O sinal amarelo continua acionado nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo em relação a um novo possível surto de Covid-19. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que após semanas de alerta sobre o crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 em alguns estados do país, o cenário se mantém concentrado nos dois estados. O maior número de casos de Covid-19, tanto no Rio quanto em SP, foram registrados entre adultos, principalmente na população de idade mais avançada.
Divulgado nesta quinta-feira (28/9), o Boletim InfoGripe aponta que quatro estados apresentaram sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro e Tocantins. No Rio de Janeiro, o destaque é nas faixas etárias da população adulta, com ênfase nos casos de Covid-19, assim como em São Paulo. Entre as capitais, seis registraram crescimento no número de casos: Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e São Paulo (SP).
Nos estados do Nordeste, o aumento se concentra nas crianças. Em Tocantins, o indício é compatível com oscilação. Em Fortaleza, o indício se dá principalmente nas crianças e pré-adolescentes de 5 a 14 anos de idade. Já nas capitais carioca e paulista, há uma concentração na população de idade mais avançada. Nas demais mencionadas, o sinal ainda é compatível com oscilação.
Em relação às ocorrências gerais de SRAG, em nível nacional, a análise detectou sinal de estabilidade na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de crescimento na de curto prazo (últimas três semanas). Referente à Semana Epidemiológica (SE) 38, de 17 a 23 de setembro, o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 25 de setembro.
Indício de redução no ritmo de crescimento no Rio
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, ressalta que o Rio de Janeiro apresenta “um pequeno indício’ de diminuição do ritmo de crescimento de Covid-19. No entanto, observa Gomes, trata-se de um quadro que precisa ser analisado com cautela.
“Precisamos continuar observando as próximas semanas, pois até o momento continua sendo um sinal de crescimento. São Paulo também mostra um ritmo lento e restrito à população de idade mais avançada, mas que está presente”, afirma.
O pesquisador reforça a importância da vacinação da Covid-19 em todas as faixas etárias, assim como da manutenção de cuidados essenciais a exemplo do uso de máscaras de proteção de qualidade. “Essas recomendações valem não só para os que fazem parte do grupo de risco como para a população em geral”.
Já para os vírus da influenza A e para o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o cenário é de estabilidade ou queda na maioria dos estados brasileiros. Quanto aos casos de rinovírus nas crianças e pré-adolescentes, apresentam queda considerável na grande maioria do país, restando apenas alguns estados com registros associados à doença.
Resultados positivos de vírus respiratórios e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (1,7%), influenza B (1%), vírus sincicial respiratório (10,3%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (44,2%).
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (0,9%), influenza B (0,9%), vírus sincicial respiratório (1,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (77,5%).
Referente ao ano epidemiológico 2023, já foram notificados 138.963 casos de SRAG, sendo 53.565 (38,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 69.954 (50,3%) negativos, e ao menos 8.053 (5,8%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 8,5% são influenza A, 4,5% influenza B, 38,2% VSR e 30,5% Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 1,7% influenza A, 1% influenza B, 10,3% VSR e 44,2% Sars-CoV-2 (Covid-19).
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias