As campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul já são conhecidas e mobilizam grande parte da população em ações de conscientização. Outras não têm a mesma visibilidade, mas são igualmente importantes. Um exemplo é a campanha de Maio Roxo, que marca o mês de conscientização na luta contra as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), que consistem na retocolite ulcerativa (RCU), a doença de Crohn e as colites indeterminadas, todas caracterizadas por inflamação crônica progressiva e recorrente.
Essas enfermidades acometem milhares de pacientes no Brasil. De acordo com o DataSUS, são cerca de 160 mil pessoas que sofrem com sintomas, como diarreia, dor abdominal, febre e sangue nas fezes. Dores abdominais, idas excessivas ao banheiro e diarreia são alguns dos sintomas das DIIs. Reconhecer os sinais e procurar um médico com rapidez é essencial para um diagnóstico assertivo que propicie o início imediato do tratamento, visando a manutenção ou a recuperação da qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com o Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB), a diarreia é um dos sintomas mais comuns na fase aguda de ambas as doenças. Os níveis de sintomas podem ser leves com dores abdominais, diarreia e constipação. Quando mais graves, podem causar sangramentos e/ou muco nas fezes, perda excessiva de peso e anemia.
Na doença de Crohn, os sintomas mais frequentes incluem, também, a dor abdominal, febre e perda de peso. Já a retocolite ulcerativa apresenta quadro clínico com sangue ou muco nas fezes e urgência evacuatória, além de outras manifestações como aftas orais. Se houver esses sintomas, um médico especialista deve ser consultado.
Demora no diagnóstico
Destes, 20% levaram mais de 3 anos e 12% mais de cinco anos, o que, muitas vezes, os impediu de seguir uma rotina normal sem as pausas impostas pela doença ao frequentar uma festa, trabalhar ou até realizar algum trajeto pela cidade. 42% dos entrevistados chegaram a ir até quatro vezes a um pronto atendimento hospitalar com uma crise aguda, antes do diagnóstico final.
“São vários meses de ‘tentativas e erros’ que às vezes começam com um período de negação da doença e menosprezo dos sintomas, passando por inúmeras visitas a hospitais e especialistas até encontrar um que conheça a doença e faça o diagnóstico adequado”, afirma Marta Machado, gastroenterologista e presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD).
Tratamento requer persistência
Relação com doenças cardiovasculares
Para o cirurgião vascular Francisco Simi, a própria natureza inflamatória delas pode ser gatilho para doenças cardiovasculares, como o infarto. “A mesma inflamação que afeta as paredes do intestino também acaba comprometendo todo o sistema vascular do organismo. Quando isso ocorre, a irrigação sanguínea de todo o nosso corpo fica comprometida. É aí que as doenças cardiovasculares podem surgir”, explica Simi.
O médico chama atenção para casos nos quais há o agravamento do quadro clínico. “Diante de uma situação mais grave de comprometimento vascular, é possível um início de aterosclerose, que é a formação de placas que obstruem as artérias. Quando isso ocorre, o coração tem o seu funcionamento alterado, podendo evoluir para um infarto, inclusive”, afirma.
Formas de tratamento
O tratamento varia pela localização e intensidade da doença. Para sintomas leves, a mudança de hábitos rotineiros, como alimentação balanceada e exercícios físicos periódicos, podem diminuir os incômodos. Já os casos moderados e graves necessitam de tratamento que pode ser medicamentoso e também procedimentos cirúrgicos.
O diagnóstico rápido e o início imediato do tratamento são as maneiras mais eficazes de combater o agravamento da doença. As DIIs são diagnosticadas por meio de colonoscopia e, apesar de afetarem principalmente jovens e adultos, elas podem ocorrer em todas as faixas etárias. A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa são enfermidades autoimunes e de caráter progressivo. “A assistência ao paciente deve ser multidisciplinar devido aos episódios depressivos que alguns podem ter pelas constantes crises incapacitantes” explica a Dra. Marta.
O uso adequado de imunossupressores é fundamental para o controle da doença, evitando o comprometimento de outros órgãos. Além disso, o acompanhamento médico deve ser constante para o controle clínico. As Doenças Inflamatórias Intestinais são autoimunes, então o sistema de defesa do paciente é bastante sensível”, completa Simi.
Sobre a campanha
O Maio Roxo foi escolhido para celebrar o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal em 19 de maio, data instituída em 2010 e lembrada em mais de 50 países, para chamar atenção da população para os sintomas e tratamentos das Doenças Inflamatórias Intestinais. Ao longo do mês, entidades médicas realizam caminhadas, palestras, simpósios, conteúdos informativos e campanhas midiáticas para promover maior conscientização sobre o tema.
Neste ano, a campanha conta com apoio da FreeCô, primeiro bloqueador de odores sanitários do Brasil. Indicada para pessoas com estas doenças, a FreeCô vai doar 10% de suas vendas em seu próprio e-commerce no mês de maio. As instituições escolhidas são a DII Brasil (Associação Nacional de Pacientes com DII) e ABCD (Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn), as duas principais referências do assunto no país.
Além disso, a empresa que fabrica bloqueador de odores sanitários vai produzir dois vídeos institucionais para conscientizar a população sobre essas doenças. As produções serão divulgadas nos canais digitais da FreeCô e também pelas duas associações com seus parceiros em todo o país. A campanha vai ser veiculada ao longo do mês de maio.
Com Assessorias