A dermatite atópica é uma condição de pele crônica e inflamatória que se manifesta por meio de coceira, ressecamento, vermelhidão e feridas na pele, afetando 25% das crianças, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Embora comum, estima-se que 41% dos brasileiros desconheçam a doença, segundo levantamento feito pelo Ipec (ex-Ibope).
Uma pesquisa do laboratório Pfizer, realizada em 2022 com 2.327 internautas mostrou que 41% nunca ouviram falar sobre a doença. Essa porcentagem sobe para 50% entre os homens e chega a 56% entre jovens de 18 a 24 anos. Outros 20% não sabem identificar nenhum sintoma da enfermidade.
Os sintomas da dermatite atópica vão além dos físicos. A doença aumenta o risco de desenvolver outras alergias, como asma, rinite alérgica e alergia alimentar. Os sintomas visíveis na pele podem ter repercussões psicológicas significativas devido, entre outros, à discriminação e ao preconceito, influenciando diretamente na autoestima e na qualidade de vida do paciente.
Pacientes de DA se queixam de preconceitos por aqueles que acham que a doença é contagiosa. O preconceito afeta o convívio social, levando os pacientes ao bullying, ansiedade, irritação, baixa autoestima e isolamento. Crianças e adolescentes com DA têm risco aumentado de depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e 60% ainda apresentam distúrbios do sono.
Durante as crises, os distúrbios aumentam para 83%. No Brasil, adolescentes perdem, em média, 26 dias escolares por conta da DA e os adultos podem ter até 80 noites do ano prejudicadas pela doença.
- Para sensibilizar a população sobre os impactos físicos, emocionais emocionais da dermatite atópica, nesta quarta-feira (29), entre 19h30 e 23h30, a a fachada da Câmara dos Deputados exibirá a frase “Dia Universal da Criança! Dermatite atópica, doença que acomete mais de 25% da população infantil”.
A Colabore com o Futuro, com apoio da Sanofi, projetará imagens no Congresso Nacional que remontam lesões de pele e emitirá sons de “coceira”. A projeção terá duração de três horas e contará com a presença de parlamentares, médicos, representantes da sociedade civil, como a Crônicos do Dia a Dia (CDD), além de pacientes e cuidadores,
A ação faz alusão ainda ao Dia Universal da Criança, que foi celebrado em 20 de novembro. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em referência ao dia da assinatura da Convenção dos Direitos da Criança, em 1989, e à Declaração dos Direitos Internacionais da Criança, documento precursor da convenção e responsável por estabelecer suas diretrizes.
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Doença sem cura, mas tem tratamento
Antes da projeção, a Frente Parlamentar das Doenças Crônicas de Pele da Câmara promoverá um ato solene, com apoio da Colabore com o Futuro. O objetivo é alertar as autoridades de saúde sobre a dermatite atópica e destacar a importância do tratamento adequado e personalizado para controlar a doença e proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.
“”Queremos chamar atenção para a saúde das crianças, muito acometidas pela dermatite atópica, uma doença crônica ainda desconhecida, apesar de muito comum”, destaca Carolina Cohen, cofundadora da Colabore com o Futuro, negócio social voltado a facilitar a participação popular nas decisões envolvendo a saúde no Brasil.
A ação também quer chamar atenção para a importância da ampliação do arsenal terapêutico para o tratamento da forma grave da doença. A doença não tem cura, mas pode ser controlada com os tratamentos disponíveis, que aliviam a coceira e outros sintomas.
“Quando falamos em dermatite atópica grave em bebês, crianças e adolescentes menores de 18 anos, estes sintomas impactam todo o núcleo familiar. Por isso é importante que esta causa seja discutida para que possamos ampliar os tratamentos para a comunidade atópica, incluindo as crianças”, reforça Carolina.
Segundo ela, existem novos tratamentos para a dermatite atópica, mas eles ainda não estão disponíveis nas redes pública e privada. A Colabore com o Futuro atua para que esses medicamentos sejam acessíveis para todos os pacientes. “Juntos, podemos fazer a diferença na vida das pessoas que enfrentam essa doença devastadora, que requer atenção e cuidado adequado”, afirma Carolina.
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A dermatite atópica é uma doença de pele inflamatória, crônica e recorrente. Pele irritada, seca e vermelha, com hipersensibilidade, principalmente nos cotovelos e joelhos, causando muita coceira e até lesões e rachaduras são os primeiros sinais e sintomas. A condição afeta cerca de 20% de crianças. Destas, 60% manifestam a doença no primeiro ano de idade, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a doença se manifesta mais nos primeiros anos de vida e afeta com maior frequência crianças cujos pais têm asma, rinite ou mesmo dermatite atópica. Algumas crianças podem ter esse quadro associado ao de outras doenças alérgicas, como asma, rinite, conjuntivite alérgica e alergia alimentar.
A doença não é contagiosa e persiste geralmente até a idade escolar, alternando entre períodos de melhora e piora. Durante essa fase as lesões avermelhadas e descamativas podem aparecer no rosto, tronco, pernas e braços, enquanto em crianças mais velhas as lesões tendem a ser mais secas, escuras e localizadas nas dobras do corpo.
Fatores externos podem contribuir para o aparecimento das lesões na pele. Entre eles, contato com substâncias perfumadas, roupas de lã e de fibra sintética, banhos longos com água quente, estresse emocional, poluição ambiental e mudança de temperatura.
- Com Assessorias