As emergências dos hospitais federais do Andaraí e Cardoso Fontes, no Rio de Janeiro, reabrem nesta segunda-feira (3),  As emergências funcionarão em espaços temporários até que as obras definitivas sejam inauguradas, no início de 2026. A capacidade de atendimento das novas emergências será de até 400 pessoas diariamente.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a iniciativa “faz parte de um cronograma de revitalização completa dos hospitais, que já receberam melhorias desde a transição administrativa entre governo federal e município, formalizada há pouco mais de um mês”. Com isso, “recupera um serviço de extrema importância para as zonas Norte e Oeste e ampliando a oferta de assistência hospitalar na cidade”.

Essa é a primeira grande reabertura e de um setor importante para os hospitais. É importante destacar: a reabertura é a oportunidade de salvar vidas. Hoje, as emergências da cidade estão muito sobrecarregadas. Além disso, é o Rio de Janeiro voltando a ter os hospitais federais e ampliando o acesso ao Sistema Único de Saúde [SUS]”, disse o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz, ao anunciar a abertura na semana passada.

As ações realizadas para a reabertura dos serviços incluem reparos emergenciais, reforma de salas e consultórios, limpeza das instalações e contratação de 370 profissionais de saúde ao todo, entre médicos e enfermeiros. Num primeiro momento, os serviços funcionarão em espaços provisórios. Com as obras, que têm conclusão prevista para o primeiro semestre de 2026, as unidades contarão com centros de Emergência Regional (CER), nos mesmos moldes dos grandes hospitais de urgência e emergência da rede municipal, além de ambulatórios e serviços de alta complexidade.

Meio milhão de atendimentos por ano

Com o fim das obras, a expectativa é que, juntos, os hospitais tenham capacidade para realizar quase 500 mil procedimentos por ano. O Hospital do Andaraí, que hoje tem cerca de 300 leitos, passará a ter 450, e o Cardoso Fontes, que conta com 120 leitos, chegará a 250. Com isso, as unidades terão 700 leitos no total.

No Hospital do Andaraí, o cronograma de entregas inclui reformas das enfermarias, modernização dos centros de imagem, do parque tecnológico e outras readequações estruturais.  Já no Hospital Cardoso Fontes, o planejamento prevê a abertura de uma nova ala pediátrica, um novo centro de imagem e melhorias nos Centros de Tratamento Intensivo (CTI), além da revitalização das instalações.

Em ambas as unidades, as plantas arquitetônicas estão sendo remodeladas para facilitar o acesso dos usuários ao serviço e otimizar os fluxos internos. Embora o processo de reestruturação dos hospitais do Andaraí e Cardoso Fontes ainda esteja em andamento, a reativação das emergências representa um avanço importante para a rede hospitalar do município, já que hospitais municipais como o Lourenço Jorge e o Salgado Filho — que atendem a população das zonas Oeste e Norte, respectivamente — por vezes operam sobrecarregados.

O Hospital do Andaraí é uma unidade com mais de 80 anos e é essencial para essa região da cidade. Com a reabertura, será possível oferecer atendimento com maior qualidade à população. Quando a emergência do Andaraí fechou, o Hospital Souza Aguiar ficou sobrecarregado. Além disso, quando a emergência do Cardoso Fontes foi restrita, o Hospital Lourenço Jorge (na Barra da Tijuca) também teve sobrecarga. Então, mesmo sendo em um espaço temporário, é muito importante que esses dois hospitais voltem a ter emergência para aliviar os atendimentos de outras unidades”, disse  Daniel Soranz.

Hospital do Andaraí

Hospital do Andaraí é referência em assistência médica na região da Grande Tijuca. Como unidade de média e alta complexidade, oferece atendimento hospitalar, ambulatorial e de emergência referenciada, incluindo cuidados oncológicos. Entre seus serviços, destacam-se microcirurgia, cirurgia plástica, suporte a grandes traumas e um Centro de Tratamento de Queimados, acompanhando os pacientes desde a regulação até a intervenção cirúrgica.

Hospital Cardoso Fontes

O Hospital Cardoso Fontes é uma referência em atendimento de média e alta complexidade na Zona Oeste da cidade. A unidade se destaca por sua atuação em fisioterapia oncológica, ginecologia, nefrologia – incluindo tratamentos para crianças com insuficiência renal –, pneumologia e urologia. Além disso, seu serviço odontológico para pacientes que necessitam de cuidados especiais, com aplicação de anestesia geral, é um dos principais referenciais do Sistema Único de Saúde no estado.

Leia mais

Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio, reabre 100 leitos
Fila para cirurgias em hospital federal no Rio reduz 92%
Rio ganha novo hospital universitário com 500 vagas

Reestruturação dos hospitais federais

A medida faz parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro, elaborado pelo Ministério da Saúde. Segundo a diretora do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde, Teresa Navarro Vannucci, a pasta está acompanhando as obras e a reativação dos serviços.

Nosso objetivo é a reestruturação das unidades e a ampliação dos atendimentos à população. É importante frisar que nossa parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro prevê indicadores de entrega e de qualidade. É uma ação estruturada, estudada e que traz benefícios para os usuários”, afirmou.

Os hospitais do Andaraí e Cardoso Fontes tiveram a gestão descentralizada em dezembro de 2024 . O Ministério da Saúde repassou R$ 150 milhões à prefeitura. Além desse pagamento, está prevista a incorporação de R$ 610 milhões para atendimento de média e alta complexidade para a cidade do Rio. Ao todo, quatro unidades federais já iniciaram o Plano de Reestruturação. Os hospitais federais de Bonsucesso e Servidores do Estado também já começaram o processo.

A unidade de Bonsucesso é administrada pelo Grupo Hospitalar Conceição desde outubro de 2024. Entre as ações mais recentes, está a contratação de 2 mil funcionários. Dentre os profissionais, estão médicos, nutricionistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

O Hospital Servidores do Estado iniciou estudos para a fusão com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Com a integração, serão 500 leitos à disposição do sistema de saúde. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, haverá maior capacidade de qualificação para os profissionais com a abertura de novas vagas de residência médica.

No caso da unidade da Lagoa, há uma proposta em andamento com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para integração do Instituto Fernandes Figueira (IFF) com o hospital. Já o Hospital de Ipanema está passando por ações de construção para modernização e melhorias nos próximos meses.

Demissão voluntária de profissionais

O ministério informou que a reestruturação em curso garante todos os direitos dos servidores dessas unidades hospitalares. Haverá um processo de movimentação voluntária dos profissionais, que respeitará a opção deles por outros locais de trabalho.

A pasta da Saúde criou um canal de atendimento para tirar dúvidas dos servidores sobre o plano de movimentação. Os questionamentos são recebidos por e-mail (movimentacaoservidor@saude.gov.br) e respondidos pela Coordenação de Gestão de Pessoas. Ao todo, as unidades federais têm 7 mil servidores efetivos e 4 mil temporários.

Da Agência Brasil e SMS (atualizado em 3/2/25)

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *