

Em nota, o Ministério da Saúde destacou que o tacrolimo tópico e o furoato de mometasona poderão ser usados para tratar pessoas que não podem usar corticoides ou que tenham resistência aos tratamentos até então disponíveis.
“A ampliação de acesso ao tacrolimo tópico para os pacientes do SUS é um benefício relevante já que, por ser um medicamento de alto custo, seu acesso era mais restrito.”
Segundo a pasta, o metotrexato será indicado nos casos de dermatite atópica grave, sobretudo entre pacientes que não podem usar a ciclosporina, medicamento já disponibilizado na rede pública.
Entenda
Doença não contagiosa, a dermatite atópica é uma condição genética e crônica caracterizada principalmente por coceira intensa e pele ressecada, que afeta especialmente as áreas de dobras do corpo, como a parte frontal dos cotovelos, atrás dos joelhos e o pescoço.
“É uma das formas mais comuns de eczema, prevalente na infância, embora também possa surgir na adolescência ou na fase adulta”, detalhou o ministério
Em crianças pequenas, a face também é uma área frequentemente afetada pela dermatite atópica. “A doença pode variar muito de paciente para paciente, com diferentes intensidades e respostas aos tratamentos”, completou a pasta.
A dermatite atópica é uma condição inflamatória da pele, caracterizada por ressecamento, coceira intensa e vermelhidão. É comum em crianças, mas também afeta adultos, e tende a piorar em temperaturas mais baixas. Isso acontece porque as baixas temperaturas reduzem a umidade do ar, ressecando ainda mais a pele e comprometendo sua barreira natural.
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Outono e estresse podem intensificar a dermatite atópica
A dermatite atópica, uma das doenças de pele mais comuns, mas ainda desconhecida por muitos, vê seus casos aumentarem especialmente durante a transição para o outono. A estação traz condições ambientais que agravam os sintomas, como ressecamento e coceira intensa da pele. A médica dermatologista Mariana Scribel explica que o outono, com seu ar mais seco e a queda de temperatura, intensifica sintomas como o ressecamento da pele, agravando a patologia.
Isso ocorre porque a umidade do ar cai, deixando a pele mais propensa à desidratação e ao contato com alérgenos como pólen e ácaros, que também são mais prevalentes nesta época do ano”, explica a especialista.
Entre os sinais mais característicos da doença estão a pele seca e escamosa, com textura áspera acentuada durante períodos mais secos, como o outono. Coceira intensa é um dos sintomas mais debilitantes, frequentemente pior à noite, levando a um ciclo incansável de coçar e machucar a pele.
Durante o outono, a combinação de vento frio e ar seco compromete a barreira cutânea, que é a camada protetora da pele responsável por manter a hidratação e impedir a entrada de substâncias irritantes.
As transições sazonais, como no outono, são períodos críticos para quem sofre de dermatite, pois podem desencadear crises devido ao ressecamento acentuado,” observa Dr. Mariana, CEO da Clínica Scribel.
Fatores agravantes
Além disso, fatores como poluição e uso de roupas pesadas, como lãs e tecidos sintéticos, comuns no outono e também no inverno, contribuem para o aumento das crises. “Esses materiais podem irritar a pele sensível, desencadeando coceira e inflamação”, completa a especialista.
A dermatite atópica pode também ser agravada por fatores externos, como poluição do ar. “A poluição contém partículas finas e gases irritantes que danificam a barreira cutânea e aumentam a inflamação”.
Estresse e dermatite
O estresse tem um impacto significativo na piora da dermatite atópica, pois desencadeia a liberação de cortisol, um hormônio que, quando em níveis elevados, pode suprimir o sistema imunológico e enfraquecer as defesas naturais da pele, agravando os sintomas da condição.
Conforme explica a Dra. Mariana Scribel, “o estresse age como um catalisador para os sintomas da dermatite atópica. Quando os níveis de cortisol aumentam, a pele perde sua capacidade natural de agir como uma barreira protetora, tornando-se mais vulnerável a infecções e crises inflamatórias.”
Doença ainda desconhecida
Mesmo com a alta incidência da doença, pesquisas mostram que uma expressiva parcela da população brasileira desconhece a existência ou a gravidade da doença, o que dificulta a busca por tratamento adequado e impacta a adesão a medidas preventivas.
Segundo a pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), 50% dos homens e 56% dos jovens entre 18 a 24 anos desconhecem a dermatite atópica. Isso pode levar a diagnósticos tardios e a tratamentos pouco eficazes, prolongando o sofrimento dos afetados.
Formas de prevenção
Para prevenir e controlar a dermatite atópica, Dra. Mariana recomenda a hidratação frequente da pele com emolientes sem fragrâncias e a adoção de medidas que reduzam o contato com os agentes desencadeantes, como priorizar o uso de roupas de algodão e evitar produtos agressivos, optando por produtos hipoalergênicos e sem perfume.
A hidratação deve ser feita pelo menos duas vezes ao dia, especialmente após o banho, quando a pele está mais receptiva à absorção dos produtos”. Além da hidratação, Dra. Scribel destaca a importância de procurar orientação médica para um tratamento individualizado.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações como infecções secundárias (causadas por bactérias ou fungos que aproveitam a pele lesionada) e o desenvolvimento de outras alergias”.
Com informações da Agência Brasil e Assessorias