Mais um caso de feminicídio choca o país. Dessa vez, a vítima é uma adolescente de apenas 15 anos, moradora da Paraíba, estado que registrou aumento de 30% nos casos de feminicídio em 2923, revelado na semana passada pelo Anuário da Segurança Pública. Maria Vitória foi assassinada com um tiro na cabeça disparado pelo homem com quem ela vivia há dois anos. Gilson Cruz, comerciante de 56 anos, foi preso horas depois do crime, em Brejo da Madre de Deus (PE), e pode responder também por estupro de vulnerável.

Na cidade de Monteiro (PB), Maria Vitória cursava o 1º ano do Ensino Médio. Em 2022, ela começou a trabalhar na padaria de Gilson. Segundo a família dela, o relacionamento entre os dois começou poucos meses depois, quando ela tinha 13 anos. Gilson levou Maria Vitória para morar com ele na casa onde ela passou os últimos meses de vida. Lá, o empresário promovia festas com as amigas dela – todas menores de idade – regadas a bebidas alcoólicas, o que se tornou um hábito.

Maria Vitória foi revitimizada algumas vezes na relação com um homem 41 anos mais velho que ela. Ela já havia sofrido ameaças, conforme revela um áudio obtido pela polícia, em que ela contou que já havia sofrido agressão de Gilson ao menos uma vez.

Ele já tentou fazer muita coisa comigo, né? Tipo, já jogou a pistola na minha cara, estourou a minha cabeça. Aí tive que dar ponto na UPA, um monte de coisa. Só que eu nunca tive coragem de denunciar ele.”

No dia do crime, Gilson e Maria Vitória estavam bebendo sozinhos, quando começaram a discutir por causa de uma brincadeira que ela fez com ele. Durante a madrugada, ele atirou na adolescente. Os policiais chegaram ao local do crime 12 horas depois, e encontraram a jovem morta.

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Estupro de vulnerável e agressão contra a própria filha

A polícia também investiga se Gilson cometeu o crime de estupro de vulnerável, já que a relação entre os dois começou quando ela tinha menos de 14 anos. A defesa do acusado nega que ele tenha cometido estupro de vulnerável, e diz que o investigado começou a se relacionar com Maria Vitória quando ela tinha 14 anos – o que deixaria de ser estupro de vulnerável, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Gilson havia sido já havia sido condenado em 2019 por lesão corporal dolosa contra a própria filha, à época adolescente, depois de uma discussão. A Justiça chegou a determinar a prisão dele, mas a pena foi substituída por prestação de serviços comunitários. A polícia também se o comerciante mantinha relações com outras menores de idade.

Há dois anos, a mãe da adolescente, a auxiliar de cozinha, foi morar em São Paulo. De volta a Monteiro para o enterro da filha, ela contou que tinha conhecimento das agressões e se arrependeu de não ter denunciado o relacionamento, conforme entrevista ao Fantástico, da TV Globo, deste domingo (21). 

Com informações do G1

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