Já estamos quase no final do verão, mas a temporada mais quente do ano não dá sinais de ir embora. Ao contrário.  O MetSul prevê que o Brasil enfrentará uma onda de calor extremamente elevado, nos dias que marcam o fim do verão de 2024. Dessa vez, em vez de onda de calor, os meteorologistas falam de uma ‘bolha de calor’, quando as temperaturas permanecem 5 °C acima da média durante ao menos cinco dias seguidos.

O fenômeno chegou ao norte da Argentina e Paraguai e deverá afetar vários estados do Brasil até o fim do verão, no dia 20 de março. Os estados mais atingidos devem ser nas regiões Sudeste e Sul, com destaque para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No Centro-Oeste, deve ainda atingir Mato Grosso do Sul e parte de Goiás.

A previsão é que as temperaturas poderão chegar a 45 ºC, muito acima da média em parte do país e até 10ºC acima do que é normal para a estação, o que poderá acarretar em novos recordes históricos de calor para março. No Estado do Rio de Janeiro, o período de 15 a 20 de março deve ser de calor intenso a excessivo. A cidade do Rio enfrentará tardes de calor extremo para o mês, com máximas perto ou acima dos 40ºC por vários dias. As noites também devem ser muito quentes na capital fluminense.

No mesmo período, Belo Horizonte deve registrar altas temperaturas, com precipitações muito menos frequentes. Em boa parte do estado de Minas Gerais os termômetros também deverão subir. Já na cidade de São Paulo, o aumento da temperatura deverá deixar o tempo firme, com chuva escassa. O calor deverá persistir praticamente até quase o final do verão, com dias seguidos de temperaturas de 35ºC ou acima.

As já históricas ‘águas de março’ prometem também ser intensas. Devido ao aumento das temperaturas, chuva e temporais frequentes são aguardados em várias regiões do pais, sobretudo no Sul.

Uma onda de calor é caracterizada quando as temperaturas permanecem 5°C acima da média durante período de três a cinco dias. No caso, o alerta laranja, que é o aviso de perigo, vai até a próxima sexta-feira (15). O fenômeno é causado por uma massa de ar quente e seco que se forma em um sistema de alta pressão, que alcança altas camadas da atmosfera e impede a formação de nuvens e a chegada de ar frio.

Um aviso do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), emitido nesta segunda-feira (11), alerta para uma onda de calor com temperaturas próximas de 40º Celsius (C) em grande parte do Mato Grosso do Sul, centro-oeste do estado de São Paulo, e nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“É um sistema de circulação anti-horária, que acaba divergindo, fazendo com que os ventos não convirjam para a formação de nebulosidade”, explica Dayse Moraes, meteorologista do Inmet, órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária e que representa o Brasil na Organização Meteorológica Mundial (OMM).

São esperadas apenas chuvas isoladas para essas áreas, mas o calor seco deve prevalecer na maior parte na região com alerta laranja. O Inmet emitiu alertas de ‘perigo’ e ‘perigo potencial’ nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste devido a chuvas que podem afetar o País.

Como cuidar da saúde durante a ‘bolha de calor’

O calor intenso pode provocar alguns problemas de saúde, entre eles, o risco de desidratação, insolação e o agravamento de doenças cardiorrespiratórias. Se a pessoa estiver sem proteção contra os raios solares, até mesmo queimaduras podem ocorrer no corpo. Entre as principais recomendações, está a de não se expor ao sol, especialmente entre os horários de 10h e 16h, ingerir bastante líquido e usar filtro solar. Cuidado com a conservação de alimentos também deve ser observado.

Em meio à onda de calor, é essencial compreender os riscos associados e adotar medidas preventivas para proteger a saúde, especialmente de crianças e idosos. “O calor intenso requer atenção redobrada à saúde. Com cuidados preventivos e atenção aos sinais do corpo, podemos enfrentar as altas temperaturas de forma segura e saudável”, afirma Matheus Serra Marschhausen, coordenador médico da Medicina Preventiva da Klini Saúde.

Segundo ele, o calor excessivo pode desencadear desidratação, um problema sério que tem aumentado e muitos nos hospitais.

“Com as altas temperaturas, o corpo perde mais líquidos através do suor, e é crucial manter-se hidratado. A desidratação pode causar desde tonturas e fadiga até complicações mais graves, como insolação. Temos visto um aumento considerável de casos de desidratação nos hospitais que são confundidos com outras enfermidades”, destaca o especialista.

Ele lembra que crianças e idosos são mais suscetíveis aos efeitos adversos do calor e, por isso, é importante monitorar de perto esses grupos.

“Eles têm mais dificuldade em regular a temperatura corporal, tornando-os propensos a insolação e exaustão pelo calor. Os pequenos ainda estão desenvolvendo seus mecanismos de controle térmico, enquanto os idosos podem ter uma capacidade reduzida de enfrentar as demandas do calor”, afirma.

Por isso, vigilância constante é a chave. “Mantê-los hidratados é essencial, além de evitar a exposição prolongada ao sol. Água é vida, não adianta beber só suco, refrigerante e outros líquidos, é essencial uma ingestão considerável de água”, afirma.

Os sinais de problemas relacionados ao calor e que são motivos de alerta incluem náuseas, confusão, pele seca e vermelhidão. “Se você ou alguém ao seu redor apresentar esses sintomas, é fundamental procurar ajuda médica imediatamente. A insolação e a desidratação podem evoluir rapidamente e requerem intervenção médica.”

Cinco dicas para enfrentar o calor com saúde

Matheus Serra Marschhausen  compartilha dicas valiosas sobre os impactos do calor extremo e oferece conselhos práticos para enfrentar essa realidade:

Hidratação

“Beba água regularmente, mesmo se não sentir sede. Evite bebidas alcoólicas, refrigerantes e cafeína, que podem contribuir para a desidratação. Se for beber, intercale com água e, claro, não dirija.”

Proteção Solar

“Use protetor solar e roupas leves para proteger sua pele dos raios solares. Evite exposição direta ao sol nas horas mais quentes do dia.”

Ambientes climatizados

“Procure locais climatizados, como shoppings ou bibliotecas, para se refrescar. Se não tiver acesso a um ambiente fresco, use ventiladores e tome banhos frios.”

Atenção especial a crianças e idosos

“Mantenha os pequenos e idosos em ambientes frescos, ofereça líquidos regularmente e evite atividades ao ar livre nas horas mais quentes.”

Alimentação leve e balanceada

“Opte por refeições leves e ricas em água, como frutas e vegetais. Evite alimentos pesados, que podem aumentar a sensação de calor.”

Saiba como se proteger do calor extremo

Clínico geral compartilha sete dicas importantes para se proteger contra as altas temperaturas

Thiago Piccirillo, clínico geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, dá diversas dicas para cuidar da saúde durante a onda de calor.

Beba água: é essencial uma hidratação adequada, porque no calor o corpo perde mais líquido, então, precisamos beber água regularmente. Em média, a ingestão de oito a dez copos de água por dia.

No entanto, durante períodos de calor intenso ou exercício físico, essa quantidade aumenta significativamente. A cada 15 ou 20 minutos durante a atividade física, é recomendado beber cerca de 150-250 ml de água”.

Sempre busque ficar em ambientes frescos: tente sempre estar em ambientes que estejam com a ventilação adequada. Abrir a janela, deixar a brisa passar é uma alternativa para dissipar o calor. Ar condicionado e ventilador também devem ser utilizados.

Não se exponha ao sol: evite a exposição ao sol por períodos longos, principalmente em horas como o meio-dia, especialmente porque no ponto alto do dia o índice de raios ultravioletas, prejudiciais para a pele, é mais alto.

Se for tomar sol, aplique protetor solar para evitar complicações na pele. Também use boné, chapéu, etc., para evitar as queimaduras que o sol forte pode provocar.

Prefira roupas claras: opte por roupas mais leves e claras para enfrentar o calor. Nada de roupas escuras, afinal, elas costumam reter mais calor, o que não é recomendável nos dias quentes.

Não faça atividades físicas extremas: Reduzir atividades físicas que demandam muito esforço em dias muito quentes é essencial porque pode levar a uma hipotensão, um mal-estar, tontura e até desmaio. Então, é importante dar uma maneirada nessa atividade física mais forte. Se for fazer exercícios intensos, busque realizá-los em horários alternativos em que as temperaturas estão mais baixas, como à noite ou bem cedo pela manhã.

Escolha alimentos leves e refrescantes: com relação a alimentação, opte por refeições mais leves e refrescantes, como frutas e saladas. Caso vá comer alguma refeição mais consistente, como a feijoada, se alimente moderadamente para não correr o risco de passar mal.

Fique atento às condições de saúde e também às notícias: as pessoas que já têm alguma condição de saúde mais fragilizada podem, muitas vezes, ficar desidratadas. Com os idosos, a mesma atenção é necessária. Também é importante ficar de olho nas notícias sobre a previsão do tempo para se proteger.

Com Assessorias

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