Com os temporais típicos de verão há um aumento de criadouros e os ovos aparecem rapidamente devido às altas temperaturas”, explica João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Risco é ainda maior para as grávidas
A maior característica da doença é a vermelhidão no corpo. No entanto, o mais perigoso é o fato de que 80% dos casos são assintomáticos. A mãe pode não saber que está infectada ou o marido não apresentar sintomas e a infectar por transmissão sexual. “Ainda não temos conhecimento das sequelas para a mãe. Sabemos ainda pouco a respeito de problemas no longo prazo. As viroses tendem a ser auto-imitadas, geralmente não deixam sequelas depois de terminada a fase aguda da doença, há menos que haja alguma complicação”, pontua Dr. Sá.
Mesmo a já conhecida dengue também pode ser perigosa para gestantes. O que a difere das outras doenças transmitidas pelo mosquito é a dor no corpo e a diminuição na contagem de plaquetas, podendo causar hemorragia. “Algumas mães tiveram lesões na placenta por conta das reações inflamatórias fortes causadas pelo vírus. Isso causou problemas no feto, como edemas e sequelas no crescimento do bebê”, conta o médico. Segundo ele, mesmo quem já teve a enfermidade, pode voltar a sofrer, pois existem vários sorotipos diferentes de dengue e a doença pode voltar a se manifestar.
Similar à dengue, a febre amarela apresenta o mesmo quadro viral. De acordo com o médico, a doença não causa grande risco se for rapidamente controlada: “É uma patologia que preocupa menos, pois precisa da proximidade com o agente contaminante, no caso, o macaco, uma vez que o surto é da febre amarela silvestre.
O controle também é melhor e mais fácil por existir uma vacina específica para ela, apesar de optarmos por vacinar apenas pacientes em áreas endêmicas, pois há riscos relacionados à vacinação. No entanto, ainda não se sabe muito sobre suas consequências durante a gravidez, importante ressaltar que algumas pessoas apresentam a forma grave com complicação e lesão de vários órgãos. Este quadro na grávida pode ser muito grave”.
O ano também será de maior preocupação com a chikungunya. “Uma das preocupações é a insuficiência respiratória em mulheres grávidas, uma complicação desta virose. O que difere a chikungunya dos outros vírus é a dor nas articulações, que pode perdurar até seis meses após o surto”, explica Dr. Sá.
Cuidados após as chuvas
A prevenção ainda é a melhor maneira de combater o vírus. Cerca de 80% dos focos do Aedes estão dentro das residências. Por isso, este é o momento de todos reforçarem o cuidado com água acumulada e destinarem um tempo para limpeza dos quintais no combate aos possíveis criadouros
Para controlar a proliferação do mosquito, a orientação é manter os quintais sempre limpos, recolher, eliminar ou guardar longe da chuva todo objeto que possa acumular água, como pneus velhos, latas, recipientes plásticos, tampas de garrafas, copos descartáveis, entre outros. O lixo doméstico deve ser acondicionado em sacos plásticos e descartado adequadamente, em depósitos fechados.
Depois da chuva, é recomendado fazer a vistoria no quintal e na casa para eliminar a água acumulada sobre lajes, calhas, tanques, pratinhos de vasos de planta. Baldes, potes, bacias, e outros recipientes que guardam a água de beber e para outros usos domésticos, assim como a caixa d’água, devem ser mantidos limpos e fechados para evitar o risco de proliferação do mosquito.
Com Assessorias