A Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz) está investigando dois casos suspeitos da forma esporádica da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), que tem sintomas semelhantes aos da encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como ‘Doença da Vaca Louca’. Os dois pacientes são moradores da Baixada Fluminense e estão internados, em isolamento, no Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio.
Em nova nota emitida nesta quinta-feira (11), assinada pelo vice-diretor de Serviços Clínicos do INI/Fiocruz, Estevão Portela Nunes, o órgão informou que os dois casos não têm relação com consumo de carne e que o novo diagnóstico considerava os “aspectos clínicos e radiológicos dos exames” já realizados nos pacientes.
“Reiteramos que os pacientes estão internados no Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 do INI e que ambos os casos não têm confirmação diagnóstica”, diz o texto. No início da tarde, em outra nota, assinada pelo vice-diretor, o INI informou que avaliava a situação clínica de dois pacientes internados com suspeita de Encefalopatia Espongiforme Bovina, o Mal da Vaca Louca.
Segundo o Ministério da Saúde, a forma esporádica da DCJ não tem causa e fonte infecciosa conhecidas, nem se transmite de pessoa para pessoa. A forma relacionada ao consumo de carne é conhecida como vDCJ, uma variante.
Caxias confirma um dos pacientes
A Fiocruz não informou se os casos monitorados são mulheres ou homens, há quanto tempo estão internados, nem onde ocorreu a suposta contaminação. “Detalhes que possam identificar os pacientes não serão divulgados em respeito à confidencialidade da relação médico-paciente, de acordo com o estabelecido pelo Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina”, informou o INI na nota.
Ao G1, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que um dos pacientes reside em Belford Roxo e outro em Duque de Caxias. A Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias (SMS/DC) confirmou que um morador de 55 anos é monitorado após apresentar sintomas de demência e ataxia (perda ou irregularidade da coordenação muscular).
“Ao receber a notificação da Secretaria Estadual de Saúde uma equipe do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) da SMS/DC esteve na residência do paciente para proceder a investigação do caso e monitoramento. Neste momento, o caso está sendo classificado com a forma clínica de esporádico, não tendo sido registrado, até o momento, a fonte de contaminação. O paciente segue internado e sob os cuidados da Fiocruz”, disse o órgão.
Já a Prefeitura de Belford Roxo afirmou que não foi notificada. No início do mês, na mesma cidade, houve uma notificação de uma pessoa com febre maculosa (doença causada pelo carrapato), mas a suspeita não foi confirmada.
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Mal da Vaca Louca no Brasil
O primeiro grande surto da doença teve seu auge entre 1992 e 1993, quando foram confirmados quase 100 mil casos no Reino Unido. Estima-se que 180 mil cabeças de gado tenham sido afetadas e mais de 4 milhões de animais foram sacrificados na época. Durante este período, o consumo de carne bovina ficou, inclusive, proibido naquele país.