A osteoporose é uma doença silenciosa, não apresenta manifestações clínicas específicas até que ocorra a primeira fratura nos ossos, resultado de leves batidas e quedas. As fraturas por fragilidade são consideradas o pior desfecho da enfermidade, e podem acontecer em qualquer região do corpo, especialmente, na coluna, quadril e punhos. Ainda, as fraturas podem causar internações, intervenções cirúrgicas, maior risco de tromboembolismo, agudização de comorbidades, assim como o aumento da mortalidade.
Embora a osteoporose seja mais prevalente em mulheres acima dos 45 anos, especialmente na pós menopausa, também pode acometer os homens e causar fragilidade óssea, maior risco de fratura, incapacidade e aumento da mortalidade. Estudos mostram que 20% das pessoas com fratura no quadril vão a óbito, sendo que os homens representam um terço das vítimas no mundo. Ainda, a taxa de mortalidade entre eles também é maior do que a das mulheres, chegando a 37% no primeiro ano após a fratura.
Maior risco de fratura, incapacidade e aumento da mortalidade
A osteoporose em homens ainda hoje é uma condição subdiagnosticada e pode apresentar consequências gravíssimas, como as fraturas de quadril por fragilidade óssea, que atingem 24,2 mil homens por ano no Brasil. Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), pelo menos, 10 milhões de brasileiros sofrem com essa patologia. Praticamente um terço das mulheres com mais de 65 anos e 15% dos homens na mesma faixa etária.
Entre as causas mais comuns que acarretam osteoporose em homens estão o consumo excessivo do álcool, o tabagismo e o hipogonadismo. Também é necessária atenção a outros fatores como a baixa ingestão de cálcio e vitamina D, e o sedentarismo. Além dessas causas, é preciso destacar que o nosso banco de ossos, chamado de pico de massa óssea, é genético. Portanto, é preciso estar atento se há casos da doença ou de fraturas por fragilidade na família.
Diagnóstico e tratamento são os mesmo para homens e mulheres
A reumatologista Mariana Ortega Perez, da Imuno Brasil, explica que o diagnóstico de osteoporose, seja em mulheres ou homens, ocorre de duas formas: pela presença de uma fratura de baixo impacto, ou por meio do exame da densitometria óssea. Comumente, as mulheres na pós-menopausa já realizam este exame em sua rotina anual, o que não ocorre com frequência nos homens.
Quando o diagnóstico é realizado em homens, é imprescindível investigar se há uma causa de base e causas subjacentes e solicitar exames laboratoriais, como cálcio, vitamina D e dosagens hormonais, Essencialmente, o tratamento da osteoporose em homens é igual ao das mulheres, priorizando o cálcio na dieta, suplementação de vitamina D, correção de fatores de risco e prática de atividade física, além de estratégias medicamentosas específicas anti-fratura.
Vale ressaltar que, nos homens, a reposição de testosterona para desfechos ósseos (ganho de massa óssea e redução de risco de fratura) é recomendada apenas naqueles com osteoporose e hipogonadismo.
“O tratamento da osteoporose evoluiu muito nos últimos anos e tem como objetivo o ganho de massa óssea e a prevenção de fraturas. Procure seu reumatologista e previna a primeira fratura: a osteoporose tem tratamento”, recomenda a médica.
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Deficiência de cálcio também provoca a osteoporose
Além do sexo e da idade, existem outros fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose. Um dos mais evidentes é a deficiência de cálcio, provocada por dieta pobre desse mineral ou por alguma síndrome de má absorção – doença celíaca e inflamação intestinal, por exemplo, conforme explica o professor de Medicina da Faculdade Pitágoras, médico ortopedista e traumatologista, Antônio Luiz Almeida Góis.
Segundo ele, “a patologia faz com que os ossos se tornem mais porosos e percam a densidade, resultando em ossos que se quebram com mais facilidade, principalmente na coluna vertebral e quadril”. Mas como a doença não apresenta sinais claros, o médico inicia a investigação levando em conta dados como idade, peso, altura, histórico de fraturas na família e hábitos como o consumo cigarro e bebida alcoólica.
“A densitometria óssea é o exame de referência para o diagnóstico da osteoporose, feito por um aparelho de raio X. O teste, em geral, é solicitado a partir dos 45 anos, para as mulheres, e dos 65 anos, para os homens”, ressalta.
O médico explica ainda a importância das medidas preventivas. “O sucesso do tratamento está inteiramente ligado às práticas adotadas, como a de atividade física e o uso de medicamentos, recomendado por um médico, que auxiliam a reduzir a perda óssea e prevenir fraturas mais graves”, destaca o especialista.
Para pessoas que sofrem com a osteoporose, algumas recomendações são importantes, a fim de evitar fraturas: prevenir quedas; seguir corretamente o uso dos medicamentos, conforme a prescrição médica; manter o acompanhamento médico regular; seguir as orientações de dieta; evitar hábitos como tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.
Como prevenção à doença, as medidas mais indicadas são:
– Aumentar a ingestão de cálcio através do consumo de leite e de seus derivados;
– Expor-se ao sol, pois ajuda a manter o nível adequado de vitamina D no organismo;
– Praticar atividades físicas regularmente, para fortalecer os músculos e melhorar o equilíbrio, evitando quedas;
– Evitar o consumo de álcool e tabaco;
– Evitar o consumo excessivo de sal.
Fontes: Imuno Brasil e Faculdade Pitágoras