No Brasil, as mulheres têm se destacado cada vez mais no mundo dos negócios, assumindo papéis de liderança e criando negócios inovadores. No entanto, essa jornada empreendedora não é isenta de desafios, especialmente quando se trata do equilíbrio emocional. Combinando a pressão de gerir um negócio com as responsabilidades familiares e sociais, muitas mulheres enfrentam um cenário que pode afetar sua saúde mental e bem-estar.  Aqui vamos explorar os principais desafios emocionais enfrentados por mulheres empreendedoras e apresenta estratégias para promover o equilíbrio emocional.

Nos últimos anos, o empreendedorismo feminino tem ganhado cada vez mais destaque e relevância no Brasil. Segundo dados da pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo 2023 (Global Entrepreneurship Monitor – GEM), entre os 47,7 milhões de brasileiros com intenção de empreender até 2026, as mulheres representaram 54,6%. De acordo com o Sebrae, mulheres frequentemente têm uma abordagem mais colaborativa e socialmente consciente em seus negócios, o que pode contribuir para um sentimento de propósito.

A saúde emocional das mulheres que decidem empreender é um tema complexo e multifacetado, influenciado por diversos fatores, incluindo o ambiente de trabalho, as responsabilidades familiares, a cultura e o acesso a recursos. Mulheres empreendedoras relatam níveis elevados de estresse e ansiedade. Isso pode ser atribuído à pressão de gerir um negócio, equilibrar responsabilidades e enfrentar desafios financeiros. Estudos indicam que o estresse pode ser mais intenso para mulheres que são mães ou cuidadoras.

A falta de redes de apoio, tanto no profissional quanto pessoal, impacta negativamente na saúde emocional, sentem-se isoladas ou sobrecarregadas, especialmente em setores dominados por homens. Por outro lado, o empreendedorismo também produz um impacto positivo quando apresenta autonomia, capacidade de tomar decisões e a realização de metas pessoais que contribuem para uma maior satisfação e autoestima.

A importância da inteligência emocional

Encontrar um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal é essencial. Empreendedoras que conseguem separar seu tempo de trabalho de suas atividades pessoais tendem a ter uma melhor saúde mental e, consequentemente, tomam decisões mais acertadas. Estabelecer limites claros e reservar momentos para relaxar e se desconectar das obrigações empresariais é uma estratégia eficaz para manter a mente clara e focada.

O cuidado com a saúde mental é fundamental como suporte para lidar com a pressão e desenvolver habilidades e inteligência emocional, uma habilidade vital para empreendedores. Ela envolve a capacidade de reconhecer e gerenciar as próprias emoções, bem como entender as emoções dos outros. Empreendedores com alta inteligência emocional são mais propensos a tomar decisões equilibradas, pois conseguem separar suas emoções das situações de negócios.

Essa habilidade também é fundamental para a construção de relacionamentos saudáveis e para a liderança eficaz. Diante dos desafios que a vida pessoal impõe à tomada de decisões, o cuidado da mente torna-se uma prioridade. Práticas de autocuidado e bem-estar mental não apenas ajudam a manter a saúde emocional, mas também promovem um ambiente propício para a tomada de decisões mais conscientes e eficazes.

Como empreendedoras podem cuidar da mente

Existem várias técnicas que as empreendedoras podem adotar para cuidar da mente. A meditação, a prática de exercícios físicos, as terapias integrativas, a alimentação saudável e o sono adequado são fundamentais para o bem-estar.  Além disso, dedicar tempo a hobbies e atividades que proporcionem prazer pode ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade.

A conscientização sobre a importância da saúde mental tem crescido, levando a um aumento na procura por terapia e grupos de apoio. Muitas mulheres relatam a falta de apoio, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho. Isso pode incluir desde a divisão desigual de tarefas domésticas até a ausência de mentores que compreendam suas necessidades. A autocrítica exacerbada e a insegurança podem ser barreiras significativas.  Algumas empreendedoras duvidam de suas capacidades, o que pode afetar sua autoestima e confiança.

Felizmente, existem redes de apoios compostas por outras empreendedoras, amigos e familiares para compartilhar experiências e desafios e proporcionar conforto e novas perspectivas. É o caso da rede Imulheres, criada há sete anos no Rio de Janeiro pela empreendedora Karla Fassini e que hoje mobiliza centenas de mulheres em encontros presenciais e atividades. Uma novidade é a criação da Editora IMulheres, dedicada a revelar histórias de sucesso de empreendedoras.

 

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