Você sabia que o afogamento tem risco de morte 200 vezes maior que acidentes de trânsito; que os homens morrem sete vezes mais afogados e um turista morre afogado a cada dois dias? Atualmente o afogamento infantil é a principal causa morte de crianças de 1 a 4 anos no Brasil; a segunda causa entre 5 e 9 anos, e a terceira causa entre 10 e 14 anos. Infelizmente, são mais de 1.500 vítimas anualmente. Todos os dias, em média, 4 crianças morrem afogadas no Brasil, sendo que mais da metade (55% dos óbitos) são na faixa etária de 1 a 9 anos e ocorrem em piscinas residenciais, com picos durante o verão e durante as férias escolares.
Os dados alarmantes são do Boletim Epidemiológico de Afogamentos no Brasil, da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), e acendem um alerta neste Dia Mundial Contra o Afogamento (25 de julho). A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para aumentar a conscientização sobre a segurança aquática e a prevenção de afogamentos e reduzir o número de acidentes e de mortes em ambientes aquáticos em todo o mundo.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o afogamento é a terceira principal causa de mortes acidentais no mundo, com cerca de 236 mil mortes anuais. No Brasil, o cenário é igualmente preocupante, com altas taxas de afogamento que exigem uma ação contínua e eficaz. Este ano, por exemplo, os guarda-vidas do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro já realizaram mais de 15 mil salvamentos marítimos nas praias da orla da capital e no litoral fluminense.
‘Meu filho foi intubado e ficou na UTI. Foram dias difíceis’, conta mãe de menino de 2 anos
Os dados apontam ainda que crianças menores de nove anos se afogam mais em piscinas e residências. É o caso do pequeno Theo Fioravante Lima, de apenas dois anos, que se afogou em outubro de 2023.
Fomos à casa de uma colega da igreja para uma festa de confraternização. Não o deixei brincar perto da piscina, mas em um segundo de distração quando estava na cozinha, ele sumiu. O achamos cerca de dez minutos depois, dentro da água, desacordado e com os lábios roxos”, lembra Bruna Fioravante Lima, mãe do menino.
Em meio ao desespero de amigos e da família, foram realizados procedimentos de primeiros socorros, como massagem cardíaca e respiração boca a boca até a chegada do resgate, que levou a criança em estado grave para o Hospital São Luiz Osasco, na região metropolitana de São Paulo.
Meu filho foi intubado e ficou na UTI. Foram dias difíceis, mas graças ao rápido atendimento e a uma equipe multiprofissional, ele se recuperou e hoje está em casa, sem nenhuma sequela. Foi um milagre”, compartilha a mãe.
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Por que as crianças são as principais vítimas?
No geral, o afogamento ocorre pela asfixia decorrente da aspiração de líquido, que obstruem as vias aéreas, como traqueia e pulmões, dificultando as trocas gasosas e levando à falta de oxigênio no sangue. Além do óbito, em casos de afogamentos há ainda um alto risco de sequelas neurológicas graves como diminuição da coordenação motora, convulsões, tetraplegia e até mesmo morte cerebral.
É rápido e silencioso. Em apenas dois minutos submersa a criança perde a consciência, e, após quatro minutos, podem ocorrer danos irreversíveis ao cérebro”, explica Fabíola La Torre, coordenadora médica da Linha Pediátrica do Hospital São Luiz Osasco.
Segundo ela, na faixa etária de um a quatro anos, as crianças possuem a cabeça mais pesada que o corpo, e ainda não têm força suficiente para se levantarem sozinhas e nem mesmo capacidade de reagir rapidamente em uma situação de risco. “Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio elas podem se afogar em recipientes com apenas 2,5 cm de água”, alerta.
9 dicas para prevenir afogamentos
A médica alerta que afogamentos e outros acidentes domésticos são evitáveis e a prevenção é sempre o melhor caminho. “Essas situações podem acontecer em um breve momento em que a criança encontra-se sem supervisão”, enfatiza. Confira algumas dicas:
- – Nunca deixe crianças sozinhas, principalmente dentro ou próximas da água;
- – Use colete salva-vidas, equipamento mais seguro para evitar afogamentos;
- – Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças, ou qualquer outra atitude que possa trazer riscos em piscinas, lagos, rios ou mar;
- – Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
- – Instale barreiras que controlem o acesso à água, como cercas, portões, cadeados, capas e alarmes.
- – Mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças qualquer recipiente que possa acumular água, como baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;
- – Deixe portas de banheiros e lavanderias fechadas ou trancadas;
- – Mantenha a tampa do vaso sanitário abaixada e, se possível, lacrada com um dispositivo de segurança;
- – Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados.
Em caso de acidentes acione imediatamente um serviço de emergência como SAMU (192) ou Corpo de Bombeiros (193).
Agenda Positiva
Guia gratuito com 18 dicas para prevenir afogamento
Apesar de ser um grave problema, a maioria das mortes poderia ter sido evitada com cuidados simples. “Com dicas fáceis de serem colocadas em prática, os pais podem evitar que tragédias aconteçam. Os números de afogamentos vêm caindo nos últimos anos através de diversas iniciativas focadas na prevenção e vamos continuar trabalhando para que esta curva continue decrescente”, explica Igor de Souza, atleta, técnico de natação e considerado um dos maiores especialistas do país em segurança de provas aquáticas.
Diante desse cenário, a Speedo Multisport está lançando o Guia Speedo de Prevenção ao Afogamento Infantil (GSPAI), um recurso gratuito com 18 dicas eficazes e lúdicas para prevenir acidentes em piscinas, rios, mares, represas e ambientes domésticos
Como pai de 3 crianças pequenas e executivo de uma empresa que vive no mundo aquático, é nossa obrigação ajudar a evitar o sofrimento de uma família e fazer com que a natação seja cada vez mais praticada em um ambiente seguro e de alegria”, explica Roberto Jalonetsky, CEO da Speedo Multisport.
Para baixar o guia, basta acessar este link, cadastrar o e-mail e imediatamente o arquivo é enviado
Corpo de Bombeiros do Rio lança campanha e faz simulado
A fim de sensibilizar a população quanto aos riscos do banho de mar, diversas ações de prevenção vêm sendo realizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Para marcar o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento haverá uma série de atividades nessa quinta-feira (25/7);
A programação conta com ações de conscientização, como um simulado operacional, envolvendo o que há de mais moderno na área de salvamento marítimo, incluindo embarcações de ponta e aeronaves, na Praia de Copacabana, na altura do posto 6, a partir das 7 horas.
Também está prevista uma campanha nas redes sociais da corporação (@corpodebombeiros_rj) e a iluminação do monumento ao Cristo Redentor, símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil, em azul, em parceria com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor.
O Corpo de Bombeiros trabalha em duas frentes: na prevenção e nos resgates. São vidas salvas direta ou indiretamente pela corporação”, afirmou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro.
Menino de 6 anos que criou aplicativo para combate ao afogamento infantil
Davi Assef, de 6 anos, é o idealizador do Tubago, um aplicativo que ajuda no combate ao afogamento infantil. O desafio foi apresentado há três anos no Shark Tank Brasil. O objetivo era trazer ideias criativas pensando no futuro das crianças.
A hth, empresa especializada em tratamento de piscinas, em parceria com Tubago promove uma live com Davi e o Professor Piscina no próximo dia 1 de agosto, pelas redes @daviassef e @hthbrasil.
Com Assessorias