A dona de casa conta que, depois que saiu o diagnóstico de sua filha mais velha, seu pai também decidiu investigar e descobriu, com mais de 50 anos, que também era autista. “Ele teve muita depressão ao longo de toda a vida dele”. Isabele conta que decidiu levar a filha ao pediatra porque ela já tinha 2 anos e estava com o desenvolvimento atrasado.
Ela não falava muito. Falava uma língua que ninguém entendia. Vivia num mundo só dela, não brincava, não ria. Comecei a desconfiar. O pediatra me explicou o que era autismo e disse que ela precisava de acompanhamento. Eu a levei para o neurologista, para psicólogo, fonoaudióloga. Fiz alguns exames que deram alteração”, lembra Isabele.
Já o filho não apresentava sinais de autismo até um ano de idade. “Ele foi muito bem até 1 ano de idade. Depois de1 ano, começou a regredir. Parou de comer, parou de brincar, não queria mais andar. Chorava muito. Comecei a achar estranho”. Ao notar atraso no seu desenvolvimento, Isabela conta que o menino foi encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da prefeitura, onde foi avaliado por uma equipe multidisciplinar.
O filho menor está matriculado em uma creche municipal que tem cinco crianças autistas. No momento em que a professora percebe que o Ângelo precisa de mais atenção, ela se concentra nele, diz Isabele. Já a filha mais velha está em uma turma regular em escola municipal, e, na classe, há outro aluno com grau mais severo de autismo.
Eles têm mediadores na escola que se concentram mais nas crianças com autismo severo. As professoras dos dois são psicopedagogas, têm entendimento e sabem lidar”, conta Isabele.
Mães deixam suas carreiras para cuidar dos filhos
Com as duas crianças dependentes de sua atenção, Isabele teve que estacionar o trabalho como caixa de uma loteria. “Tentei continuar trabalhando, mas com as demandas da Pérola e do Ângelo, tive que parar de trabalhar para levar para as terapias. O cuidado é integral. Parei minha vida”, conta a dona de casa.
Projeto incentiva mulheres a criarem seus próprios negócios
Lab Periféricas capacitará 100 mulheres empreendedoras de Campo Grande e adjacências
Com foco no fortalecimento de empreendedoras periféricas, o Lab Periféricas oferece uma jornada completa de conhecimento e conexão para mulheres que sustentam seus negócios na Zona Oeste do Rio de Janeiro – sejam elas mães atípicas ou não. Ao todo, 100 participantes participarão de cinco encontros presenciais ao longo de 2025, onde terão acesso a conteúdos práticos, como desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
‘Um polo de empreendedoras que sustentam suas famílias e movem a economia local’
Com mais de 350 mil habitantes, Campo Grande é o bairro mais populoso da cidade do Rio e concentra um grande número de trabalhadoras autônomas e empreendedoras informais, que frequentemente operam seus negócios sem apoio estruturado. “O Lab Periféricas busca transformar esse cenário, conectando essas mulheres com ferramentas concretas para alavancar seus negócios”, diz a empreendedora social.
Letícia Villas Boas, coordenadora pedagógica do projeto, ressalta a importância de atuar no Lab Periféricas: “Como mulher gorda, preta e periférica, ocupar um cargo de liderança neste projeto é a materialização do meu propósito de contribuir para políticas sociais que transformem minha comunidade”.
Com informações da Agência Brasil e Assessorias