Realizar exames de rotina é uma forma valiosa de diagnosticar o câncer precocemente, mas cuidar da alimentação, praticar ao menos 150 minutos de exercícios físicos semanais e evitar o consumo de álcool e cigarro são formas de evitar o aparecimento da doença. Em 2007, a médica Alice Francisco, mastologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS) recebeu o diagnóstico de câncer de tireoide, experiência que influenciou sua prática clínica.

Aos 28 anos, ela estava fazendo sua residência em Mastologia quando descobriu a doença. Naquela época, relembra, não se falava tanto da importância do estilo de vida para o paciente oncológico como hoje.

Durante meu tratamento, percebi a importância de integrar o estilo de vida saudável na medicina oncológica. Após o diagnóstico, minha médica me recomendou a prática regular de exercícios para reduzir o risco de recidiva e minimizar os efeitos colaterais do tratamento. Esse conselho se mostrou fundamental para minha recuperação e continua a ser uma parte essencial da minha vida”, relembra a médica.

Cuidados para evitar o câncer de mama e a recidiva da doença

Além de continuar a trabalhar com seus pacientes, Dra Alice está à frente da Maple Tree Brasil, uma organização sem fins lucrativos que oferece programas de qualidade de vida para pessoas em tratamento oncológico. Além dos exames preventivos, a mastologista destaca como o estilo de vida saudável pode impactar significativamente a saúde da mulher, especialmente em relação ao câncer de mama.

Manter um peso saudável, ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios regularmente pode reduzir o risco de câncer de mama e de outros tipos de câncer em até 30%. Para quem já teve a doença, esses cuidados são cruciais para diminuir o risco de recidiva e melhorar as chances de cura”, afirma Dra. Alice.

A médica explica que os fatores de risco podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Entre os fatores modificáveis estão o sobrepeso, a obesidade e o sedentarismo. Já os fatores não modificáveis incluem o histórico familiar e alterações genéticas. “Não podemos atribuir uma única causa ao câncer de mama, pois é uma doença multifatorial. No entanto, é possível reduzir o risco com mudanças no estilo de vida“, resume.

Mamografia deve ser anual a partir dos 40 anos

O Outubro Rosa é uma campanha mundialmente conhecida por promover a conscientização sobre o câncer de mama, uma das doenças que mais acomete mulheres no Brasil e no mundo. Para a médica Alice Francisco, o movimento é uma oportunidade crucial para educar a população e fornecer informações de qualidade. “Este mês serve para lembrar a todos sobre a importância da detecção precoce e da prevenção do câncer de mama”, afirma.

A partir dos 40 anos, as mulheres devem realizar mamografias anualmente. “Para aquelas com histórico familiar, o rastreamento deve começar antes dos 40 anos e pode incluir outros exames, dependendo da avaliação do mastologista”, explica Dra. Alice. Ela enfatiza a importância da avaliação individualizada para cada paciente, o que permite um rastreamento mais eficaz e direcionado.

Ela alerta também para a importância de procurar atendimento médico ao perceber qualquer alteração nas mamas, como nódulos, abaulamentos, retrações, espessamentos da pele ou secreção pelo mamilo. Linfonodos (ínguas) nas axilas também são um sinal que deve ser investigado.

Câncer de mama em números

Cerca de 74 mil novos casos de câncer de mama são estimados em 2024 no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Este é o segundo câncer mais comum em mulheres, atrás apenas do câncer de pele, e possui risco bruto de 66,54 casos a cada 100 mil.

Em seguida, está o câncer do colo de útero, que é o segundo tipo mais comum entre mulheres no mundo, o terceiro no Brasil e o principal causador de mortes. Além da prevenção, o diagnóstico precoce é uma das principais formas de diminuir a incidência da doença, e o Outubro Rosa é o mês dedicado à conscientização e combate ao câncer de mama.

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