A insuficiência cardíaca pode comprometer a função renal. Isso porque além de ter o papel de eliminar as toxinas que o organismo produz, os rins também têm a missão de controlar a quantidade de líquido no organismo. O alerta surge no momento em que o apresentador Fausto Silva acaba de passar por um transplante de coração, ocasionado por insuficiência cardíaca.
“Quando o paciente tem insuficiência cardíaca, como no caso do apresentador Faustão, a redução da força de contração do coração pode repercutir sobre a função renal, é que chamamos de síndrome cardiorrenal”, relata Juliana El Ghoz Leme, médica nefrologista do Eco Medical Center.
Já o nefrologista Rafael de Souza Piné completa dizendo que, em casos mais extremos pode ser necessária a realização de hemodiálise. “Esta medida deve ser tomada para restaurar o equilíbrio da quantidade de líquido no organismo, permitindo muitas vezes melhorar, consequentemente, a função do coração“, explica o médico.
Insuficiência cardíaca: sintomas nem sempre são aparentes
O cardiologista Sadi Navarro, que também atua no Eco Medical Center, explica que a insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não está bombeando sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. “Como resultado, o fluido pode se acumular nas pernas, pulmões e em outros tecidos por todo o corpo causando sintomas característicos”, alerta o cardiologista.
De acordo com o médico, os sintomas de insuficiência cardíaca não são sempre óbvios. “Algumas pessoas em fases muito iniciais da insuficiência cardíaca podem não ter sintoma algum. Outras podem ignorar sintomas como cansaço ou falta de ar, considerando sinais de envelhecimento”, completa.
Segundo o cardiologista, algumas vezes, no entanto, os sintomas de insuficiência cardíaca são mais evidentes. A incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficiente e fornecer a seus órgãos (como os rins e o cérebro) pode causar vários problemas.
Entre eles, estão falta de ar, inchaço dos pés e pernas, falta de energia, sensação de cansaço, dificuldade de dormir à noite devido a problemas respiratórios, abdômen inchado ou mole, perda de apetite, tosse com muco “espumoso” ou catarro, aumento da micção durante a noite, confusão, memória prejudicada.
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Transplante cardíaco: média de sobrevida no primeiro ano é de 80%
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 65 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos, sendo o país com maior programa público de transplantes no mundo e o segundo país que mais realiza transplantes, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O sistema nacional de transplantes gerencia a doação de órgãos, através de protocolos rigorosos. Em caso de transplante cardíaco, quando bem-sucedido, ele pode aumentar a sobrevida do paciente e devolver seu bem-estar – para que o transplantado possa voltar à sua rotina em breve.
“Porém, para ajudar a manter o novo coração saudável, é muito importante que o paciente faça algumas mudanças em seu estilo de vida, como consultar-se com seu cardiologista de forma regular, manter bons hábitos de alimentação e exercícios e tomar medicamentos específicos indicados pelo especialista”, ressalta o cardiologista Saadi Navarro.
A média de sobrevida no primeiro ano atualmente é de 80%, segundo o especialista. “O que é muito bom se compararmos aos pacientes que estão na fila e que têm chances de 80% a 90% de mortalidade. A sobrevida média está girando em torno de 13 anos. Existem casos que têm mais de 20 anos após os transplantes“, finaliza.
Importante ressaltar que a venda de órgãos é proibida no Brasil e a lista de receptores é obedecida levando em consideração alguns fatores como o tempo em lista e a gravidade, bem como urgência da situação. Todas as pessoas podem ajudar a causa, avisando os familiares que deseja doar os órgãos em caso de morte encefálica.
Com informações da Eco Medical Center