Muitos torcem o nariz, principalmente aqueles eleitores mais alinhados à extrema direita despertada nos últimos anos pelo fenômeno do bolsonarismo, presente inclusive, entre os mais vulneráveis – aqueles chamados ‘pobres de direita’. Mas o fato é que o Bolsa Família não só contribui para garantir a sobrevivência de milhares de famílias brasileiras, como pode representar a diferença entre a vida e a morte no enfrentamento de doenças negligenciadas ou “determinadas socialmente” – ou seja, doenças da extrema pobreza.
Como é o caso da tuberculose, uma doença milenar que ainda não foi erradicada no Brasil graças, infelizmente, à volta do país ao mapa da fome nos últimos anos do (des)governo Bolsonaro. Agora, uma pesquisa internacional mostra que o programa federal de transferência de renda foi fundamental para a redução de mais da metade dos casos de mortes por tuberculose entre pessoas miseráveis e povos originários.
A redução foi de mais de 50% em pessoas extremamente pobres e mais de 60% entre as populações indígenas. A constatação é de estudo feito por uma série de instituições de pesquisas brasileiras, incluindo a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Fiocruz-BA  e o Instituto de Saúde Global de Barcelona, e foi publicada na revista internacional Nature Medicine, na última sexta-feira (3).

Programa também melhora as condições de saúde das famílias, dizem pesquisadores

O Bolsa Família é reconhecido por reduzir as desigualdade econômicas e sociais ao transferir recursos às famílias mais pobres, desde que elas cumpram certas exigências, como manter os filhos na escola e levar as crianças ao médico. Só no Estado do Rio de Janeiro, mais de 1,61 milhão de famílias recebem o benefício social.

O estudo comprova, agora, que o programa também melhora as condições de saúde das famílias. Para chegar a essa constatação, os pesquisadores cruzaram dados socioeconômicos, condições étnicas e compararam incidência, mortalidade e a taxa de letalidade entre as pessoas que receberam recursos do Bolsa Família ou não.

A expectativa agora é que as descobertas sejam utilizadas para influenciar também políticas públicas de combate à pobreza e transferência de renda em países com altas taxas da doença.

Na avaliação das pesquisadoras, o programa garante uma melhor condição de vida e alimentação dos beneficiários, o que pode ter sido determinante na sobrevivência daqueles com a doença. O Bolsa Família também reduz as barreiras ao acesso à assistência médica e ao diagnóstico.

Sabemos que o programa melhora o acesso à alimentação, tanto em quantidade quanto em qualidade, o que reduz a insegurança alimentar e a desnutrição — um importante fator de risco para a tuberculose — e fortalece as defesas imunológicas das pessoas”, explicou Gabriela Jesus, coautora do estudo.

Leia a matéria completa na Agência Fiocruz de Notícias

Leia mais

Bolsa Família só com a caderneta de vacinação em dia
E o ouro vai para… o Bolsa Atleta, que leva brasileiros ao pódio
Quais são os medicamentos gratuitos disponíveis nas farmácias?

Mais de 1,61 milhão de famílias do Rio de Janeiro recebem o Bolsa Família

Valor médio do benefício no estado é de R$ 668,14. Investimento do Governo Federal é de R$ 1,07 bilhão

Terceiro estado do Brasil com maior número de famílias assistidas em dezembro pelo programa Bolsa Família do Governo Federal, o Rio de Janeiro teve em dezembro de 2024 mais de 1,61 milhão de famílias contempladas em todos os 92 municípios fluminenses. O investimento federal em dezembro superou R$ 1,07 bilhão, o que assegura um valor médio de benefício de R$ 668,14 aos beneficiários do estado.

No pacote de benefícios incluídos na retomada do programa em 2023, mais de 641 mil crianças de zero a seis anos recebem o Benefício Primeira Infância no Rio de Janeiro, um adicional de R$ 150 destinado a cada integrante dessa faixa etária na composição familiar. O investimento para assegurar o repasse a esse público é de mais de R$ 91 milhões.

O Bolsa Família também prevê outros benefícios complementares, no valor adicional de R$ 50, que chegam a mais de 1,14 milhão de crianças e adolescentes de sete a 18 anos, além de beneficiar 69.821 gestantes e 23.034 nutrizes. Para esses pagamentos, o investimento federal supera R$ 57 milhões no estado fluminense.

Em dezembro, o Bolsa Família beneficiou no Rio de Janeiro, em seu grupo prioritário, 50.981 famílias de catadores de material reciclável, 19.068 famílias em situação de rua, 1.686 famílias quilombolas e 448 famílias indígenas.

Além disso, o programa do Governo Federal amparou 3.370 famílias com pessoas resgatadas de trabalho análogo ao escravo e 524 famílias com crianças em situação de trabalho infantil, totalizando mais de 76 mil famílias contempladas nestes grupos no estado.

Com 515.840 famílias contempladas, a capital concentra o maior número de beneficiários do Bolsa Família no estado fluminense. Na sequência dos cinco municípios com maior número de famílias atendidas estão Nova Iguaçu (127.807), Duque de Caxias (109.898), Belford Roxo (77.167) e São Gonçalo (74.777).

Cidade com 10.207 habitantes e 1.675 famílias atendidas neste mês, Varre-Sai é o município fluminense com maior valor médio em dezembro: R$ 698,35. Em seguida aparecem Itaguaí (R$ 696,42), Cantagalo (R$ 690,77), Cordeiro (R$ 689,87) e Nova Iguaçu (R$ 684,40).

Infográfico 2 | Principais números do Bolsa Família em dezembro – Fonte: MDS

Em todo o Brasil são mais de 20 milhões de beneficiários

São 20,81 milhões de famílias contempladas, a partir de um investimento de R$ 14,07 bilhões do Governo Federal para os repasses. Neste mês, o valor médio do benefício é de R$ 678,36. Um dos destaques do Bolsa Família é o foco na proteção da infância e da adolescência. Em dezembro, o programa alcança 25 milhões de crianças e adolescentes entre zero e 17 anos com benefícios adicionais em todo o Brasil, resultado de um investimento federal de mais de R$ 2 bilhões.

Dentro da cesta de benefícios estabelecida com a retomada do programa, ainda em 2023, 9,26 milhões de crianças de zero a seis anos que integram as famílias beneficiárias do Bolsa Família recebem neste mês o Benefício Primeira Infância (BPI), no valor de R$ 150. Para isso, serão investidos R$ 1,3 bilhão em recursos federais.

Outras 12,33 milhões de crianças e adolescentes de sete a 16 anos incompletos recebem o Benefício Variável Familiar Criança. Somam-se a elas 3,4 milhões de adolescentes de 16 a 18 anos incompletos amparados pelo Benefício Variável Familiar Adolescente. Ambos representam adicional de R$ 50. O investimento em novembro para saldar os dois benefícios é de R$ 718 milhões. Outros R$ 79 milhões garantem um adicional de R$ 50 a 1,2 milhão de gestantes e 410 mil nutrizes.

AUXÍLIO GÁS

Em dezembro, também é pago o Auxílio Gás, benefício bimestral extra, no valor de um botijão de gás de cozinha residencial, repassado às famílias em maior condição de vulnerabilidade dentro do público do Bolsa Família. O valor repassado é de R$ 104 e chega a 5,4 milhões de famílias (cerca de 16,9 milhões de pessoas) a partir de um investimento de R$ 570 milhões.

VULNERÁVEIS

Em novembro, o Bolsa Família beneficia em seu grupo prioritário 238.718 famílias de indígenas, 274.992 de quilombolas, 237.217 de famílias em situação de rua e 404.414 de catadores de material reciclável. Além disso, o programa do Governo Federal ampara 12.539 famílias com crianças em situação de trabalho infantil, 64.230 famílias com pessoas resgatadas de trabalho análogo ao escravo, totalizando mais de 1,23 milhão de famílias contempladas nestes grupos.

REGIÕES

No recorte por regiões, o Nordeste reúne o maior número de contempladas em novembro. São 9,46 milhões de beneficiárias, a partir de um investimento de R$ 6,38 bilhões. Na sequência aparece a região Sudeste (6,02 milhões de famílias e R$ 3,99 bilhões em repasses), seguida pelo Norte (2,65 milhões de famílias e R$ 1,89 bilhão em repasses), Sul (1,53 milhão de beneficiários e R$ 1,02 bilhão em repasses) e Centro-Oeste (1,13 milhão de contemplados e R$ 766,8 milhões em repasses).

Infográfico 3 | Detalhamento dos repasses do Bolsa Família por regiões e estados – Fonte: MDS

ESTADOS

Na divisão por unidades federativas, o maior número de contempladas em dezembro está em São Paulo. São mais de 2,5 milhões de famílias beneficiárias no estado, a partir de um aporte federal de R$ 1,66 bilhão.

A Bahia aparece na sequência, com 2,48 milhões de contemplados. Em outros seis estados há mais de um milhão de integrantes do programa: Rio de Janeiro (1,61 milhão), Pernambuco (1,59 milhão), Minas Gerais (1,59 milhão), Ceará (1,46 milhão), Pará (1,36 milhão) e Maranhão (1,23 milhão).

VALOR MÉDIO

Roraima é o estado com maior valor médio de repasse para os beneficiários: R$ 747,23. O Amazonas, com R$ 733,94, e o Acre (R$ 726,75) completam a lista das três maiores médias.

Quando o recorte leva em conta os 5.570 municípios brasileiros, o maior valor médio está em Uiramutã, município de 13,7 mil habitantes em Roraima, com 2.308 famílias atendidas pelo programa e tíquete médio de R$ 1.024,55 — única cidade do país a superar os mil reais de valor médio do benefício.

Na sequência aparecem os municípios de Campinápolis (MT), com R$ 931,64, e Jordão (AC), com R$ 898,40.

Fonte: Agência Brasil. Agência Fiocruz e  Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Shares:

Posts Relacionados

1 Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *