Indicado por pesquisadores da Fiocruz como aposta para tratar a zika e uma esperança no tratamento da febre amarela, durante o auge da epidemia que atingiu este ano principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o Sofosbuvir acaba de ganhar seu primeiro genérico no tratamento da doença para a qual já é utilizado, a Hepatite C. O fabricante anunciou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável por aprovar os medicamentos no país, concedeu nesta sexta-feira (225) o registro do primeiro genérico do sofosbuvir no Brasil.
O genérico do sofosbuvir deverá chegar ao mercado a um preço bastante inferior ao medicamento referência. A sua distribuição para o Sistema Único de Saúde (SUS) está prevista a partir de julho. Desenvolvido pela indústria farmacêutica Blanver, o remédio é considerado revolucionário contra a Hepatite C. A expectativa é que seja possível tratar pelo menos o dobro de pacientes, utilizando os mesmos recursos investidos pelo governo atualmente.
De acordo com o fabricante, a redução de valores será possível devido a um projeto desenvolvido pelo consórcio BMK, que, além da Blanver, é formado pela Microbiológica Química e Farmacêutica e KB Consultoria, em um acordo de cooperação técnico-científica com a Fiocruz. Por meio de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) já aprovada, a Blanver irá transferir a tecnologia e o conhecimento para a produção do remédio ao Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), braço da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
Em abril, a empresa também recebeu o registro para fabricar o genérico usado na prevenção da infecção pelo vírus HIV. “A Blanver busca investir no desenvolvimento de drogas que ajudem o paciente a ter mais qualidade de vida, a um custo acessível”, explica Sérgio Frangioni, CEO da companhia.
Atuação do medicamento
O sofosbuvir, quando combinado com outras drogas, eleva as taxas de cura da Hepatite C para mais de 90%, além de reduzir o tempo de tratamento e poupar os pacientes de intensos efeitos colaterais causados pelos remédios comumente usados.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, com apoio do Polaris Observatory e por meio de parceria com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), o Brasil tem hoje 657 mil pacientes com hepatite C precisando de tratamento.
Além disso, dados do Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais 2017, também do Ministério, revelam que os óbitos pela doença representam atualmente a maior causa de morte entre as hepatites virais no Brasil. O genérico, por sua vez, irá atender 95% dos pacientes infectados pela doença no País.
“O diagnóstico prematuro, junto com a produção nacional e o custo decrescente do medicamento, permitirão diminuir sensivelmente a incidência de quadros graves e óbitos relacionados a Hepatite C no Brasil, assim como fornecer suporte à um programa de erradicação da doença”, conclui Sérgio Frangioni.
Fonte: Blanver, com Redação