Tradição e religiosidade se unem nas mesas das famílias ao redor do mundo para celebrar a Páscoa, que exalta a ressurreição de Jesus Cristo. A data também é marcada pela união familiar em torno de um almoço especial, em que receitas cuidadosamente preparadas convidam à confraternização. E com a chegada da Semana Santa, o consumo de pescado cresce nas mesas dos brasileiros costuma ganhar destaque nas feiras, cozinhas e nos mercados do Brasil.
Seja para o tradicional bacalhau no almoço do domingo de Páscoa, ou em qualquer outra ocasião, festiva ou cotidiana, o fato é que os pescados conquistaram de vez o gosto — e o prato — dos brasileiros. De acordo com a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo nacional, em 2024 a população desembolsou mais de R$ 10,6 bilhões só com pescados frescos, o que representa um acréscimo de 7,5 % em relação a 2023, quando foram gastos cerca de R$ 9,9 bilhões no setor.
Ainda segundo o levantamento, a Região Nordeste lidera o ranking nacional, tendo respondido por R$ 4,1 bilhões dos gastos no ano passado. Já, em segundo lugar, aparece a Região Norte com pouco mais de R$ 3 bilhões, seguida pela Sudeste e seus R$ 2,4 bilhões, e Sul com R$ 632 milhões. Embora na última posição dessa lista, o Centro-Oeste foi o que registrou a maior alta — de 11,7% — na comparação 2023 x 2024, totalizando R$ 461 milhões das despesas com pescados frescos.
Além de fazer parte da tradição religiosa, os peixes se destacam pelos inúmeros benefícios à saúde. Entre os alimentos mais consumidos na época, o bacalhau tem lugar de honra em pratos muito apreciados. O ingrediente que permite variadas preparações, seja em saladas, assados ou ensopados, para agradar a todos os paladares. Como ingrediente versátil, o peixe de águas frias também é fonte de nutrientes benéficos à saúde, como cálcio, potássio e fósforo.
Nas receitas em que se acrescenta vinagre de maçã, por exemplo, o bacalhau torna-se ainda mais nutritivo. Isso porque o vinagre de maçã contém compostos que melhoram a imunidade do organismo. Também pode auxiliar na redução de glicemia, da hemoglobina glicada, na diminuição da insulina, dos parâmetros do colesterol e do triglicérides, entre muitos outros benefícios.
Semana Santa pode ser incentivo para começar ‘dieta pescetariana’
Nutricionista explica mais sobre a dieta adotada por Bruna Marquezine, Angelica e Victoria Beckham
A Semana Santa nos apresenta a tradição de evitar carne vermelha, abrindo espaço para os peixes. Mas você sabia que existe uma dieta que eleva essa prática a um estilo de vida? A dieta pescetariana é uma variação do vegetarianismo, permitindo o consumo de peixes e frutos do mar, mas excluindo todas as outras carnes.
Há quem diga que esse seja o segredinho dos famosos como Bruna Marquezine, Angélica e Victoria Beckham, para manter uma boa aparência e rejuvenescimento. Afinal, com uma dieta rica em peixes e frutos do mar, eles conseguem garantir uma pele radiante, cabelos saudáveis e até mesmo um envelhecimento mais lento.
A dieta pescetariana é baseada em vegetais, composta por grãos integrais, nozes, legumes e gorduras saudáveis, sendo os peixes a principal fonte de proteína. Ela é rica em nutrientes essenciais como o ômega-3, facilmente encontrado em peixes gordurosos como salmão, sardinha e cavala”, comenta a nutricionista Bruna Makluf, da plataforma de emagrecimento Wefit.
Além de melhorar a saúde cardiovascular, essa dieta reduz o risco de doenças crônicas e controla o peso. “Os ácidos graxos ômega-3 encontrados no peixe têm mostrado benefícios na saúde mental, ajudando a melhorar a função cognitiva, reduzir o risco de depressão e ansiedade”, completa.
Desvantagens da dieta pescetariana
Inicialmente, não há contraindicações em adotar uma dieta pescetariana. Contudo, é sempre recomendável consultar um nutrólogo ou nutricionista antes de iniciar essa mudança na alimentação. Isso porque o corpo pode ser sensível à ingestão elevada de substâncias presentes em certos peixes, como mercúrio e outras toxinas.
O pescetarianismo apresenta algumas desvantagens como alto preço, elevado teor de mercúrio e menor quantidade de vitamina B12, se comparada com outras carnes. Bruna explica que a vitamina B12 pode ser obtido aumentando o consumo de frutos do mar, ovos leite, produtos lácteos e alguns cereais. Já o Mercúrio pode ser controlado na hora da escolha do peixe.
Orientações para escolher, preparar e consumir peixe com segurança
Mas, para aproveitar tudo o que o peixe tem a oferecer, é preciso estar atento à escolha, preparo e frequência no cardápio. Confira abaixo 5 orientações práticas para consumir peixe de forma segura e saudável:
1. Aposte nos benefícios do peixe
Rico em proteínas de alto valor biológico, ômega 3, ômega 6, vitaminas e minerais essenciais como ferro, cálcio e fósforo, o peixe é um aliado importante da saúde.
Incluir peixes regularmente na dieta traz benefícios como melhora da memória, da concentração, fortalecimento de ossos e dentes, prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e até redução de processos inflamatórios”, destaca a nutricionista Nelly Aparecida Yoneyama, que atua no Hospital São Luiz Anália Franco, na zona Leste da capital paulista.
2. Saiba escolher um bom peixe
A especialista orienta sempre comprar o produto em locais de confiança, com boa refrigeração e higiene. “Observe a textura e o brilho da pele, que deve estar úmida, e as escamas precisam estar bem aderidas ao corpo. Os olhos do peixe fresco são brilhantes e salientes, e o cheiro não deve ser forte”, explica a nutricionista.
No caso dos filés, a cor deve ser intensa e sem odor forte. Para o peixe cru, atenção redobrada com a procedência — principalmente no caso de gestantes. Mas atenção ao armazenamento! Após a compra, o peixe deve ser mantido em temperaturas adequadas. Na geladeira, a conservação ideal é de até dois dias. Se não for consumido nesse período, o ideal é congelar. No freezer, pode durar até três meses, dependendo da espécie.
3. Prefira preparos mais leves
Embora a versão frita seja a favorita de muita gente, ela não é a mais indicada. “A fritura aumenta o valor calórico e, devido à alta temperatura, o peixe perde mais nutrientes”, alerta Nelly. As melhores opções são assado, cozido, grelhado ou até mesmo cru — desde que com segurança. Preparações ensopadas e com molhos são bem-vindas, mas vale lembrar que elas também elevam o valor calórico da refeição.
4. Consuma peixe o ano inteiro
O ideal, segundo a nutricionista, é manter o peixe no cardápio regularmente — e não só na Semana Santa. “A recomendação é consumir peixe de duas a três vezes por semana, de preferência em versões saudáveis”, orienta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo regular de peixes ricos em ômega 3 está associado à redução do risco de doenças cardíacas.
5. Varie no cardápio e economize
Para quem quiser investir, os peixes nobres como salmão, atum, linguado e bacalhau continuam sendo ótimas escolhas. Mas nem só de bacalhau e salmão vive a Páscoa. “Peixes mais acessíveis, como atum e sardinha, são campeões em nutrientes e excelentes opções para o dia a dia”, afirma a nutricionista do São Luiz Anália Franco.
Atenção especial para alérgicos: o consumo de peixe é recomendado para todas as faixas etárias, com exceção de quem tem alergia. Vale lembrar que nem todo alérgico a peixe é alérgico a frutos do mar — e vice-versa. Em caso de dúvidas ou reações, o ideal é procurar orientação médica.
Opções de peixes para uma dieta saudável
A nutricionista Bruna Makluf selecionou algumas opções de peixes para o consumo diário:
- Salmão: Fonte de ômega-3, auxilia na função cerebral e no metabolismo.
- Sardinha: Riquíssima em cálcio e vitamina D, ideal para saúde óssea.
- Tilápia: Baixo teor de gordura e rica em proteínas, excelente para controle de peso.
- Bacalhau: Muito consumido na Semana Santa, é rico em proteínas e minerais essenciais, além de ser uma opção saborosa e versátil.
- Tambaqui: Peixe da fauna brasileira com bom teor de ômega-3 e sabor marcante.
- Pirarucu: Conhecido como o “bacalhau da Amazônia”, possui alto valor nutricional e é uma excelente fonte de proteína magra.
Com Assessorias