Felicidade foi embora com a pandemia: até nisso Brasil é desigual

Pesquisa mostra que aumentou a desigualdade de felicidade: queda de 40% entre mais pobres, enquanto mais abastados estão satisfeitos com a vida

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Pouco mais de um ano depois a pandemia do Covid-19 chegar ao país, o que houve com a desigualdade e a prosperidade trabalhistas desde então? E os indicadores subjetivos de bem estar como felicidade e emoções cotidianas? Como o Brasil se compara com o resto do mundo? As respostas estão na pesquisa Bem-Estar Trabalhista, Felicidade e Pandemia, coordenada por Marcelo Neri, da FGV Social.

Medidas subjetivas de bem estar, resultado de respostas diretas das pessoas sobre a sua vida, começam com medida geral de felicidade dada por uma nota de avaliação de satisfação com a vida numa escala 0 a 10. O Brasil tem uma queda de 0,4 ponto em 2020, chegando a 6,1, o menor ponto da série histórica desde 2006.

A queda da felicidade se dá nos 40% mais pobres (-0,8%) e no grupo do meio (-0.2) situados entre 40% a 60% da renda. Já os grupos mais abastados mantiveram a satisfação com a vida. Ou seja, há aumento da desigualdade de felicidade na pandemia. A diferença de satisfação com a vida entre os extremos de renda era de 7,9% em 2019 sobe para 25,5% .

A pandemia do Covid-19 afeta de maneira marcada o dia a dia das pessoas ao redor do globo terrestre. Usamos como quase experimento a comparação do Brasil com 40 outros países pesquisados que cobrem da Áustria, passando pela China chegando a Zimbawe. 

A nota média de satisfação da vida presente do brasileiro, caiu de 6,5 em 2019 para 6,1 em 2020. No resto do mundo a nota tinha ficado parada durante a pandemia em torno de 6,0. Ou seja, há marcada perda relativa de felicidade no Brasil durante a pandemia.

Impactos nas emoções cotidianas

Há também medidas pontuais de bem estar que pergunta emoções sentidas em quantidades relevantes na véspera da pesquisa. Nos referimos ao sentimento de raiva, preocupação, estresse, tristeza e divertimento. 

A sensação de raiva sobe de 19% em 2019 para 24% em 2020 dos brasileiros, uma mudança de 5 pontos de porcentagem. No mundo este avanço foi de 0,8% pontos percentuais. Ou seja, a raiva aumenta 4,2 pontos percentuais a mais no Brasil durante a pandemia que no resto do mundo.

Similarmente: preocupação, estresse e tristeza sobem, respectivamente 3,6, 2,9 e 2,2 pontos percentuais a mais no Brasil do que no resto do mundo. Todos indicadores subjetivos de bem estar considerados pioraram mais no Brasil na pandemia que a média dos 40 demais países .

Desigualdade aumenta

Em geral, indicadores objetivos e subjetivos mostram na pandemia piora das desigualdades dentro do Brasil e uma perda maior gerada para o país do que para o conjunto de 40 nações.

O Topo da Desigualdade – A pandemia adiciona mais três centésimos ao índice de Gini trabalhista levando até 0.674 em 2021 (1º trimestre), nosso recorde na série histórica. A literatura considera este movimento um grande salto de desigualdade .

Prosperidade – No trimestre de janeiro a março de 2020 a renda média alcança o maior ponto da série R$ 1.122 e em menos de um ano cai 11,3% e vai para o ponto mais baixo da série histórica de R$ 995, primeira vez abaixo de um mil reais mensais. 

Bem Estar Social – Integramos a evolução da média com a desigualdade como componentes da medição do bem-estar geral da nação. O bem-estar trabalhista estava em empate técnico do nível em 2020 com o do início da série histórica em 2012, ou seja não houve progresso social liquido nesta década. No ano seguinte da pandemia o bem-estar cai 19,4%, que representa o novo piso da série .

Pobres perderam mais – A média das rendas individuais do trabalho na população de idade incluindo os sem trabalho caiu 10,89% na pandemia, a queda de renda da metade mais pobre foi 20,81% queda quase duas vezes maior que a da média .

Visite o site da pesquisa aqui.

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