A febre amarela, que assustou muita gente no início do ano, continua fazendo, silenciosamente, mais vítimas no Estado do Rio de Janeiro. Desde 1º de janeiro até o último dia 25 de maio, o número de mortes já chegava a 84 entre os 261 casos confirmados, contra os 73 óbitos dentre os 212 casos registrados até dia 14 de abril, quando foi divulgado o último boletim epidemiológico pela Secretaria de Estado de Saúde.

Dos 92 municípios fluminenses, 32 registraram casos da doença. Angra dos Reis permanece como o município de maior incidência, com 57 casos e 15 mortos, seguido de Valença, com 40 casos, sendo 6 óbitos, e Teresópolis, com 23 casos, sendo 8 óbitos. Em todo o ano de 2017, foram registrados apenas 27 casos de febre amarela em humanos no estado, que levaram nove pessoas à morte. O boletim leva em consideração o Local de Provável Infecção (LPI).

13 cidades têm macacos contaminados

Subiu também para 13 – eram 11 até abril – o número de cidades que registram epizootias, que são epidemias de febre amarela entre macacos. São elas: Niterói, Angra dos Reis (Ilha Grande), Barra Mansa, Valença, Miguel Pereira, Volta Redonda, Duas Barras, Paraty, Engenheiro Paulo de Frontin, Araruama, Petrópolis, Itatiaia e Sumidouro.

A SES ressalta que os macacos não são responsáveis pela transmissão da febre amarela. A doença é transmitida através da picada de mosquitos. “Ao encontrar macacos mortos ou doentes (animal que apresenta comportamento anormal, que está afastado do grupo, com movimentos lentos etc.), o cidadão deve informar o mais rápido possível às secretarias de Saúde do município ou do estado”, orienta a Secretaria.

Sudeste concentra os casos desde 2017

Em todo o Brasil, entre julho de 2017 e 8 de maio de 2018, houve 409 mortes por febre amarela, informou o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 10 de maio. No boletim anterior, que contabilizou dados até o 2 de maio, o país registrava 394 mortes. Em todo o período, a pasta confirmou 1.261 infecções.  O ministério investiga ainda 1301 casos.

Em relação aos dados anteriores, a pasta registra mais 15 mortes. Há também mais 4 casos confirmados em sete dias. As mortes e os casos no país vêm aumentando desde que o vírus da febre amarela passou a circular em regiões em que não havia circulação do vírus, principalmente no Sudeste – historicamente, a doença ocorre mais frequentemente em áreas da região amazônica.

O Sudeste registra a maior parte dos casos e óbitos. São Paulo e Minas Gerais concentram 82% das mortes. No Rio de Janeiro foram registradas 71 mortes no período, enquanto São Paulo teve 160 casos e Minas Gerais 176.  Houve uma morte também no Distrito Federal.

Vacinação prossegue nos postos

A vacina é a única proteção contra a doença. O Ministério da Saúde reforça a importância da população procurar os postos de vacinação nas novas áreas de risco de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Os três estados ainda estão com a cobertura bem abaixo da meta, que é 95%. Em abril, a cobertura da campanha no Rio de Janeiro estava com 40,9%, a Bahia com 55% e São Paulo com 52,4% da população-alvo vacinada. Ao todo, a campanha nesses estados busca imunizar 23,8 milhões de pessoas.

Como a vacinação continua sendo ferramenta mais importante para prevenir surgimento de casos no próximo verão, todo o território brasileiro será área de recomendação para vacinação contra a febre amarela. A ampliação foi anunciada pelo Ministério da Saúde em março deste ano. Será feita de forma gradual e concluída até abril de 2019. A medida é preventiva e tem como objetivo antecipar a proteção contra a doença para toda população, em caso de um aumento na área de circulação do vírus. Atualmente, alguns estados do Nordeste e parte do Sul e Sudeste não fazem parte das áreas de recomendação de vacina.

Embora os casos do atual período de monitoramento tenham sido superiores à sazonalidade passada, o vírus da febre amarela hoje circula em regiões metropolitanas do país com maior contingente populacional, atingindo 35,6 milhões de pessoas que moram, inclusive, em áreas que nunca tiveram recomendação de vacina. Na sazonalidade passada, por exemplo, o surto atingiu uma população de 11,2 milhões de pessoas. Isso explica a incidência da doença neste período ser menor que no período passado.

O triste ‘ranking’ dos municípios afetados pela epidemia

1º Angra dos Reis – 57 casos, sendo 15 óbitos
2º Valença – 40 casos, sendo 6 óbitos
3º Teresópolis – 23 casos, sendo 8 óbitos
4º Nova Friburgo – 16 casos, sendo 5 óbitos
5º Duas Barras – 14 casos , sendo 2 óbitos
6º Sumidouro – 12 casos, sendo 5 óbitos
7º Barra do Piraí – 10 casos, sendo 3 óbitos
7º Paraty – 10 casos, sendo 3 óbitos
8º Cantagalo – 7 casos, sendo 4 óbitos
9º Resende – 6 casos, sendo 3 óbitos
9º Rio Claro – 6 casos, sendo 3 óbitos
9º Engenheiro Paulo de Frontin – 6 casos, sendo 3 óbitos
10º Vassouras – 6 casos, sendo 3 óbitos
11º Rio das Flores – 5 casos, sendo 2 óbitos
11º Miguel Pereira – 5 casos, sendo 2 óbitos
11º Silva Jardim – 5 casos, sendo 2 óbitos
12º Trajano de Moraes – 4 casos, sendo 3 óbitos
13º Paty do Alferes – 4 casos, sendo 2 óbitos
14º Itatiaia – 4 casos
15º Cachoeiras de Macacu – 3 casos, sendo 1 óbito
15º Piraí – 3 casos, sendo 1 óbito
16º Sapucaia – 2 casos, sendo 2 óbitos
16º Rio Bonito – 2 casos, sendo 2 óbitos
17º Carmo – 2 casos, sendo 1 óbito
17º Maricá – 2 casos, sendo 1 óbito
17º Três Rios – 2 casos, sendo 1 óbito
18º Paraíba do Sul – 1 caso, sendo 1 óbito
19º Petrópolis – 1 caso
19º Bom Jardim – 1 caso
19º Pinheiral – 1 caso
19º Guapimirim – 1 caso
19º Mangaratiba – 1 caso
* Levantamento do ViDA & Ação, com base nos números divulgados pela SES-RJ
Fonte: SES-RJ e Ministério da Saúde, com Redação

 

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