A nova campanha para conscientização sobre a importância da doação de sangue do Ministério da Saúde tem como mensagem central ‘Quando você doa sangue ajuda a salvar muitas vidas, doe sangue regularmente’.
A consultora em hemoterapia da pasta, Priscila Murador, afirma que a doação de sangue pode parecer um ato simples, mas é, na verdade, um grande ato de amor.
“Imagine uma situação onde você precisa de sangue para sobreviver e recebe a doação? É assim que uma pessoa acaba sendo vida na vida de outros”, descreve.
Confira informações importantes para quem deseja ser um doador:
- Como se preparar para doar sangue pela primeira vez?
O doador precisa pesar ao menos 50kg e ter de 16 a 69 anos de idade. A primeira doação precisa ter sido feita até 60 anos para que a pessoa possa doar com 69 anos. Pessoas abaixo dos 18 anos de idade precisam ter o consentimento do responsável legal para poder doar.
É importante que a pessoa faça a doação bem alimentada. Também é bom evitar alimentos gordurosos, caso contrário, é preciso esperar pelo menos três horas para fazer a doação. Ter dormido, no mínimo, seis horas nas últimas 24 horas também é fundamental.
- Quantas vidas uma única doação de sangue pode salvar?
Com uma bolsa de sangue é possível separar quatro diferentes hemocomponentes: concentrado de hemácias, de plaquetas, o plasma fresco congelado e o crioprecipitado. Cada um desses componentes pode ser transfundido em quatro diferentes pessoas. Isso significa que cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas.
- Quanto tempo dura o procedimento de doação?
O procedimento tem uma pré-triagem, uma triagem clínica e, em seguida, vem o procedimento de doação, que gira em torno de 30 a 40 minutos.
- Quem teve Covid-19 pode doar sangue?
Quem teve a doença precisa estar atento a algumas restrições. Se essa pessoa teve contato com outra com sintomas da Covid-19, ela tem que aguardar sete dias para fazer a doação. Se ela teve a doença, então deve esperar dez dias após o final dos sintomas.
- Existem diferenças no intervalo de doações para homens e mulheres?
Para pessoas designadas mulher ao nascer, o intervalo entre as doações é de três meses, com um máximo de três doações ao ano. Já para pessoas designadas homem ao nascer, o intervalo é de dois meses entre uma doação e outra, com máximo de quatro doações por ano. É importante esse máximo de doações ao ano por conta do estoque de ferro que leva um tempo maior para ser reposto no organismo.
- Quem tem tatuagens e/ou piercings deve esperar quanto tempo para doar?
O tempo de espera para quem colocou algum desses acessórios ou fez tatuagens é de 12 meses. Mas, em alguns serviços, que têm capacidade de avaliar os locais onde esses piercings e tatuagens foram feitos, esse prazo pode ser reduzido para seis meses.
- É possível doar sangue durante o período menstrual?
No período menstrual, pessoas designadas mulher ao nascer podem doar sangue normalmente, a não ser que tenham alto fluxo ou algum outro problema menstrual. Mas isso vai ser avaliado durante a triagem clínica, antes da doação.
- Quais cuidados tomar após a doação de sangue?
O ideal é que a pessoa permaneça no local da doação por pelo menos 15 minutos. Esse é o tempo que ela vai levar para tomar seu lanche e fazer sua hidratação. Também é importante que, quando ela voltar para suas atividades, não exerça tarefas de grande intensidade. Se a pessoa for se deslocar de carro ou moto, é importante que ao primeiro sinal de mal-estar, ela pare o veículo, por segurança.
Trabalhador tem direito a um dia de folga por doar sangue
Para incentivar a população a doar sangue, o inciso IV do artigo 473 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), bem como a Lei Federal n° 1.075, prevê que ao perder um dia de trabalho para doação de sangue, o colaborador não é descontado no trabalho. A CLT ainda garante um dia de folga a cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária devidamente comprovada.
Segundo Tábata Silva, gerente do portal de recrutamento Empregos.com.br, a lei existe com a finalidade de estimular a doação de sangue. Portanto, a falta não pode acarretar em desconto de horas e nem de salário, desde que o funcionário apresente o comprovante entregue no hospital ou no posto de doação.
Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, explica que a lei existe com a finalidade de estimular a doação de sangue. Não visa proteger empregado ou empresa. “A doação é um ato altruísta e de solidariedade. Uma única doação pode ajudar a salvar até quatro vidas, por isso a criação de campanhas de solidariedade dentro e fora das empresas ”, diz.
A lei não especifica que o funcionário de empresa privada ou servidor público seja obrigado a avisar sua chefia ou o departamento de Recursos Humanos com antecedência. Porém, é considerado de bom tom informar os superiores. “É importante informar o RH e justificar de forma clara sobre a ausência no dia da doação, para que a equipe possa reorganizar as atividades diárias”, diz Tábata.
Fonte: Ministério da Saúde, Empregos.Com.Br e 4Life Prime