O parto humanizado é uma determinação da Organização Mundial de Saúde que visa a melhorar a assistência no trabalho de parto, respeitando o tempo materno e do feto para o nascimento. Quando a gestante não apresenta complicações, o parto natural é um processo fisiológico e seguro, mas, infelizmente, no Brasil, o número de cesáreas ainda supera o de partos normais, uma realidade que aos poucos vem sendo mudada na rede pública de saúde.
Um bom exemplo vem de hospitais e maternidades estaduais do Rio de Janeiro. Em 2022, mais de 14 mil bebês nasceram em hospitais e maternidades da Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES-RJ). Do total de partos, 7.587 foram normais (53,20%). Já em 2021, dos 15.136 recém-nascidos que vieram ao mundo nos hospitais estaduais, 60,33% foram por via normal – número superou a média nacional para o ano, que foi de 42.99%.
Em todo o Estado do Rio – incluindo partos realizados nas redes pública e privada, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), em 2021, 41.76% dos partos realizados foram normais, em 2022, 40.55%.
Já no Brasil, nos hospitais da rede privada, apenas 18,24% dos partos realizados em 2021 foram vaginais, segundo o painel Indicadores da Atenção à Saúde Materna e Neonatal, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Hospital na Baixada é recordista em partos normais
O Hospital Estadual da Mãe de Mesquita, na Baixada Fluminense, é recordista da rede em partos normais. Em 2022, mais do dobro dos nascimentos na unidade de saúde foram normais, 4.242 e outros 2.001 foram cesáreas. A unidade conta com uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiras obstétricas, pediatras, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, dentistas, entre outros profissionais, que acompanham a paciente durante o pré-natal, parto e pós-parto.
“Temos nossos grupos educativos, que orientam sobre amamentação e apresentam o plano de parto, onde elas escolhem como será feito. Além de proporcionarmos uma visita guiada ao hospital que ela vai receber o bebezinho”, disse Michele Castro, responsável técnica da obstetrícia do Hospital da Mãe.
Segundo ela, no atendimento humanizado, os grupos educativos orientam sobre amamentação e apresentam o plano de parto, onde as futuras mamães escolhem como será feito. Além de proporcionarmos uma visita guiada ao hospital que ela vai receber o bebezinho.
Humanização é direito garantido por lei
Uma lei que garante direitos ao parto humanizado foi sancionada em 2021 no Estado do Rio. A norma assegura a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto (parente e doula), cuidados respeitosos, além de boa comunicação entre mulheres e a equipe de saúde.
O secretário de Estado de Saúde, Dr. Luizinho, enfatiza que o parto natural e humanizado é uma diretriz da secretaria nas unidades estaduais.
“O parto natural e humanizado tem como objetivo proporcionar uma experiência mais segura e acolhedora para a mãe em sua totalidade, ao ouvi-la e respeitá-la. Faz parte de um conjunto de procedimentos para dar assistência total à mulher nas nossas unidades”, explica o secretário.