial para prevenir a progressão para a forma ativa da doença, especialmente em populações de risco, como pessoas vivendo com HIV, crianças e indivíduos imunossuprimidos. A detecção e o tratamento adequados da infecção latente são componentes essenciais da estratégia global da OMS para eliminar a tuberculose até 2035.

Sem tratamento, 50% dos casos podem levar à morte

O tratamento da tuberculose é baseado no uso contínuo de antibióticos por um período que varia de seis meses a um ano. “Hoje em dia existem tratamentos com base em medicação oral e totalmente gratuita disponível pelo SUS. Paciente com a forma pulmonar da tuberculose habitualmente toma medicação oral por cerca de seis meses”, pontua.

No entanto, muitos pacientes abandonam o tratamento ao perceberem melhora nos sintomas, o que representa um risco grave. “O abandono do tratamento causa a resistência da bactéria, que fica cada vez mais forte e mais difícil de combater”, alerta Pimentel.

Segundo a OMS, sem o tratamento adequado, a tuberculose pode ter uma letalidade de até 50% dos casos. Por outro lado, quando tratada corretamente, a taxa de cura pode chegar a 85%. Diante da gravidade da tuberculose e dos desafios no controle da doença, a conscientização da população é fundamental.

O diagnóstico precoce e o tratamento correto são essenciais para a recuperação do paciente e para evitar a disseminação da bactéria.  Ao apresentar sintomas persistentes, é importante procurar atendimento médico imediatamente. Além disso, o compromisso com o tratamento completo é indispensável para garantir a cura e prevenir complicações.

Profissionais de saúde alertam os exames de imagem

Tecnologia auxilia no diagnóstico precoce e no acompanhamento da doença, reduzindo impactos na saúde pública

Os avanços tecnológicos em testagem e reconhecimento da doença são fatores que contribuem para o diagnóstico e tratamento. Profissionais de saúde esclarecem que os exames de imagem desempenham um papel fundamental na identificação e no monitoramento da tuberculose, permitindo diagnósticos mais precisos e rápidos. Os exames de imagem, como radiografias de tórax e tomografias computadorizadas, são ferramentas indispensáveis para o diagnóstico assertivo da tuberculose.

A radiografia de tórax é o primeiro exame indicado para avaliar possíveis lesões pulmonares causadas pela doença. Em casos mais complexos, a tomografia computadorizada auxilia na detecção de detalhes que podem passar despercebidos em outros métodos”, explica a enfermeira Marcela Padilha, coordenadora de Desenvolvimento de Produtos e Suporte Clínico da Alko do Brasil.

Além do diagnóstico, estudiosos do tema ressaltam que os exames de imagem são essenciais no acompanhamento da evolução da tuberculose durante o tratamento. “A progressão ou regressão das lesões pode ser monitorada ao longo do tempo, permitindo ajustes terapêuticos mais eficazes e garantindo melhores prognósticos para os pacientes”.

O diagnóstico precoce e monitoramento adequado são fundamentais para conter o avanço da doença e garantir melhores resultados no tratamento. “Com o suporte da tecnologia em exames de imagem, a luta contra a tuberculose se fortalece, oferecendo esperança para milhares de pacientes no Brasil e no mundo”, finaliza Marcela Padilha.

Com Assessorias

 

 

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