Atualmente, os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento no trabalho gerando a solicitação de 43,3 mil auxílios-doença de acordo com o último levantamento da Secretaria da Previdência feito em 2017. É neste cenário que as empresas têm investido cada vez mais na gestão de saúde de seus colaboradores.
A escolha deste mês para a campanha de conscientização sobre saúde mental é estratégica, já que o começo do ano pode gerar ansiedade pelo desejo de cumprir as metas nos meses seguintes e frustração por não ter cumprido todas do ano anterior. Esse cuidado deve estar também no ambiente corporativo, já que medo, insegurança, excesso de demandas e cobranças são os principais causadores da ansiedade.
O primeiro passo para o bem-estar mental é reconhecer limites e buscar ajuda”, afirma a coordenadora do Seconci-SP , Angela Nogueira Braga da Silva. “Ainda existe muito preconceito à ida ao psiquiatra e esse é um desafio constante para a sociedade. Por isso, é preciso que as empresas se tornem sensíveis ao tema e passem a observar mais a saúde emocional de seus colaboradores”, completa.
Já a healthtech Cuidas leva médicos e enfermeiros para o ambiente de trabalho, a fim de oferecer medicina integrativa e o cuidado na saúde primária de cada funcionário. As análises realizadas na primeira etapa da Classificação Internacional de Assistência Primária (CIAP), pelos profissionais da Cuidas no balanço até dezembro de 2019, aponta os seguintes diagnósticos como os mais recorrentes no último ano, em primeiro lugar destacam-se os problemas psicológicos e social (25,8%), seguido por respiratório com (13,5%) e endócrino/metabólico/
Depressão e ansiedade na construção civil
Desde 2014, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) dispõe de dois grupos de apoio aos trabalhadores da construção civil paulista e seus familiares: o Grupo de Apoio e Orientação no Tratamento Ambulatorial para Dependência Química e o Grupo Social de Apoio, sendo este último composto majoritariamente por trabalhadores que sofrem de depressão e ansiedade.
“Ambos os grupos contam com encontros mensais e uma equipe multidisciplinar da entidade composta por psiquiatras, nutricionistas e assistentes sociais para dar todo um suporte aos trabalhadores e familiares”, explica a coordenadora do Seconci-SP , Angela Nogueira Braga da Silva, destaca que as empresas precisam estar atentas também para a importância dos cuidados com a saúde mental dos funcionários.
Em cada encontro, os especialistas abordam diferentes temas acoplados à questão da saúde mental, desde luto e envelhecimento até tabagismo e nutrição. São realizados debates, sessões de filmes e atividades diversas como forma de conscientização sobre o assunto. “No grupo dos dependentes químicos, há trabalhadores e familiares que desenvolvem transtornos mentais e o desconhecimento de algumas patologias por parte de familiares e amigos pode dificultar o tratamento. Por isso, há participantes que estão em ambos os grupos de apoio”, completa Angela.