Após os decretos que instituem obrigatoriedade de comprovação da situação vacinal contra a Covid-19 no município do Rio de Janeiro, foi observada uma redução de 40% no número de faltosos à data marcada para segunda dose (D2) das vacinas. As medidas que criam o chamado “passaporte da vacina” foram tomadas para garantir que a população que circula pela cidade esteja imunizada, já que somente com o esquema vacinal completo é possível alcançar a eficácia da vacinação.

Para Márcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, a medida surtiu o efeito esperado. “Desde a publicação dos decretos exigindo o comprovante de vacinação, conseguimos aumentar a busca de pessoas que ainda não haviam se vacinado com a primeira dose e também das pessoas que estavam com a segunda dose em atraso. Isso indica que a estratégia deu certo”, disse Márcio.

O primeiro decreto foi publicado em 18 de agosto, com exigência da vacinação para servidores públicos municipais. Desde esta semana, está em vigor a determinação de comprovação da vacinação – o passaporte da vacina – como condicionante para que as pessoas sejam submetidas a cirurgias eletivas nas redes pública e privada; e sejam incluídas ou mantenham acesso ao Programa Cartão Família Carioca.

Já no próximo dia 15 de setembro, passam a valer outros dois decretos que estabelecem a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 para acesso a uma série de estabelecimentos coletivos, seja para cariocas ou turistas.

‘Passaporte da vacina’: como garantir o seu

A comprovação da imunização poderá ser feita pela certificação digital da plataforma ConecteSUS ou apresentando o comprovante ou caderneta de vacinação em papel. Para ajudar em caso de dúvidas ou divergências sobre o registro de vacinação no ConecteSUS, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio) criou um canal para atendimento do público vacinado exclusivamente na cidade do Rio de Janeiro.

Para registrar sua solicitação, basta enviar o relato do problema, anexando as imagens do comprovante de vacinação, de um documento de identificação com foto e CPF, para o e-mail suporteconectesus@rio.rj.gov.br. As unidades de saúde também continuam atuando na resolução das divergências cadastrais. A pessoa que tiver dúvidas pode procurar o ponto de vacinação onde recebeu a dose, em posse do comprovante de vacinação, do documento de identificação com foto e CPF.

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Calendário de vacinação suspenso

Desde a última quarta-feira (1°/09), o calendário de vacinação do município do Rio por idade está suspenso devido ao atraso na entrega de imunizantes pelo Ministério da Saúde, órgão responsável pelo envio aos estados e municípios. A atual etapa da campanha é voltada para a proteção dos adolescentes – grupo para o qual a Anvisa libera o uso somente da Pfizer. A SMS-Rio aguarda a chegada de novas remessas para concluir seu cronograma.

Outra paralisação da campanha de vacinação foi na aplicação da D2 de CoronaVac desde a última quinta-feira (2/9) – mais uma vez, por falta do imunizante que deveria ter sido enviado pelo Ministério da Saúde. Assim que as doses chegarem, a vacinação será retomada e as pessoas poderão procurar os postos de vacinação para completar o esquema vacinal.

Se, por um lado, há interrupções no calendário, por outro, a SMS-Rio avança em outra frente importante de proteção contra a Covid-19: a aplicação da dose de reforço (DR) em idosos. Na última quarta-feira (1°/09), a ação foi iniciada com os moradores de instituições de longa permanência.

Até o dia 30 de outubro, todas as pessoas a partir de 60 anos que completaram seu esquema vacinal no Rio, há pelo menos três meses, receberão a dose extra de imunizantes da Pfizer ou AstraZeneca. A cobertura vacinal atual de idosos com as duas doses na cidade é de 94%. De acordo com pesquisas e por recomendação do Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 do Rio, a inclusão da DR no esquema vacinal potencializa a eficácia da resposta imunológica gerada pelas doses iniciais.

“A Secretaria Municipal de Saúde tem reforçado com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde a necessidade de vacinar os idosos com mais de 60 anos. É importante que haja planejamento para entrega de doses. A gente não pode chegar na metade da campanha e não vacinar. Os idosos têm mais dificuldade em gerar anticorpos e ter uma resposta imunológica adequada. O Chile e outros países já começaram essa dose de reforço e é importante que a gente faça o mesmo”, reforçou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Soranz: ‘É importante que haja planejamento para entrega de novas doses’ – Marcos de Paula/Prefeitura do Rio

A semana marcou ainda a taxa alcançada de 50% dos cariocas adultos completando seu esquema vacinal, sendo mais de 40% da população total. Até a última quinta-feira (02/09), 5.096.022 pessoas haviam tomado a D1 de CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer no Rio, e outras 138.498 receberam o imunizante da Janssen, que tem o esquema vacinal de dose única (DU).

Esse total representa 90,5% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 12 anos) com a imunização iniciada ou concluída. Entre as pessoas que seguem o esquema vacinal de duas doses, 2.574.225 já receberam a D2, o equivalente a 46,9% da população elegível com a imunização completa.

A SMS-Rio disponibiliza mais de 280 pontos de vacinação em toda a cidade, funcionando de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses  pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação e outras informações estão disponíveis em coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS e da Prefeitura do Rio. A partir da próxima semana, famílias de idosos acamados poderão solicitar a vacinação em domicílio para a DR por este link.

Cenário epidemiológico

Casos e mortes em queda, mas variante avança

A 35ª edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira, mostra que, depois de sete semanas consecutivas de aumento após o início da maior transmissão da variante Delta, o número de casos da Covid-19 apresenta queda no município do Rio. Após duas semanas de aumento das notificações, os óbitos pela doença também voltam a reduzir. Já os atendimentos na rede de urgência e emergência por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave na capital mantêm a tendência de queda sustentada.

Na última semana, 100 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 83 moradores locais e os demais pacientes que foram atendidos na cidade, mas moram em outros municípios. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 1.384, sendo 1.118 residentes. Entre os que moram na cidade, 877 casos da Gamma, 228 da Delta e 13 da Alfa. Dos moradores infectados por essas três cepas, 63 faleceram, cinco permanecem internados e 1.050 já são considerados curados.

Por causa da disseminação da variante Delta e do aumento do número de casos notificados, o boletim aponta o mapa de risco da cidade para Covid-19 ainda no estágio de atenção. Todas as 33 regiões administrativas (RAs) do município estão classificadas com risco alto (laranja) para transmissão do coronavírus pela quinta semana seguida. As medidas de proteção à vida foram prorrogadas até 13 de setembro, mantendo o nível de alerta para risco alto.

O 35º boletim mostra que, desde março de 2020, o município do Rio soma 452.320 casos de Covid-19, com 32.164 óbitos. Em 2021 são 237.189 casos e 13.102 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 5,5%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 196,7 a cada 100 mil habitantes, contra 286,2/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 3.560,7/100 mil, quando em 2020 era de 3.229,5/100 mil.

Da Prefeitura do Rio

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